24 agosto, 2005

Acordou

No fim do seu segundo mandato o nosso PR acordou, e concluiu que é preciso um debate (mais um) sobre reestruturação e limpeza coerciva da floresta!

Pede uma meditação séria sobre a reestruturação florestal e diz que é preciso ir à raiz do problema!

Estranho, que ao fim de assistir a tantos disparates legislativos e políticas sem sentido, só agora se lembre do que deveria ter sido uma das suas principais preocupações, mas pelos vistos deveria andar mais preocupado em encontrar alguém para medalhar no Dia de Portugal, ou no seu handicap no golf, em cujos greens se gasta muita água que nos faz falta para outras coisas mais importantes.

Agora, num brilhante lampejo, concluiu de rajada, que a maior parte da floresta está mal limpa e é posse de particulares que deverão ser castigados por não tratarem da limpeza a tempo e horas!

Onde terá estado até agora esta eminente figura, que nada disse quando as verbas para a vigilância florestal foram cortadas, quando assistiu impávido e sereno à centralização em Lisboa de empresas e populações deixando o interior do País ao Deus-dará, que como supremo comandante das forças armadas nunca decidiu avançar com instrucções no sentido de serem preparados os militares para o combate aos incêndios e vigilância da floresta, que permitiu com o seu silêncio que se gastassem rios de dinheiro em equipamentos sem pés nem cabeça para as corporações de bombeiros que não têm uma política de compras estruturada e eficaz, porque será que nunca fomentou a discussão sobre as espécies que deviam ser utilizadas para reflorestar as áreas ardidas nos seus oito anos de ocupação do trono!

Este PR, foi dos que menos serviu o País, criando instabilidade em todos os governos que com ele trabalharam e permitindo golpes palacianos que só agravaram as distorções existentes na data em que tomou posse.

Se fosse inteligente, aproveitaria para gerir o silêncio que tão bem sabe guardar quando lhe convêm, e partiria em paz, não tendo deixado obra de que nos ufanemos, nem sendo aquilo em que muitos acreditavam que ele poderia ter sido.

Vade in pace

Sem comentários: