30 janeiro, 2006

Pelos vistos ainda não há novidades

Pois teima-se em continuar a falar das eleições presidenciais da semana passada..

A quem interessará discutir o passado, agora que o futuro nos recomenda que façamos boa utilização do presente?!

Fim-de-semana com Augusto Gil

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

27 janeiro, 2006

Mozart


Faz hoje 250 anos que Mozart veio ao Mundo.

Há muito que não assistíamos a tanto entusiasmo por um evento que caísse longe das habituais preferências da generalidade do povo português.

Já não era sem tempo, que um músico, fosse o tema central dos noticiários, quer dos jornais, das rádios e até das televisões.

Menino prodígio, aos cinco anos exibia-se já em salões onde a nobreza acorria para ver a virtuosidade do filho de Leopold Mozart, actor, cantor, violinista e compositor de razoável nomeada.

Bastava-lhe ter escrito As Bodas de Fígaro ou o Don Giovanni para ser lemvrado eternamente, felizmente para nós foi muito mais prolifico, deixando-nos mais de duas dezenas de óperas, mais de meia centena de sinfonias, música sacra e de câmara.

Hoje é dia de o ouvir, que é o que estou a fazer neste momento.

26 janeiro, 2006

A Câmara volta a atacar

A pedido do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, a CMP decidiu aceitar o convite para, sem ter sido demandada, intervir na contenda sobre a Avenida dos Aliados, como se pode ver ontem no site dos ALIADOS.

Não se entende muito bem mais esta atitude da CMP em todo este processo, pois tão depressa diz que nada tem a ver com o assunto e reconhece o direito a ser reanalizado o projecto, como logo de seguida vem defender o mesmo com argumentos de lana caprina.

Poder-se-á assim especular sobre o seu posicionamento no que respeita à questão da alteração da traça da Avenida dos Aliados, pois não se compreende esta intervenção, a não ser como mais uma manobra de protelar uma decisão judicial em tempo útil.


Dá claramente a impressão de que o sr. presidente fala a duas vozes, uma para jornalista ouvir, e onde refere que nada decidiu, nem autorizou, nem tampouco imaginava o alcance da reestruturação em curso, e por outro lado, no recôndito dos gabinetes, com a sua voz oficiosa, terá dado luz verde a tão insólita alteração deste espaço público, altamente considerado pelos portuenses.

Esta dicotomia de posições, só será possível, se afinal, o sr. presidente, não for a pessoa que diz ser, e que nunca chegou a enganar muitos dos seus detractores, provando assim, com estas manobras dilatórias, que só está a servir os que pretendem destruir um símbolo local, para deixar marca na história.

Ou será que os serviços jurídicos da CMP já trabalham, à revelia do presidente?!

24 janeiro, 2006

Bem observado

No Ideias Soltas, o link é aqui.

Conversa da treta

O povo português, mais uma vez, nestas eleições, demonstrou o seu (ou a sua)...

a escolher:

...civismo, apego à democracia, sentido de dever, educação, vontade, maturidade, confiança, perspicácia, confiança no futuro, ...

Quem venceu foi A.... e quem perdeu, óbviamente, foi B...., muito embora C e D também ...

A partir de agora serei o presidente de todos os Portugueses

Farei tudo ao meu alcance para...

A culpa da derrota do :::: foi de :::::

Que seca...

23 janeiro, 2006

Interludio

Engano meu

Afinal, depois de terem acabado as eleições continua a falar-se delas.

Por todo o lado.

Já não tenho pachorra, o melhor será fazer um interlúdio.

Discutir o Porto

N'A Baixa do Porto, a Juventude Popular dá a conhecer o seu interesse em discutir a cidade e o seu futuro, pelas 21H30, no Café Majestic, no próximo dia 25.

É deste tipo de iniciativas que precisamos.

Vamos lá discutir o Porto.

Ora ainda bem

Acabou a campanha para eleger um presidente!

Será que acabaram as nossas preocupações agora que temos substituto para o Sampaio, e, assim sendo, já poderemos dormir descansados?!

Creio que não, mas talvez, a partir de hoje, se comecem a discutir coisas mais interessantes.

Faço votos para isso.


20 janeiro, 2006

Portuenses do coração

Comecei hoje uma nova coluna (à direita), chamada de Portuenses do coração, pretendendo dar a conhecer todos aqueles que não nascendo nela, e são muitos, nesta cidade viveram e a amaram, engrandecendo assim o seu nome e o seu espólio.

A todos eles, esta simples homenagem de um portuense agradecido.

N de NORTE

Começou por ser um projecto para o audiovisual nortenho, daí a sigla RTPN - N de NORTE.

Afirmou-se lentamente, mesmo sendo distribuída por cabo, mas pelos vistos assustou alguns políticos que pelo Norte foram aparecendo.

De Lisboa, via governo PSD/PP, veio a primeira machadada, fortemente apoiada pelos que têm medo de perder o protagonismo provinciano.

Agora, com uma maioria PS, vem a segunda... o N de NORTE, saloiamente transforma-se em N de NOTÍCIAS, como se fossem precisas mais notícias do umbigo, para além das emitidas pelos cinco canais habituais.

Cá por cima, o silêncio é incomodativo!

Será que a vergonha de ser bairrista chegou ao NORTE de PORTUGAL?

19 janeiro, 2006

Presidenciais

Uma vez que qualquer um dos candidatos que vier a ser eleito, certamente não vai resolver os problemas do País, mas apenas arranjar mais uns cobres para a sua já bem abonada reforma, pergunto:

- O que faz tanta gente andar a falar e a escrever sobre as eleições presidenciais? Será apenas vontade de falar sobre o tema, ou será que não têm capacidade/vontade para debater o futuro cá do rectângulo?!

Edgar Allan Poe

Faz hoje anos que nasceu Poe, em 1809 na cidade de Boston, fruto de uma mistura de sangue inglês e irlandês, dum casal de actores itinerantes.

Idolatrado por muitos e odiado e desprezado por outros tantos, Poe poderá ser tudo o que lhe queiramos chamar, com a excepção de ignorado ou ignorante.

Numa pequena homenagem ao poeta, aqui fica um dos seus poemas mais autobiográficos.


A L O N E

From childhood's hour I have not been
As others where - I have not seen
As others saw - I could not bring
My passions from a common spring -
From the same source I have not taken
My sorrow - I could not awaken
My heart to joy at the same tone -
And all I loved - I loved alone -
Then - in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life - was drawn
From every depth of good and ill
The mistery wich blinds me still -
From the torrent, or the fountain -
From the red cliff of the mountain -
From the sun that round me rolled
In the autumn tint of gold -
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by -
From the thunder and the storm-
And the cloud that took the form
When the rest of Heaven was blue
Of a demon in my view.

18 janeiro, 2006

Cultura!

A ministra da Cultura substituiu o director do Teatro Nacional e logo apareceu um grupinho de amigos a apresentar uma petição a pedir que o Ministério da Cultura faça isto e mais aquilo!

Julgava eu, que o Ministério da Cultura não servia para isso, mas apenas para apoiar os artistas e as instituições culturais, mas pelos vistos o que lhe pedem os agentes culturais é que crie 'tachos', e se possível bem remunerados mas só em Lisboa ou no Porto - eles falam eufemisticamente em Região Norte!

Pois é! Cá por casa a cultura faz-se, não de acordo com a disposição/inspiração do(s) artista(s), mas sob a batuta dos políticos!!!

É triste, ver pessoas que deviam lutar pela emancipação da cultura. a pedirem para serem dirigidos por quem dela porventura poderá ter ideias muito desfasadas dos interesses e apetências de cada um.

É a cultura da pedinchice...


Será que o frio se foi?

O Sol, embora timidamente, aquece-nos um pouco. Será para valer?

14 janeiro, 2006

Até qualquer dia

Sem o esperar, saibo da tua partida e sinto que a minha vida não mais será como antes.

Melhor? Pior? Quem o sabe? Diferente será, sem dúvida alguma.

Mas quando escolher um vinho para servir, recordar-te-ei, do mesmo modo que o farei nos meses de Janeiro que porventura irei viver, quando experimentar um novo chá ou mesmo no comezinho gesto de apertar uma torneira.

Irá fazer-me falta o troar alegre da tua voz, que se ouvia pela casa toda e a tua expansiva maneira de ser, e, se calhar até terei saudades dos teus amuos.

Foram muitos anos, por isso espero encontrar-te ainda no dia em que todos os mistérios me forem desvendados.

Acredito que sim, por isso, não te digo adeus, mas apenas até lá...

13 janeiro, 2006

Mais um

Desta vez é a Constança Cunha e Sá e todo o seu entusiasmo tansbordante a ressumar n'O Espectro.

A visitar diariamente, já vai para os links das Leituras com Sal.

SEGUNDO POEMA DA CIDADE

O segundo poema da cidade
Foi feito de manhã
Quando o Sol começou
A brincar nos telhados,
Quando os eléctricos principiaram
A atravessar as ruas sonolentas,
Quando os barbeiros abriram as portas,
Os ardinas trouxeram os jornais,
Os caixeiros vieram para as lojas
E os automóveis e os camiões
Passaram apressados, buzinando.
O segundo poema da cidade
Foi feito quando passou o enterro
Dum jovem triste que se suicidara,
Foi feito quando um milionário velho
Saiu sorrindo da casa da amante.
O segundo poema da cidade
Foi feito de manhã
Quando o Sol beijou da mesma maneira
As flores, os homens, os automóveis
E os pescadores no mar.

António Rebordão Navarro
in, Ao Porto
- Colectânea de Poesia sobre o Porto

Sobre a liberdade e ónus de prova

FJV, no seu Origem das Espécies, publica este texto que eu recomendo ler obrigatoriamente.

É demasiado estúpido o que se está a passar em Portugal sobre este assunto, e as personagens intervenientes, só têm demonstrado a sua impreparação política e cultural no que respeita aos conceitos de liberdade e democracia.

James Joyce

Há 65 anos, faleceu o escritor do Ulisses, obra publicada em França em 1922, e que foi proibida, quer na Inglaterra - até 1925, quer nos Estados Unidos - até 1933.

Controversa, foi uma obra que marcou a literatura do início do século passado, onde lê-la, era sinónimo de independência e rebeldia para com os cânones sociais.

A CDU aprendeu

Depois da experiência do blog do Rui Sá, a CDU aprendeu, e vai daí, criou um, sobre o Porto, com a frase da campanha - O Porto Primeiro.

Embora meta propaganda política pelo meio, o que até é natural, dá algumas pistas para se entender o que se passa no miolo da vereação.

A ler... com os cuidados devidos, evidentemente.

12 janeiro, 2006

Chama-se a isto competência e honestidade?!

JPV, mais uma vez, n'A Baixa do Porto, dá-nos uma perspectiva clara e honesta, do modus operandi dos vereadores responsáveis pelo Urbanismo da CMP!

Há quem chame a este tipo de decisões, competentes, honestas e servidoras do interesse público!

Eu gostaria de saber porquê?!

Uma boa notícia

Leio com agrado, nos ALIADOS, que as magnólias estão salvas.

Valha-nos ao menos estas pequenas vitórias de Pirro. Entretanto, os doutos juízes, continuam a avaliar da bondade da providência cautelar interposta por quem de direito!!!

Será que teremos despacho antes de concluída a remodelação?

Poderão os doutos juízes, levar o processo para fim-de-semana e darem-lhe o andamento necessário?

Era um grande favor que faziam, quer à causa da justiça, quer à cidade.

Desespero

Este meu computador!

Pelos vistos zangou-se com os blogs! Agora, dá-lhe para ir abaixo sempre que tento aceder... será a CIA, o KGB, a Motherboard, a placa gráfica, o DVD... vamos a ver se isto se resolve.

10 janeiro, 2006

Macro-causa

O SEDE, lembrou-se, e muito bem, de chamar o nome aos bois, e levantar o problema de quem é que anda a pagar a campanha dos nossos candidatos à presidência da República.

Assim, e seguindo-lhe os passos, pede-se:

Podem por favor os candidatos presidenciais, TODOS, disponibilizar publicamente a listagem dos contribuintes para as respectivas campanhas e os montantes disponibilizados por cada um?

Ora bamos lá...

Regressado de um retiro espiritual, e não só, como sói dizer-se, é chegado o tempo de pedir para os que me visitam e, para todos os - muitos mais - que nem sequer sabem que isto existe, que o ano que entrou aí há uns dias, lhes corra de feição, pois nós por cá... todos bem!