15 setembro, 2005

Jornais

Na sequência de duas notícias dadas no Público, sobre a suspensão por 150 dias da apreciação de projectos que não se enquadrem no PDM de 93 ou no que está para aprovar, e sobre o Plano de Pormenor das Antas, insurgem-se o Arq. Pulido Valente, e o Pedro Lessa, n' A Baixa do Porto.

Claro, que o sr. director-adjunto do Público, vem dizer que não compete aos jornais e aos jornalistas tecer comentários de natureza ética sobre os actos políticos, como se fosse isso que estava em causa, e não a legalidade das opções tomadas.

Se as notícias nos forem transmitidas por simples papagaios, não serão menos eficazes, pois estes limitar-se-ão a dá-las, sem cuidar do que dizem, pois não possuem discernimento para tanto.

Mas os jornalistas, para além da função de informar, devem formar, e por isso deverão salientar as dúvidas suscitadas pela decisão se a elas houver lugar.

Não bastará dizer que A atropelou B, ou que X bateu em Y, será preciso que sejam cumpridas as quatro regras do jornalista - o que, onde, quando e como - e que seja notícia.

Ora, nos casos versados, eram notícia porque envolviam diferentes pontos de vista e que o jornalista se esqueceu de transmitir tendo falhado logo na premissa inicial que é o que!

Talvez, por isso, os jornalistas comecem a ser conotados negativa e depreciativamente, é que a isenção ainda não se vende nas drogarias.

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