23 junho, 2012

S. João 2012


S. João, tu és do Norte
e santo bem popular,
dá-nos um pouco de sorte
pois nos andam a matar.

20 junho, 2012

Risota

Como me tenho rido a bandeiras despregadas quando vejo estes nossos governantes que tanto condenaram o Magalhães, o 'cluster' aeronáutico alentejano ou a aposta nas renováveis a dar-se ares de grandes obreiros e incansáveis apostadores no desenvolvimento tecnológico quando andam a vender os produtos que tanto criticaram e a gabar-se dos êxitos das apostas que tanto condenaram.
Se a vergonha matasse, havia para aí enterramentos que tirariam muitas funerárias de má situação e obrigariam se calhar à construção de novos cemitérios.

17 junho, 2012

Viagem no tempo ao SNS (II)

Claro que a complicação atrás referida deveu-se, logo de início, na trnsmissão pelo INEM ao SU, pois quem no hospital o recebeu pouca ou nenhuma atenção prestou ao que lhe foi entregue e dito, limitando-se a nada perguntar, a enfiar um termómetro no ouvido do paciente, resmungar um"... ligeiramente febril..." e enfiar uma pulseira amarela no meu pulso!
Chocado com esta receção, logo me veio à memória o que tinha ocorido há muitos anos atrás, e mesmo há menos de um ano e meio, no seguimento de uma leve crise renal que me deu direito a pulseira laranja, médico em menos de vinte minutos e diferentes exames complementares num espaço de hora e meia!
Pois agora pelos vistos é assim!
Vai-se para o monte no corredor e aguenta-se! Daí se calhar vem a designação de paciente, pois é de facto preciso muita paciência para aturar este tipo de diabruras, mas adiante...
Estacionado numa interminável fila, aguardei por mais de duas horas que uma cansada médica me questionasse nos mesmos termos em que o tinha sido pela equipa do INEM, o que me estarreceu, pois bastar-lhe-ia ter lido o preciso relato escrito da ocorrência para se inteirar do assunto. Deu umas palavrinhas a abater, mediu-me a tensão, auscultou-me e tentou desvalorizar a situação ao que me opus, solicitando que me fossem efectuados exames complementares pois a minha experiência assim o recomendava.
Aquiesceu e dei início à procissão que se foi arrastando por longas horas.
Mais de nove horas, (nove!!!) depois fui então remetido para o serviço indicado que se limitou a informar-me de que necessitava de internamento urgente mas que não tinham camas disponíveis!!!!
Teria de aguardar mais quatro ou cinco horas para poder ingressar na unidade de cuidados intensivos(UCI)!
A minha mulher quando soube da novidade, dirigiu-se de imediato ao diretor do serviço para o questionar sobre todo este disparate e assim, graças à sua decidida intervenção fui levado para cima sem mais demoras e, surpresa das surpresas, deitado muma cama da UCI que tinha uma ala completamente vazia com seis camas disponíveis!!!!  
Muito mais haveria a contar, mas por agora fico-me por aqui, pois parece que a destruição do SNS está no bom caminho e corre célere, dada a competência que o ministro e a sua equipa tem evidenciado na sua destruição.
Comparar este SNS com o que encontrei nos idos de 1995 é naturalmente impossível, pois mau grado as piores instalações na altura, nunca tinha sido deixado ao abandono, nem tinha tido necessidade de mandar os familiares comprar os medicamentos que os médicos receitavam, mas que não existiam no hospital, ficar setenta e duas horas sem ver um médico, etc.
Por este andar, para o ano ainda teremos de levar médico connosco e as cadeiras de rodas ou as marquesas vão ter preços de aluguer...

15 junho, 2012

Viagem no tempo ao SNS (I)


Há cerca de dezassete anos fui obrigado a recorrer ao serviço de urgência (SU) dum hospital desta cidade, por via de uma forte dor nas costas que, erradamente,  confundi com um problema originado por uma hérnia discal.
Nessa época, o número de emergência era o 115 e não vinham buscar doentes a casa, por isso, alguém me levou ao SU, onde após uma espera de cerca de vinte (20) minutos na triagem, fui observado por um médico, medicado e posto em observação durante cerca de meia-hora, e posteriormente remetido ao serviço respetivo, que determinou o meu internamento na unidade de cuidados intensivos (UCI), ou seja, desde a minha entrada no hospital até ao internamento decorreram, quando muito, oitenta ou noventa minutos, o que deve ter levado a que me tivesse safado com uma pequena lesão.
Dezasseis anos depois, regressei ao mesmo hospital por razão idêntica, mas a história foi muito diferente…mas infelizmente para pior!
Atacado com dor semelhante, e como gato escaldado de água fria tem medo, foi chamado o INEM a casa que não se fez demorar, pois cerca de dez (10) minutos depois tinha junto a mim dois simpáticos profissionais, com equipamento moderno e capaz de resolver muitos problemas.
De acordo com os mesmos concordei em fazer uma visita ao SU mais próximo, pois o diagnóstico  parecia complicar-se e por via das dúvidas melhor seria ser visto por especialista.
Chamados os serviços de ambulância que (para surpresa minha) já esperavam no exterior, rapidamente dei entrada no SU onde tudo começou a complicar-se. 
(continua)