29 setembro, 2005

A campanha no Porto I

O que tem vindo a passar-se na cidade a propósito da campanha para as autárquicas, está a fazer com que esta seja vista pelo País como um abrigo de arruaceiros, e que um dos partidos concorrentes às eleições seja o principal culpado nos acontecimentos.

A falácia sobre as responsabilidades, é uma arma utilizada de modo hábil, por um despudorado candidato, que se reclama como paladino da seriedade, zelo, ponderação e competência, que entretanto se esquece de aplicar essas defensáveis virtudes, à orientação da campanha e ao discurso utilizado, prejudicando a imagem de uma cidade que já nem sequer necessitava desta última bordoada para ser espezinhada pelos seus detractores.

Se existisse uma distinção ou insígnia a atribuir ao agente que mais tenha prejudicado a cidade, os seus cidadãos, e até os vizinhos, certamente que tal distinção caberia ao sr. dr. Rui Rio como honoris causa pelos actos perpretados contra a cidade a que formalmente pertence, pois nunca o considerarei meu conterrâneo, nem tampouco digno de usufruir o privilégio de ostentar tal honra.

O acinte e falta de sinceridade com que tem conduzido a sua campanha, fazendo-se vítima da população mais idosa, indigente e menos escolarizada do concelho, e que infelizmente opta por fazer justiça por suas próprias mãos, tão desesperada está com o desprezo a que é votada habitualmente por estes personagens, que só se lembram dela na altura das eleições, deixando-a abandonada durante o resto dos mandatos, é sinónimo da estatura moral de quem agora aparece como provocador.

Rui Rio e a sua comitiva, sabem que como vítimas colherão sempre saborosos trunfos quando a violência surge em acções deste tipo.

Os mais esclarecidos, não se deixam enganar com este tipo de acções, mas muitos há que, piamente, se deixam enganar pelo espectáculo mediático que hábilmente é encenado para jornalista ver e noticiar, sem se interrogar sobre o porquê de tais atitudes.

Interessante, é ver que este candidato que agora se sente tão indignado com o tratamento recebido, é o mesmo que ainda há meses, quando outro bocado do mesmo povo tentou agredir técnicos do IPPAR (cujo misterioso poder de adivinhação na identificação precisa dos referidos técnicos ainda está a ser investigada por perito em fenómenos paranormais) junto ao Túnel de Ceuta, e que foi referida no site da CMP desta forma!

Nessa altura, o sr. presidente da Câmara esqueceu-se de mandar escrever que tinha sido lamentável, ou que lamentava, ou outro qualquer comentário pedagógico ou moralizador!

Que abismo entre as duas posições!

Não, não defendemos que o insulto e a violência sejam a resposta aos legitimos anseios das pessoas, mas como bem as entendemos quando têm razões de queixa.


Sem comentários: