Até um dia professor.
25 abril, 2014
40 anos e um ano depois
Deixei correr um ano sem escrever aqui um único apontamento, mas reler a minha última entrada e ver que um ano depois se perdeu mais liberdade, que os órgãos noticiosos parecem marionetes na mão de eminências poderosas com projectos tenebrosos, que a pobreza alastra, que a emigração volta a ser solução, que há quem queira trabalhar e não consiga obter emprego, que se estude menos, que se coma menos, que se morra por falta de medicamentos, que se definhe porque não há esperança, enfim que se chegue a culpar o 25 de Abril por tudo isto é desolador.
Claro que a esmagadora maioria dos portugueses está melhor do que estava há quarenta anos, mas muitos milhões de pessoas no planeta também estão e para eles não foi feita uma revolução primaveril.
É certamente verdades que há quarenta anos não tinha a liberdade de escrever como hoje escrevo, mas do mesmo modo não era possível fazê-lo no leste europeu, na generalidade do continente africano, numa grande parte da América da Sul ou como ainda hoje em grande parte da Ásia.
Mas o que é certo e absoluto é que muito mudou para melhor, mas nos últimos tempos uma grande parte das conquistas que Abril permitiu tem estado debaixo de forte ataque.
A paz, o pão, habitação, saúde, educação, da Liberdade do Sérgio Godinho, que a Fernanda Câncio, hoje no DN refere na sua crónica No fim da estrada já começaram a ser destruídos e se não nos precavemos teremos mais do mesmo que muitos de nós julgávamos não ser preciso voltar.
Por isso o Largo do Carmo, hoje, foi importante. Poderemos hoje dizer que o discurso foi excessivo, panfletário, quiçá, mas se isto não parar, se começarmos a culpar únicamente os políticos dos muitos erros cometidos por todos nós, será que podemos acusá-los de não nos terem avisado?
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