23 dezembro, 2012

O rapaz do tambor


Bom Natal!

Este ano, para alguns, ainda haverá Natal. Para o ano não sei...

Fazendo parte de uma família onde o desemprego já chegou e onde os pensionistas milionários não abundam, espero vir a ter um Natal humilde mas solidário.

Neste tempo de Natal, façamos da solidariedade um festa. Lembremo-nos do familiar, do amigo, do vizinho, do desconhecido que também gostaria de ter Natal e não o deixam, e com um pouco de esforço, mas sem sacrifício, ajudemos.

A todos que por aqui passaram e passam um Bom Natal, e como diria o Solnado, façam o favor de ser felizes!

22 dezembro, 2012

Porque é Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

Dia de Natal, António Gedeão

21 dezembro, 2012

Sempre pelas piores razões

Mais uma vez o Porto e o Norte, andam na liça pelas piores razões.

Desta feita cabe a fatia à RTP - Norte e à Casa da Música, cada uma por diferentes razões, mas que não se entendem, pois ambas são âncoras duma voz diferente no todo nacional.

Se, sobre a Casa da Música, mau grado se reconhecer o seu estatuto de exceção e os compromissos assumidos, o (des)governo se borrifa nos acordos havidos, confundindo estado com governo com já nos habituou, já incompreensível se torna a deslocalização do programa "Praça da Alegria" para Lisboa com base em critérios económicos, até porque a saída do programa não vai fazer diminuir os custos estruturais da RTP-Norte, nem ao fazer-se em Lisboa irá sair mais barato.

O autarca de Gaia miou um pouco, mas os restantes... nem um pio!

Pelos vistos, para além da destruição da economia também se procura destruir o resto do País!

Sempre que a parolada do Norte chega ao paço o Norte sofre! Porque será? Será complexo ou apenas complexos.

Convencido e convicto!

Para além dos disparates normais, o nosso primeiro já nem no português acerta, e, quando tenta usar palavreado mais fino, pimba!

Não lhe bastará as embrulhadas em que se mete quando tenta anunciar qualquer ideia que ouviu de outrém e que quer passar como sua?

A última trapalhada da TAP ainda não lhe chegará para lhe fazer ver que não percebe nada disto e que à sua volta, o bando que se alimenta a peso de ouro o faz fazer uma figura atroz!?

Então não é que o mocinho, que tem à ilharga um pensionista daqueles que não descontou o que recebe se dá ao luxo de vir para a ribalta falar das pensões e dos pensionistas sem saber como funciona o nosso sistema de pensões?

Será que não sabe que muitos dos parasitas deste país com reformas douradas têm assento no seu PSD e alguns até estão representados nos orgãos do poder?

Mas teve ele alguma medida efetiva contra os detentores dessas reformas douradas, ou desatou a chular todos os que ganham mais do que o salário mínimo nacional?

E que dizer do imbróglio com as forças da PSP e GNR a propósito duma propalada reestruturação que nem o MAI sabia que se estava a dersenrolar?

E sobre a Justiça? Será que as reformas da Paula ministra que tardam em aparecer à luz do dia e tantas vezes dadas como  efetuadas levaram ao abandono da tradicional demora habitual?

Já nem me deterei na saúde nem na escola, pois quer uma, quer outra são tratadas a pontapé, e, se de um lado faltam medicamentos, noutro encerram-se escolas e sufoca-se com falta de verbas.

Estará o primeiro-ministro convicto de que o seu governo é o melhor que tem passado por este país? E para além disso, está também convencido?

19 dezembro, 2012

Ainda há crentes!

Pelos vistos, no DN, ainda há crentes...


Cavaco já não pede fiscalização preventiva

 

E estavam à espera de quê?! Ah, Ah, Ah, Arrrgggghhh!

17 dezembro, 2012

E ninguém se explica!

Este país, que está de rastos e corre célere em direção ao abismo, tem à sua frente um grupo de gente que anda a tentar vender ao desbarato os poucos anéis que ele ainda tem, mas por muitas perguntas que se façam ninguém consegue obter uma resposta por parte dos responsáveis pelo disparate.

Vende-se tudo e mais alguma coisa, pois os disparates da governação têm sido mais do que muitos, e os buracos criados por uma política desastrosa aí estão.

Parece que, quer o povo deste país, quer os políticos, quer a sociedade civil,  anda tudo de cabeça perdida, pois não se vê quem possa impedir esta cambada de vendilhões de consumar os seus intentos.

Se vier a concluir-se que os negócios foram ruinosos e/ou que houve favorecimentos quem nos poderá ressarcir?

Será que não há solução à vista? Será que votado um governo nada mais há que nos possa livrar dos seus erros? Que sistema político é este que permite que um povo enganado não possa remediar o seu erro?!

Alguém nos pode acudir?

15 dezembro, 2012

Não consigo entender!

Mas que raio de justiça é esta que, em nome da reinserção dum criminoso, pune com pena suspensa um canalha que queima deliberadamente uma criança de dois anos, parte-lhe um braço e não dá sinais de arrependimento?!

Será que os juízes portugueses entendem que este tipo de ofensa não é passível de encarceramento de alguém já condenado recentemente por outro tipo de crime?!

Será que a criança maltratada terá de sofrer mais para que apareça castigo, ou mais alguém terá de sofrer com as agressões deste indivíduo?

Depois venham os senhores juízes queixarem-se de que não são entendidos pela população e a sua associação de classe andar para aí a reclamar de que eles poderão agir mal porque ganham pouco!

Parafraseando a dupla Agostinho & Agostinha: 
- Este país é um colosso... Está tudo grosso! Está tudo grosso!

14 dezembro, 2012

Segredo de justiça

As quebras do segredo de justiça e as fugas de informação saídas dos orgãos de investigação são, infelizmente, o pão nosso de cada dia neste deserto em que transformaram o jardim da Europa de Tomás Ribeiro.

A ministra da justiça que tanto se afadiga em declarações despropositadas a pretexto de tanta coisa, quando chega a este patamar fica-se pelas banalidades habituais, promete averiguações de que não se conhecem os resultados, e, fica tudo na mesma!

O orgão legislativo por excelência, pródigo em meter o bedelho a propósito de tudo e mais alguma coisa, emudece, assobia para o lado, critica as fugas e os seus perpetradores como se tratassem de virgens a quem o mistério da carne ainda não foi desvendado.

Por outro lado, contentores de comentadores a metro, fazem o papel de carpideiras, chorando falsas lágrimas sobre o assunto, sabendo que este lhes vai enchendo os bornais de apetitosos euros e tempos de exposição mediática.

O cidadão comum, que assiste impotente a este estado de coisas, mas que demasiadas vezes também embandeira em arco quando vê serem atingidos alguns que ele entende como poderosos, comtinua a julgar que está livre de tanto abandalhamento até ao dia em que se encontra a braços com a "justiça de praça pública". Aí geme e grita pelos seus direitos mas já vai tarde.

Poucos são ainda os que pedem uma investigação célere, resultados públicos, penas severas e dolorosas para os que cometem tais crimes.

Também não se vê, aparentemente, que se esteja a diligenciar no desenho de um manual operativo que aumente a segurança dos processos, limite os intervenientes operativos, puna violenta e capazmente quem cause ou dê azo a fugas, por pequenas que sejam.

Indemnizar os enxovalhados e dar conhecimento público do ocorrido deveria ser obrigatório e o estado ser responsabilizado por tal.

Enquanto isto não acontecer, continuaremos neste pântano que Guterres tão bem previu e onde nos encontrámos atolados.

13 dezembro, 2012

Fomos todos capados?

Depois de um forçado silêncio volto às lides por causa de um patego oriundo do continente mais atrasado do mundo que, em frente a uma plateia de apáticos laparotos, se permitiu dar conselhos aos portugueses que tem ajudado a empobrecer com umas teorias da treta.

Esse triste funcionário do FMI, talvez deslumbrado com os muitos salamaleques com que muitos portugueses o obsequiam, achou-se no direito de dar palpites sobre o que os portugueses devem ou não sentir àcerca do esbulho que lhes tem sido ministrado por instruções  de outros pategos iguais a ele.

As rádios e televisões mais a pasquinada habitual desataram a ampliar as tratantadas e disparates que nos foi servindo, como se de dogmas se tratassem e vai daí nem um pio sobre o descaramento e atrevimento do personagem.

Tudo corre bem e o País está a curar-se..., mas ainda há mais remédio amargo a ser tomado,  talvez, diz o Abebe, se calhar porque vive muito acima das possibilidades das populações qie diz ajudar e que lhe pagam principescamente pelos disparates que comete.

Ninguém o confronta com o delirante orçamento, o derrapante défice, o terrível desemprego, a abjeta miséria que se instala, o desmantelamento do País, etc.!

Pelos vistos nada disto é importante para os que o convidaram e para os que lhe poderiam ter feito perguntas sérias, ponderadas e incisivas.

Se calhar todos nós merecemos isto, pois poucos vejo a indignarem-se com tal pesporrência da parte de quem devia andar envergonhado e a apresentar desculpas por nos ter lançado no abismo com os remédios que nos obrigou a tomar.