28 dezembro, 2011

Curiosidades!

 Interessante esta notícia, pois revela como o mesmo estado se propõe tratar diferentemente os que estão no topo da pirâmidade e os que estão por baixo.
Numa altura em que se pretende atirar as indemnizações por despoedimento (apenas aquelas que são objeto de contratos coletivos ou sujeitas à lei geral), para valores abaixo dos 20 dias por ano de trabalho (0,66 por ano) com tetos nos 12 anos de antiguidade, o mesmo estado, numa empresa tutelada pelo propagandista Relvas oferece mais do dobro nos dias por ano e limita a mais de 300 salários mínimos o valor da indemnização!!!!
Sabendo que a RTP é do estado e até nem dá lucro, como será possível chegar a este tipo de valores?
Como é possível que o estado queira fazer-se passar por pessoa de bem e tratar de maneira tão diversa os seus filhos?
O escandaloso teto agora fixado só seria atingido (atualmente) por trabalhadores que tivessem 35 anos de trabalho e vencessem a módica quantia de 4.285,71€ mês, o que, como se deduz está muito para além do salário médio nacional de 777 euros publicitado no fim do 1º semestre de 2011.
Verifica-se assim, mais uma vez, que o governo se preocupa bastante com quem vive muito acima da média, e neste caso singular até pretende colocar no desemprego quem possa a vir interessar a um novo canal privado, dando-lhe já um prémio de bom comportamento e pagando-lhes umas generosas férias enquanto o novo emprego não chega.
Depois virá o Relvas queixar-se do prejuízo que a RTP dá.

27 dezembro, 2011

Música da minha infância (X)


Vinagre à moda do Porto

Um texto de Pedro Figueiredo roubado n' A Baixa do Porto.

Então é assim?!

Então é assim que o Estado vai reduzir as suas gorduras?
Será que não existirão noutras áreas da máquina estatal excedentários ou jovens licenciados capazes de preencher estas vagas?
Será que a máquina do estado vai continuar a engordar esmagando-se a si mesma nas suas próprias engrenagens?
Será que não há ninguém que nos diga que esta notícia não estará correta?

Mais um blog

Via O Jumento, tomei conhecimento de mais um blog que aparece nesta imensa tertúlia nem sempre bem comportada.
Aqui fica o nome O Portugal Futuro.
Que tenha vida longa.

26 dezembro, 2011

Incêndios de Natal

Infelizmente, esta semana natalícia foi fértil em incêndios, um em Matosinhos, dois em Lisboa que levou a que para o local acorressem os jornalistas de serviço com perguntas de espantar até os mais pacientes.
No de Matosinhos, perguntava o entrevistador ao bombeiro com o que é que apagaram o incêncio?!
Pergunta inteligente a demonstrar que pelos vistos o repórter de ocasião não saberá ou pensa que os telespectadores não saberao que os incêndios (na maior parte das vezes) se apagam com água, que sai por umas coisas que as mangueiras têm na ponta e se chamam vulgarmente agulhetas.
Claro que a pergunta ficou deserta de resposta, pois o bombeiro não entendeu o que é que o repórter pretendia saber, e lá foi debitando os meios utilizados. X bombeiros, y carros, coordenação com os voluntários e a defesa civil, etc. e tal.
No da Braamcamp, incêndio felizmente de baixas proporções, e como o entrevistador não sabia quantos mais chouriços havia de meter para esticar a intervenção, vai de esticar o assunto e comparar aquele incêndio ao do Chiado como se a destrreuição de o piso superior de um edifício fosse a mesma coisa que o que causou a destruição quase completa de dezoito, fora os restantes que muito ou pouco também foram atingidos chegando quase à meia centena.
Já no da Elias Garcia, as reportagens foram mais comedidas o que não impediu que os 44 moradores desalojados fossem tratados por umrepórter como 44 famílias o ue é um bocado exagerado.
Gastaram-se uns minutos de notícias, mostraram-se uns bonecos mas esqueceram-se na maior parte das vezes dos porquês e do como foi possível eles terem acontecido o que demonstra que, mais uma vez, o jornalismo continua a ser mal ensinado, mal praticado, mas que também ninguém liga muito a isso.

Crise? Qual crise?

Dizem-me que a hotelaria na Madeira está a 65 % contra os habituais 100%, que no Algarve há unidades que preferiram não abrir, que a quebra aumentou 30 % e que os clientes são na sua maioria portugueses.
Entretanto as viagens para Cabo Verde, Caraíbas, Brasil e Marraquexe continuam a aumentar, o turismo alentejano anda nos 80 % e a Serra está cheia
Os empresários Madeirenses queixam-se da TAP por não ter preços competitivos para a ilha, mas esqueceram-se de baixar o preço dos hotéis ou oferecer programas promocionais até há duas semanas atrás!
Os por tugueses que viajam para o exterior nesta quadra continuam a ser muitos, o que me leva a interrogar-me, mais uma vez, quem é que está a pagar esta crise, pois não acredito que seja a classe média alta ou alta a fazê-lo sobrando sempre os do costume.

Acabou!



24 dezembro, 2011

Natal 2011

Paz, saúde, companhia, pão,
ingredientes que gostava que todos tivessem hoje na mesa

23 dezembro, 2011

Citações (LIV)

Eu acho que, para toda a gente, o que é necessário haver num país é os três S: S número um, sustento; S número dois, saber; S número três, saúde. Só a seguir ao sustento é que vem o saber. E perguntar às pessoas «o que é que querem aprender?» e eu digo isto para grandes e para pequenos.

Agostinho da Silva

Música da minha infância (IX)


Lá foi uma fatia para os chineses

Afinal não foram os alemães a levar a jóia, muito embora tenham metido cunhas (públicas segundo o PM) nem o nosso parceiro da CLP que já foi dizendo que não precisa dos professores portugueses.
Como é que a malta liberal vai explicar isto é que me vai dar um grande gozo.
Essa canalhada que passa a vida a debitar que os estados são entidades que não sabem gerir nem uma mercearia de bairro como explicarão que uma empresa estatal tenha comprado uma fatia da EDP que outros privados também queriam abocanhar?
Estes paradoxos são bastante interessantes de seguir, pois farto-me de rir com as explicações que eles dão e com o ar sem jeito como as dão, mas como agora até o Mário Crespo passou a comentador de economia, bastará juntar-lhe o Medina Carreira nesse programeco onde o José Gomes Ferreira pontua e lá irá o Herman cair nas audiências pois este trio tem muito mais piada.

22 dezembro, 2011

Natais que já lá vão

O Pai Natal
É tão velhinho
Vem pela noite
Vem de mansinho
Traz mil brinquedos
É amiguinho
Viva o Natal!
Viva o velhinho!

O bolo-rei do governo

Um bolo-rei com um buraco colossal

Espero que os que por aqui passam tenham um melhor!

Agência Nacional de apoio à emigração!

Quem pensava já ter ouvido de tudo não imaginaria que desta curiosa figura do PSD, que até é deputado europeu, saísse ideia mais pateta.
Numa altura em que este governo deveria estar a pensar em estimular a economia dando incentivos aos jovens com ideias e potencial para desenvolverem os seus próprios projetos que visassem uma melhor utilização dos recursos nacionais e os encaminhassem para a exportação potenciando assim o investimento feito na sua educação, sai uma proposta destas onde o bom senso e a capacidade para o aproveitamento do potencial do país está ausente!
São estes também os que nos queriam governar, e que não sabendo mais, lambuzam os pés do dono com a sabujice habitual. O Santana Lopes já o tinha feito, ao não ter entendido nas palavras do PM em exercício que ele tivesse mandado emigrar os professores! Como é que ele interpretará a declaração "Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa encontrar aí uma alternativa”?
Era este mesmo Santana, que antes da prebenda que lhe foi atribuída por Passos Coelho, o criticava aberta e ferozmente e ameaçava ir constituir um partido.
Ou seja, o que eles querem é tacho! Protestam quando nada lhes toca nas benesses e então este finório do Santana que é louça fina, que com a sua entrada na Santa Casa sancionou que os lucros da mesma revertessem a favor do estado numa medida que contraria frontalmente o múnus assistencialista da instituição e dando ao estado verbas a que não tinha sequer direito, tudo em nome da transparência e do corte das gorduras, ou seja tirar aos pobres para dar a quem?
Mas voltando à vaca fria, será que este deputado europeu desconhece as preocupações europeias sobre o desemprego dos jovens? Será que este títere, também no parlamento europeu vai pugnar para que os jovens licenciados italianos, espanhóis, irlandeses, gregos, belgas e outros também emigrem sob a capa de uma nova agência de emigração europeia?
Terá essa coragem?

21 dezembro, 2011

Prendas úteis a dar este Natal

Aos professores desempregados


Aos trabalhadores em geral

Aos reformados e pensionistas

Ao governo


Música da minha infância (VIII)


Citações (LIII)

É preciso que os pobres sejam tão pobres que não lhes reste mais nada para além da sua própria revolta.

Paul Morand

O orçamento de estado chegou a Belém

Tenho a impressão que foi visitar o menino, com o boi e o burro lado a lado, a mãe virgem de joelhos e o pai já entradote, apoiado num cajado.
Os pastores a seus pés cantam.
Era melhor chamarem-lhes a atenção de que vei aí um rei mago, de nome Gaspar que lhes vai levar tudo, nem a manjedoura se salva.

20 dezembro, 2011

Seguindo o conselho do governo


Tirado do Aventar

Vende-se a História

Por MARIA DO CÉU MOTA
Acaba-se com feriados históricos e se se puder, também se vende o património histórico.
A CP tentou vender o comboio histórico estacionado na Régua. Foi a Federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos que boicotou essa tentativa. O comboio, ainda operacional (!), é composto por uma locomotiva a vapor de 1923, uma composição de 1908 e outra construída no Porto em 1913, só para mencionar algumas das suas componentes. É, segundo o vice-presidente daquela Federação, ” um acervo único em Portugal e raro na Europa que deve ser preservado”.
Não se percebe que se queira fazer determinadas candidaturas à Unesco quando não se tem carinho por tudo o que diz respeito à nossa História.
É lamentável que seja uma entidade estrangeira a boicotar a tentativa de venda de património português!
Este caso fez-me lembrar o caso do nosso comboio real do final séc. XIX que transportou a rainha D. Maria II, D. Carlos e o rei D. Luis e que esteve em exposição na Holanda em Abril de 2010. Um êxito! Não pensem em vendê-lo!!
Deixo este alerta…

19 dezembro, 2011

Austeridade

Em tempo de austeridade, quando poupar está na ordem do dia, o governo resolve colocar em marcha uma mega-operação e ruma a Oeiras para abrir um forte que está fechado e sob a alçada do ministério da defesa, para se reunir!
Quanto terá custado esta reunião?
Porque é que o governo decidiu ir para um local onde não há habitualmente meios para permitir sequer uma visita dos cidadãos?
E que resultados foram alcançados que não o pudessem ter sido em local menos aprazível e onde a ministrada se poderia ter juntado com menos espalhafato?
Onze horas para quê?
Para decidir os pilares?
Ora deixem-se disso minhas senhoras e meus senhores. O país precisa de decisões e não de fogo de vista.
O Relvas ministro bem podia ter ficado calado em vez de debitar aquele pobre arremedo de informação antes mesmo de ter começado o passeio pelo forte.
Então o governo vai reunir a um domingo só para discutir estratégias para o ano que vem?
E só agora o faz!?

18 dezembro, 2011

La Mort des Pauvres

    C'est la Mort qui console, hélas ! Et qui fait vivre ;
    C'est le but de la vie, et c'est le seul espoir
    Qui, comme un élixir, nous monte et nous enivre,
    Et nous donne le cœur de marcher jusqu'au soir ;
   
    À travers la tempête, et la neige, et le givre,
    C'est la clarté vibrante à notre horizon noir ;
    C'est l'auberge fameuse inscrite sur le livre,
    Où l'on pourra manger, et dormir, et s'asseoir ;
   
    C'est un Ange qui tient dans ses doigts magnétiques
    Le sommeil et le don des rêves extatiques,
    Et qui refait le lit des gens pauvres et nus ;
   
    C'est la gloire des dieux, c'est le grenier mystique,
    C'est la bourse du pauvre et sa patrie antique,
    C'est le portique ouvert sur les Cieux inconnus ! 

    
    Baudelaire 

Será isto informação ou apenas circo?

A ASAE resolveu fiscalizar na passada sexta-feira o transporte de alimentos e suas condições, atitude louvável e recomendável pois trata-se de assegurar a saúde pública e em simultâneo de dar caça aos mixordeiros.
E se montou a operação em diversos locais para melhor cumprir esse desiderato, mais estranho se torna que orgãos noticiosos, nomeadamente a televisão, praticamente, uma hora após o seu início, dessem publicidade ao facto levando a que muita gente fosse avisada, até porque a comentadora de serviço, presente na entrada da ponte 25 de Abril, em Lisboa, ía dizendo onde as barreiras se encontravam (à entrada de várias cidades) com um à vontade que o sr. Inspector-Geral da ASAE, presente no local, tornava ainda mais curiosa esta cena burlesca.
Então será normal que uma entidade fiscalizadora publicite as suas operações através do seu representante máximo, escavacando assim todo o aparato e custos envolvidos?
Num país habituado a ver jornalistas presentes em ações de busca da PJ, prisões em direto com juízes e oficiais de diligências que não se importam das câmaras de televisão que os seguem esquecendo o dever de privacidade a que estão obrigados, processos em segredo de justiça com provas apensas que são difundidas nos meios de comunicação social, jornalistas a invadir a privacidade de quem lhes apetece em nome da liberdade de informação, talvez isto nem seja muito importante.
Para mim, é! E pensar que os meus concidadãos acham que isto é a normalidade democrática, assusta-me muito mais do que ver governantes a pugnar por introduzir na constituição mais um pedaço de paleio inconsequente.

17 dezembro, 2011

Deve andar tudo doido!

Já não falo dos países do sul da Europa, falo dos líderes dessa velha Europa que se sentam à volta de mesas em reuniões ditas complexas onde são esbanjados rios de dinheiro que tanta falta faz a quem precisa e que no fim decidem coisas mirabolantes em que ninguém acredita.
A Europa que sempre foi uma manta de retalhos, com todos a bater uns nos outros, que alimentou guerras que duraram mais de cem anos consecutivos, que construiu alianças à medida dos interesses dos ricos e poderosos, que se cindiu em religiões diversas que ainda hoje são marcas indeléveis de antigas disputas, que tem uma diversidade de linguagem monstruosa, onde dentro de certas fronteiras os antagonismos são tão fortes que quase os torna ingovernáveis, deixa-se conduzir por uma alemã do leste que traumáticamente abomina tudo a que lhe cheira a esquerda, sejam eles conceitos de raça, credo, cultura ou sociedade, que tem um medo que o estado lhe tolha os movimentos, que transforma as pessoas em simples números e que, por casmurrice, atira com o Euro contra uma parede mas sempre gritando que o defende.
Os nazis também atiravam crianças judias contra a parede em nome da defesa da pureza da raça, afirmando que não matavam pessoas mas apenas unter menschen!
A Alemanha, que tem agora a lata de vir defender um défice de 0,5 % e os restantes países que com ela alinharam se limitaram a abanar a cabeça, ou andam a brincar às reuniões ou não sabem sequer o que fazer!
A Alemanha e a França que violaram os critérios da UE quanto a défices e logo foram perdoados agora atiram pedras aos restantes exigindo-lhes um respeito que nunca tiveram, e creio bem, que nunca pensarão ter, pois lá está a salvaguarda do endividamento para se safarem da tramóia ou outras medidas que por aí virão.
Os restantes apíses, são apenas gente pequena e sem coluna vertebral, aterrados com o que lhes pode vir a acontecer num futuro próximo.
Esta canalha que se senta nos cadeirões do poder mostra que não tem preparação suficiente, nem qualidade para contruir uma Europa unida, está na hora de quem manda em democracia dizer basta, ou será que ainda acreditam em milagres?

16 dezembro, 2011

Música da minha infância (VII)


Dez anos é muito tempo!

Faz hoje dez anos que Rui Rio conquistou a cidade democraticamente e tinha na bagagem, como é habitual, um rol de promessas para cumprir.
Desde a não demolição do Bairro do Aleixo, passando pela proibição de construção no parque da cidade, pela recuperação da baixa,eliminação dos arrumadores toxicodependentes, dinamização do comércio, fixação de população, contenção económica, gestão competente, exclusão da pobreza e manutenção da segurança, tudo foi prometido.
Ao fim de dez anos o que é que temos?
Uma baixa degradada cheia de taipais, lojas e casas devolutas num estado pouco recomendável, o início da demolição do aleixo e o seu realojamento sem respeito algum à discricionaridade da autarquia, o SMAS transformado em EP e que agora se pretende privatizar, os arrumadores e toxicodependentes nos locais habituais e em rotação quase cíclica, um comércio agonizante, um rio abandonado, uma pobreza envergonhada e envelhecida, uma segurança pobre e desajustada, alguns ex-libris destruídos (Av. dos Aliados, Mercado do Bom Sucesso) outros em degradação que acabará com os mesmos (Mercado do Bolhão, Ponte Maria Pia, Cais da Ribeira, Avª da Boavista), construção no parque da cidade da famosa pista de aviões.
Pelo meio, acabaram-se com as casas de banho públicas, abandonou-se o elétrico como meio de transporte, a navegabilidade do Douro serve os privados, começaram já os problemas na rede da água e os da eletricidade estão a caminho.
A cidade perdeu a sua importência política e empresarial e o que se vai fazendo á à custa de boas vontades e iniciativas particulares.
No meio de tudo isto, não sabemos se a CMP tem mais ou menos funcionários do que tinha, pois a política agora é de substituir os funcionários por contratados a empresas, não sabendo assim em que pé ficam as contas.
Por vezes dou comigo a interrogar-me sobre o que lhe terá acontecido na infância ou na adolescência para assim tanto detestar a cidade que o viu nascer, e onde os seus pais encontravam num raio de cerca de 1.000 metros, transportes públicos ecológicos e que os levavam a todas as zonas do grande Porto, mercados de frescos, hospitais, maternidade, escolas públicas e privadas (fossem elas comerciais, industriais, liceus ou primárias e até universidade), zonas de comércio e indústria, parques e jardins, policiamento em quantidade e qualidade e até tranquilidade.
Claro que já nos habituamos à ideia que da JSD nem bom vento, nem bom casamento, mas carago, era preciso ir tão longe na destruição?

15 dezembro, 2011

Música da minha infância (VI)


Critérios editoriais

O nóvel primeiro-ministro português foi vaiado (por duas vezes - à chegada e à partida) por um grupo de populares, em Matosinhos, onde foi inaugurar uma obra cultural na companhia do senhor Aznar e outras figuras tristes da direita baixa que já há muito não apareciam nos escaparates.
Em qualquer outro país, seria notícia de primeira página e os repórteres que estavam no local de imediato quereriam saber as razões de tal comportamento da populaça.
Por cá não!
Na primeira página só o JN, os outros CM, Público, DN, I, parece desvalorizarem o sucedido ou então preferem não saber do que aconteceu.
A isto se tenta chamar informação independente! Cá por mim, anda por aí lápis azul a funcionar ferozmente ou então os critérios editoriais j´não são o que eram.

14 dezembro, 2011

Música da minha infância (V)


Gestores

Francamente não sei onde é que os vão buscar, nem quais serão os critérios para a sua escolha, mas uma coisa tenho a certeza, não será pela competência que os gestores da CP lá chegam.
Vem isto a propósito das novas medidas anunciadas de cortar comboios, encerrar serviços, alterar horários, sem dar cavaco aos utentes e tudo em nome da austeridade.
Alguém no pleno uso das suas faculdades, que tenha a responsabilidade de gerir uma empresa que vende serviços, acha que a diminuição da prestação dos ditos serviços é uma das maneiras de poupar e fazer diminuir os prejuízos?!
A CP, que a par e passo tem destruído a via férrea como opção de transporte no país, acha que não é essa a causa principal do seu destrambelhado desastre financeiro?
Será que ao não adequar a oferta de material adequado para os serviços que fornece não detrói à partida a viabilidade de qualquer projeto?
Olhe-se para o parque da CP e veja-se a quem é que ele se destina?
Ou temos suburbanos, ou transportes de média/longa distância. 
Onde estão as composições curtas de fácil manutenção e de baixos custos operativos? Onde está a rede nacional bem estruturada destinada a servir o interior e para transporte de mercadorias? Onde está a sua vertente turística hoje en dia com uma procura crescente? Onde param os horários compatíveis com as assimetrias regionais?
A CP, vem desde há longos anos a privilegiar a zona de Lisboa, as suas ligações pendulares ao Norte, um serviço péssimo a Sul e a uma exploração mais do que deficiente da sua vertente carga.
Por tudo isto, não será lícito perguntar aos ministros dos transportes o que é que andaram a fazer nesta área?

13 dezembro, 2011

Profetizando o futuro


Ainda sobre o SNS

Não há dia que passe em que, num qualquer jornal, numa rádio, num programa de televisão ou nas tascas, cafés, transportes públicos e privados, rodas de amigos ou apenas em encontros sociais, as taxas a praticar a partir de Janeiro no SNS não venham à baila.
Para além de se manter o mistério de quem será isento, de como serão aplicadas, a que fins se destinam, como serão cobradas, a que dão direito, apenas sabemos que as taxas vulgares praticadas nos hospitais passarão de 9,60€ para 20,00€ (aumento de 108 %) e que as dos centros de saúde passarão de 2,25€ para 5,00€ (aumento de 122 %).
Aliás, o ministro teve o cuidado de salientar que eram as taxas devidas nas urgências polivalentes no que se refere aos hospitais, deixando ficar em aberto quanto passarão a custar as urgências nos centros de saúde, uma vez que o preço até agora praticado é de 3,80€, e o valor que referiu de 2,25€ é o das consultas normais.
Esqueceu-se que no caso de serem pedidas análises, o que é normal, ou exames radiológicos e/ou outros o valor subirá por aí fora, pois como não é do conhecimento geral os custos desses exames acumulam com o da taxa moderadora, e o doente poderá ver-se a braços com uma conta muito mais elevada do que os 20€ propalados(vejam-se os custos atuais na portaria 1320/2010 de 28 de Dezembro.).
Ora, todas estas omissões e meias-palavras, aliadas às recentes declarações do primeiro-ministro, dão a entender que o propósito de moderador passou a ser de co-financiador não se sabendo muito bem em razão de quê ou porquê, até porque aumentando as isenções dificilmente se baixarão os custos, atirando-se no entanto para os braços dos privados a classe média que prefirirá sem dúvida atendimentos em ambientes menos lentos e com melhores áreas de espera, pois quanto a serviços outro galo cantará.
Se isto não é a tentativa de destruição do SNS, alguém me explique melhor, pois eu quanto mais olho e ouço, menos entendo.

12 dezembro, 2011

Nova história de Natal

Chegaram os reis magos!

Baltazar vem e oferece incenso.
Belchior vem e oferece ouro.
O sacana do Gaspar vem... e rouba tudo!

Dois dias a ler


09 dezembro, 2011

Música da minha infância (IV)


Taxas moderadoras?!

Vai-se ouvindo um pouco por aí que as taxas moderadoras(tm), não servem para financiar o serviço nacional de saúde (SNS), que apenas lá estão para desincentivar a ida aos hospitais de utentes sem razão válida, que são um modo de descongestionar os serviços de urgêncis (SU), que apenas cobrem uma pequena fatia dos custos que são muito mais elevados, etc. e tal.
Ora, se tal fosse verdade, teriam de se verificar determinadas condições o que não acontece.
Se formos ver as contas de exploração dos hospitais, verificámos que enquanto nas diferentes rubricas os custos se mantiveram percentualmente sem oscilações e até nalguns casos com decréscimo (custos com pessoal por exemplo) os custos com os fornecimentos e serviços externos regista um aumento significativo, ou seja nos serviços pedidos ao exterior gasta-se mais e se calhar com menos proveito.
Será que as poupanças na redução de pessoal e entrega de serviços a entidades externas em vez de gerarem poupanças geram custos?
Por outro lado, aumentar as tm's só fará divergir os utentes com maior capacidade económica do SNS para os hospitais particulares, pois aí os custos serão mais baixos do que os preconizados para urgências acompanhadas de exames complementares (SNS à volta de 100 € de tm e particulares com custos menores pois estes na sua generalidade são comparticipados por seguros de saúde ou serviços de assistência privados).
Ainda haverá a considerar que um cidadão que tenha um forte episódio de anormalidade do seu estado habitual, dado na sua generalidade não ter formação para diagnosticar a razão de tal facto, não poderá ser punido por ter ido a uma urgência só porque os sintomas evidenciados não irão ser considerados suficientes para tal.
Não há Centros de Saúde em número suficiente e dotados dos meios necessários para tratar a tempo e horas os utentes do SNS (eu, não tenho médico de família por falta de técnico na área da minha residência e até no concelho), os horários dos mesmos não são compatíveis com o atendimento fora de horas ditas normais, o transporte público não está assegurado e o do SNS não chega para as necessidades, no meio de tudo isto aplicat taxas a quem se socorre dos SU's parece apenas mais uma violência a juntar a tantas outras que estão a ser perpetradas em nome da crise.
Se querem diminuir os custos na saúde, permitam que os medicamentos sejam vendidos por unidade e não em embalagens de que apenas uma parte é utilizada, mantenham os equipamentos em boa ordem, a funcionar, operados por técnicos com formação q.b. e distribuídos harmoniosamente pelo todo nacional, reforcem as medidas de controlo do uso dos equipamentos hospitalares para evitarem o desaparecimento dos ditos, a utilização indevida dos mesmos, o seu roubo ou apropriação abusiva, recorram menos aos serviços externos privilegiando os recursos internos muita das vezes em estado de sub-aproveitamento, reduzam as mordomias aos orgãos de gestão, modernizem áreas que dão despesas de manutenção muito acima do que é rentável, criem um serviço de apoio ambulatório e diminuam a permanência dos doentes nas instituições ocupando desnecessáriamente camas que fazem falta, descentralizem serviços e façam melhor utilização dos recursos dos Centros de Saúde.
Talvez por aí cheguemos lá.


08 dezembro, 2011

Falta de honestidade intelectual

Claro, não devemos deixar crescer a dívida muito, porque isso pesa depois sobre os encargos. Todavia, para um país como Portugal, é absolutamente essencial, para a sua modernização, para o seu desenvolvimento, ter financiamento, quer para a modernização das suas infraestruturas, quer para a modernização das suas políticas, quer para o crescimento da sua economia.

José Sócrates em Paris

O que é que o Freitas do Amaral e o Paulo Portas não entenderam?

Problemas de coluna

Quando Freitas do Amaral deixou o governo de Sócrates por razões de saúde, em 2006, enquanto a esquerda lamentava a sua saída, o secretário-geral do PSD da altura, Miguel Macedo, afirmava que a saída já se deveria ter sucedido há mais tempo como se pode ler aqui, e o CDS fez o mesmo pela voz de Nuno Melo como se pode ver aqui.
Freitas do Amaral recordava ainda há bem pouco tempo que tinha sido de ostracismo o período pós saída do governo PS, em entrevista dada ao I, revelava que estava a fazer planos para regressar.
Ontem, na SIC,o professor volta a emitir opiniões divergentes das anteriores a propósito duma frase retirada do contexto duma conversa de Sócrates.
Claro que a isto tudo não será estranho o lugar de chairman que o governo e a CGD querem dar-lhe na GALP.
O delfim de Caetano e estudante em Belém no tempo da ditadura, como dizia Marcelo em cartas que escreveu, fundador do CDS em 1974, a pedido de alguns militares que queriam um partido liberal, do qual veio a abandonar a liderança em 1982 por divergências no seio da AD e do partido. Manteve-se na AR como deputado contra a vontade do CDS-PP, abandonou o PPE em 2005, andou pela ONU onde teve posições nada ortodoxas com a direita que sempre disse representar, regressou à política pelo PS e agora volta-se para o PSD!
Problemas de coluna poderá ter, mas o que me parece é que não tem coluna vertebral, pois é difícil até para um experimentado contorcionista conseguir ter tantas e diversas opiniões sobre o mesmo assunto e estar de acordo com tantos e divergentes entre si governos do País.
Este é apenas mais um caso da política à portuguesa. Dada a idade do mestre, há que parafrasear: "Não havia necessidade".

Imagem dos próximos natais


07 dezembro, 2011

Será cagaço?

O célebre João Duque, omnipresente opinador de serviço e presidente do finado grupo de trabalho para a definição do conceito de serviço público de comunicação social, segundo a notícia do I, nega-se a esclarecer a Assembleia Legislativa dos Açores afirmando que não pode prestar declarações como entidade que já não é!
Temos aqui uma nova nuance sobre responsabilidade.
O João Duque, exerceu uma função e subscreveu as suas conclusões, mas não pode explicá-las porque já não exerce as ditas funções!
Assim sendo, deverá o Direito ser corrigido, pois o ladrão só é ladrão quando exerce as funções, pois no resto do tempo será apenas cidadão. Do mesmo modo o médico, o engenheiro, o engraxador, o pescador, o polícia, o militar, o automobilista, etc., etc....
Esta nova interpretação de um senhor que até é professor catedrático sobre a responsabilidade não deixa de ser curiosa, até porque fosse ele da área do direito e não da área das ciências do malabarismo e o caso piaria mais fino.
Mas para mim, tudo isto não passa de cagaço em sustentar posições assumidas da privatização dos canais dos Açores e da Madeira ou do seu eventual desmantelamento.
Esta comissão que se foi desfazendo à medida que avançava nos trabalhos deve ter recebido bem pelo serviço, agora não se querem responsabilizar por ele.
E esta, hem?!

06 dezembro, 2011

Música da minha infância (III)


O que eles diziam (II)

A Oposição insurgiu-se, ontem, contra as nomeações deputados e militantes do PS em cargos centrais do Estado. O tema dominou o PAOD, no primeiro plenário após as férias. O PSD acusa José Sócrates de "olhar para os negócios públicos como uma coisa sua". O CDS-PP classifica a situação de promíscua e apela a uma intervenção do presidente da República. E, o BE acusa o Governo de revelar "tiques cavaquistas".
Os principais alvos foram Guilherme de Oliveira Martins, nomeado para presidir ao Tribunal de Contas, e António Vitorino escolhido como representante do Estado nas negociações com os italianos da ENI, no processo de recomposição accionista da Galp. Mas a Oposição também não esqueceu as nomeações de Fernando Gomes, para a administração da Galp, e de Armando Vara, para a Caixa Geral de Depósitos. Todos "homens do partido", criticou Ana Drago, que introduziu o tema em plenário.
Publicado no JN em 15-09-2005

 Hoje, o Público na sua primeira página diz apenas isto, Governo ignora troika e substitui gestores hospitalares do PS por outros do PSD e CDS.
Será que já se esqueceram das posições que tinham quanto às nomeações de boys?
Então já não são os critérios de competência que são fundamentais para as escolhas, mas antes o cartãozinho do partido?!

05 dezembro, 2011

Chegado da Itália

Vi hoje na televisão o novo PM italiano dizer que não dirá aos italianos coisas que a Europa lhe mande dizer mas apenas coisas que ele pensa que servem a Itália e pedir para lhe chamarem a atenção se por acaso faltar à palavra dada!
Vi hoje na televisão um PM que se nega a receber o vencimento de PM e de Ministro da Economia (pasta que acumula), porque o país dele está em crise, e entende que deve também participar nos sacrifícios.
Vi hoje na televisão a ministra italiana da Solidariedade Social emocionar-se, e de voz embargada não conseguir articular o discurso sobre a necessidade dos cortes a quem mais precisa.
Tudo isto veio de políticos de cabelos já encanecidos, e é demonstrativo de modos de estar na vida e em sociedade.
Creio que os italianos compreenderão e irão ajudar no que puderem.
No meu país atitudes destas, mesmo a fingir, não passam pela cabeça de ninguém.
No meu país, o meu PM é um caniche ao colo de uma senhora alemã que não sabe para onda vai.
No meu país, os ministros sacam subsídios de renda de casa, não porque tenham necessidade, mas apenas porque a lei lhes permite fazê-lo.
No meu país, os ministros chegam de lambreta à tomada de posse e ao fim de alguns dias alugam carros de luxo para as suas deslocações.
No meu país, há ministros que quando são contestados dizem que são vitímas de ataques organizados.
No meu país há polícias infiltrados armados nas manisfestações populares para armarem arruaças, e chefias que ameaçam com mais violência.
No meu país os ricos são poupados à crise, e os pobres espoliados até ao tutano.
No meu país cantaram um dia:
 e a canção perpetua-se nos dias de hoje.

04 dezembro, 2011

Como é que vão as gorduras do estado?

Esta coligação que está no governo, chegou ao poder graças às mentiras que foi debitando em campanha eleitoral e que os pobres dos portugueses engoliram que nem patinhos.
Uma das mais badaladas era o famigerado corte nas gorduras do estado, sem nunca se atreverem a dizer onde estavam localizadas tais gorduras e muito menos dizerem quais é que iriam cortar.
Chegados ao fim do ano, concluímos que o estado mau grado ter cortado, não nas gorduras do estado mas no vencimento dos funcionários públicos e nas reformas e pensões dos cidadãos vulgares, pensa gastar mais no ano de austeridade que aí vem, e não é apenas por ter de gastar mais na gestão da divída pública.
Tirando os simbolismos das viagens em turística, do aligeiramento do vestuário no Verão na agricultura, na proibição dos cartões de crédito, assistimos a uma total ineficiência ou falta de orientação do sentido dos cortes.
Cortar gorduras tornou-se sinónimo de cortar remunerações e não de tomar medidas estruturantes que são as únicas que produzem benefícios duradouros e eficazes.
Os pobres ministros, vão disparando em todas as direções a ver se acertam em algo que valha a pena.
Creio mesmo, que a maioria deles não faz a menor ideia do que seja gerir uma mercearia quanto mais um ministério ou um país.
O estado continua a engordar com assessores, grupos de acompanhamento, especialistas, comissões e serviços produtores de resmas de papel que ninguém lê, de duvidoso préstimo e de paupérrima utilidade que, pelos vistos, apenas servem para alimentar a bolsa de um grupo que gravita como rémoras à volta dos tubarões ministeriais.
Temos um BdP onde os seus quadros de topo ganham mais do que os seus congéneres americanos e europeus. Temos uma presidência da república que fica mais cara que certas monarquias e não tem o valor turístico que elas têm. Temos uma AR com deputados a mais e trabalho a menos. Temos uma data de orgãos que não sabemos ao certo o que fazem, para que servem, nem sequer quanto custam.
No meio de tudo isto há uma casta de priveligiados que engordam e um cardume imenso de miseráveis, pobres, remediados e pequeno-burgueses que são espremidos até ao tutano.
Salvam-se finalmente deste imbróglio as célebres gorduras do estado que continuam a acumular-se como se o governo tivesse apenas apostado em ser formoso, pois o povo bem o diz que gordura é formosura.

03 dezembro, 2011

Música da minha infância (II)


Sobre a falta de educação

No tempo da outra senhora, aliava-se geralmente a falta de educação (eufemismo utilizado para crismar a insolência) aos pobres e iletrados.
Desculpavam-se por vezes quer uns, quer outros, pois a vida que lhes era madrasta não lhes dera atempadamente normas de conduta que regiam a sociedade mais culta e esclarecida.
Os princípios morais eram transmitidos nas escolas que muitos nunca frequentaram ou no seio de famílias que mesmo analfabetas tinham um elevado sentido de retidão.
Os tempos mudaram, há até quem diga que evoluíram, o que é verdade em certos aspetos, como nas ciências, nas artes ou até em certas áreas sociais, mas o crescimento da insolência tem vindo a crescer exponemcialmente a par com o egoísmo cego.
A falta de educação que geralmente se confinava há uns anos atrás aos campos de algumas práticas desportivas, nomeadamente no futebol, e nas arruaças de bêbados, saltou para os palcos extravasando da brejeirice das revistas e jornais humorísticos, passou a fazer parte do discurso político e já entra na AR pela porta grande, pela voz de gente dita educada e com lugares na administração da coisa pública.
Este desnorte que acompanha o País que somos, tão diferente do que fomos e onde se perderam as noções mais elementasres de convívio entre cidadãos, exala um cheiro de fim de época onde nem sequer os velhos se dão ao luxo de servir de exemplo aos mais novos.
O exemplo dado por um tal Costa, funcionário público, que desde que trabalha se dependura na teta estatal com uma breve passagem pelo privado, ao dirigir-se a alguém que é representante do povo português é exemplo acabado do pasmoso estado a que a educação chegou.
Se estivéssemos num qualquer país evoluído a demissão seria o caminho a seguir por tal personagem, como estamo aqui, na terra dos brandos costumes (para os poderosos, claro!) tuido isto não passa de mais um fait divers que zurze num político do partido da mó de baixo.
Por onde andará o Zorrinho, o grupo par(a)lamentar do PS, o seu secretário-geral e outros distraídos do costume?

02 dezembro, 2011

Musica da minha infância (I)


Como entender?!

Assistimos há dias a um coro de vozes que chamavam a atenção para o facto de as greves custarem segundo uns 76 milhões outros 280 milhões, neste intervalo há variações para todos os gostos.
Ora se as greves gerais custam tanto ao país e os trabalhadores aderentes não são pagos, porque carga de água é que este governo que diz que estamos em dificuldades se dá ao luxo de oferecer pontes aos pares num ano de aflições?!!!
Ou alguém do governo anda a mentir, o que até nem é de estranhar face aos hábitos há muito adquiridos ou são uns perdulários e incompetentes gestores da máquina do estado.
Alguém tem explicação para isto?

01 dezembro, 2011

É isto um ministro das Finanças?

Segundo Vitor Gaspar, ministro das finanças de Portugal e, segundo afirmam, reputado técnico de gabinete, um fundo de pensões engolido pelo estado (neste caso o dos bancos privados) é considerado uma receita extraordinária (aqui até posso estar de acordo, porque acho extraordinário que um governo assuma compromissos que desconhece) e irá permitir o pagamento de divídas da administração pública!
Então os fundos de pensões não se destinam a pagar pensões futuras de futuros pensionistas?
Se não, então porque tiveram de ser constituídos? Se sim, quem é que irá arcar com o pagamento das pensões no futuro depois de delapidados os fundos em coisas a que não estavam destinados?
Parece-me que o ministro das finanças, não passa de apenas mais um malabarista dos números e das palavras que se esconde atrás de uma fachada de papelão construída para consumo interno.
Que será feito daquelas histórias que as oposições PSD/CDS chamavam encargos para o futuro sem conta nem medida?

30 novembro, 2011

O que eles diziam (I)

"O CDS tem um conjunto de princípios que são muito conhecidos. O CDS não viabilizou o PEC, nem o I nem o II, votou contra, porque tinha um aumento de impostos. Hoje os portugueses sabem claramente que o CDS não dará os seus votos para se proceder a um aumento de impostos", disse Pedro Mota Soares.

08.09.2010

Incredulidade

Não, não quero acreditar que a polícia portuguesa infiltrou numa manifestação agentes à paisana com o intuito de provocar atos agressivos por parte dos manifestantes.
Gostaria de ver alguém sério a desmentir esta possível atoarda, gostava de ouvir os sindicatos das polícias a desmentir o presumível boato.
Enquanto isto não acontecer, penso que a democracia azedou e que já se sente no ar o riso sacana do finado de Santa Comba.

29 novembro, 2011

Tretas

Discutem-se feriados, dá-se mais meia-hora diária aos patrões, reduzem-se salários e pensões, aumentam-se impostos e taxas e, pelos vistos, sentem-se felizes!
Desde os políticos que embarcam nestas discussões, passando pelo povo que as atura ninguém nos diz para que se faz isto e qual o fim a que se destina.
Uns dizem que é para diminuir o défice! 
Não sei como o défice diminuirá se diminuirem as receitas, se mantiverem as despesas e se cortar no consumo que consequentemente baixará a produção e criará desemprego que comerá mais um bocado da fatia da SS.
Outros dizem que é por causa da produtividade, mas também não entendo como é que ter uma loja aberta mais meia hora por dia que já há muito não tem clientes, aumentando os seus custos energéticos e diminuido o período de descanso dos seus operadores irá aumentá-la, do mesmo modo que não vejo qual será o lucro de ter uma fábrica que tem o armazém cheio por falta de saída da mercadoria, poderá ter interesse em aumentar o período de laboração, pois os custos disparam e a produtiviodade cai a pique, tal como a escola que irá estar aberta mais meia hora sem horários nem alternativas para o seu funcionamento apenas estará a delapidar quer a energia de quem lá trabalha e a aumentar os seus custos de manutenção.
Pelo caminho vai-se perdendo o sentido de nação. E a religião dá mais uma machadada nos seus ritos que são afinal o cimento que agrega o monumento da fé.
Por hábito temos a mania das comparações, e é fácil ouvir papagaios a elaborar listas de feriados de outros países e afirmarem que nós temos mais do que os outros.
Para além da falta de verdade subjacente a tais afirmações, grosso modo os feriados existem em todo o lado e em número que varia fortemente conforme as regiões, por regra confundem os feriados nacionais com aqueles em que em alguns lados encerram alguns serviços públicos, como por exemplo nos USA que apenas tem dez (10) feriados nacionais, a que depois se lhe juntam o 17 de Março (St. Patrick's Day) que quase paralisam as cidades com desfiles e festas, o 4 de Julho (Independence Day), o Thanksgiving (4ª quinta-feira de Novembro), 0 31 de Dezembro (New Year's Eve) onde se vai para o trabalho mas nada se faz para além de festarolas e brincadeira, e isto para não falar dos restantes religiosos que num país de culturas diferentes são mais do que muitos.
Dou o exemplo dos USA pois geralmente é considerado país de alta produtividade, mas poderia fazê-lo em relação a muitos outros como por exemplo o Japão com vinte e quatro (24) o que equivale a dois dias por mês.

28 novembro, 2011

27 novembro, 2011

Porque gosto!

Tirado do Abrupto, com a devida vénia.
Indifference
When I am dead I will not care
Forever more,
If sky be radiantly fair
Or tempest roar.
If my life-hoard in sin be spent,
My wife re-wed,--
I'll be so damned indifferent
When I am dead.

When I meet up with dusty doom

What if I rest
In common ditch or marble tomb,
If curst or blest?
Shall my seed be to wealth or fame,
Or gallows led,--
To me it will be all the same
When I am dead.

So say for me no pious prayer,
Be no tear shed;
In nothingness I cannot care,
I'll be so dead.
I shall not reck of war or peace
When I go hence:
Lord, let me win sublime release,--
INDIFFERENCE!  
 (Robert William Service)

Citações (LII)

Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.

Jean Jacques Rousseau

26 novembro, 2011

Incongruências

Ouvindo o que se vai dizendo por aí, e sabendo agora que finalmente a crise é internacional e que o País destrambelhado que os anos de ouro dos dinheiros comunitários nos deixaram começam a dar os seus frutos (podres e escassos), é assaz curioso ver como as posições dos opinadores se vão mudando.
O que antes era incompetência e teimosia passou a ser circunstância e determinação.
O que antes foi apadrinhamento passou a ser necessidade de confiança política.
O que antes eram sacrifícios inauditos passaram a ser necessidades dolorosas.
O que antes era propaganda passou a ser esclarecimento.
O que antes eram mentiras pré-fabricadas passou a ser ajustes de discurso por força dos eventos internacionais.
O que antes era despesismo passou a ser prudência, necessidade de mecanismos de aconselhamento e informação, esclarecimento das medidas a tomar.
O que antes era corrupção passou a ser presunção de inocência.
O que antes era violação grosseira do segredo de justiça e não era investigado passou a sê-lo por respeito para com o cidadão exemplar.
O que é válido para os sucateiros tornou-se danoso para os senhores doutores do capital.
Ostracizam-se os Melancias, Varas, Penedos, Sócrates e quejandos e deixam-se de lado os Tavares, Silvas, Jardins, Valentins, Loureiros, Oliveiras, Tavares, Costas e o que mais se verá.
No meio de tanta incongruência admira-me que não andemos todos a águas pois o estômago e o fígado não aguentam com tanta mixórdia.

25 novembro, 2011

Lá vamos cantando e rindo...

... levados levados sim!
Hoje, 25 de Novembro, há ainda quem se lembre da movimentação militar levada a efeito contra o totalitarismo que ameaçava esta pátria que é minha.
Afinal serviu para quê?
Hoje em dia, tendo mais bugigangas para nos entreter (telemóveis, computadores, ipad's, ipod's, gps's, tv's coloridas planas e a 3D, férias com tudo incluído em ilhas sub-desenvolvidas, carripanas que gastam pouco mas que custam muito, casas próprias que nos levam couro e cabelo, micro-ondas, máquinas de lavar, secar, humidificar, ralar, fazer pão, sopas, batidos  e muitas mais inutilidades) somos contudo mais pobres.
O desemprego anda por aí sorrateiro apanhando até os mais prevenidos, a fome espreita à espera de caçar mais um, o desespero vai-se instalando em lares que até há bem pouco tempo julgavam que a austeridade tinha desaparecido dos seus hábitos.
Entretanto, estranhamente, vemos algumas (pouycas) classes a debitar afanosamente discursos sobre a austeridade que teremos de suportar (nós, não eles!) com o ar mais natural e simplório, como se o povo fosse qualquer coisa que se pode calcar, emporcalhar, desprezar como se de um tapete se tratasse.
Os mentirosos de hoje, são precisamente os mesmos que se proclamaram detentores das soluções e verdades que os mentirosos de ontem fabularam!
Os que nos pedem sacrifícios hoje, são exatamente os mesmos que clamavam pelo fim dos mesmos aos que os antecederam!!!
No meio de tudo isto, lá vamos em manada, de cabeça baixa, esperançados num deseja insano de que alguém irá fazer algo por nós.
Este povo crédulo que assim alimenta os seus líderes com a sua esperança e sacrifícios tem de merecer o que sofre.
Não tenho dúvidas.
Espero que os olhos se lhes abram e vejam o precipício em que estão a cair. Que os abram a tempo de ainde se poderem agarrar a alguns providenciais ramos que vão aparecendo, pois daqui a uns tempos até essa ramagem desaparecerá e teremos de esgravatar com as mãos em sangue o pão que os diabos amassaram.
Os líderes de agora, acolhidos em fortalezas atempadamente bem guarnecidas, rirão e brincarão, aliás como o têm vindo a fazer desde que o bicho homem existe.

24 novembro, 2011

Greve Geral

A única coisa que esta greve talvez vá fazer é assustar uns poucos, sacar uns trocos a quem já pouco tem, e dar um gozo do caraças aos que nos chupam até ao tutano.
Basta estar atento à música que as televisões estão a dar nos noticiários, com as ridículas imagens dos restos de duas garrafas de cerveja partidas num passeio ligeiramente chamuscado, uma janela partida com um estore igualmente chamuscado e uma notícia de uma lata que não se vê para se aquilatar da qualidade da informação.
Chamar coqueteis Molotov àquilo, será o mesmo que apelidar de pão-de-carnes a um triste pão com fiambre ou cruzador a um vulgar cacilheiro.
No fim lá iremos saber que os mais de 80% dos sindicatos serão apenas 5% para o governo e ficará mais um capítulo encerrado. Até à próxima que, se calhar, não vai ser tão dócil e tão serena.

15 novembro, 2011

Há informação a mais!

O provedor da RTP entende que os espaços noticiosos deverão ser mais pequenos dando cobertura ao relatório do que resta do grupo de trabalho nomeado para fazer uma análise e defenir o conceio de serviço público de televisão.
Julgava eu, que a informação e a formação deveriam ser os pilares básicos do serviço público televisivo, mas pelos vistos enganei-me.
Quanto à informação dizem que a querem mais pequena, com menos conteúdo, ou seja sejam limitados ao essencial!
Ora, melhor seria dizer que se deveria acabar com a informação exceto a que diz respeito às visitas a fazer ou feitas pelos orgãos de soberania, transmitir a agenda do canal parlamento e dar o boletim meteorológico. O resto, que o fizessem os canais privados da maneira que entendessem.
Gostaria de ler o restante arrazoado de tão inteligente grupo, pois pela amostra vê-se bem o que pretendem.

14 novembro, 2011

Democracia?

Um após outro os governos são derrubados pela mão invisível dos mercados sem ninguém questionar o assunto.
As virgens que se escandalizaram com as palavras do Otelo, assistem impávidas e serenas à substituição dos PM de vários países europeus sem dar um pio.
Dizem que chegou a hora dos tecnocratas! 
Mas quem os elegeu? Que povo é que os mandatou para tal tarefa? Não será este arremedo de oligarquia política nada mais nada menos de que uma encoberta ditadura patidocrática?
Se eu, cidadão livre, não gostar do caminho que o governo está a tomar tenho de me juntar a outros descontentes, sair à rua, protestar a ver se o PR se convence a dissolver a assembleia e a devolver o poder ao povo que deve ser soberano.
É isto que temos estado a assistir?
Não, não é, então onde raio é que está a democracia?

11 novembro, 2011

Fotos a recordar (I)

Esta chegou-me pela mão de um grande fotógrafo que ama a minha cidade.


11.11.11

Para além de um significado especial para mim e para os que me são mais próximos, resta-me a certeza absoluta de que não repetirei este comentário nesta vida, estando no entanto muito feliz por poder celebrá-la.

10 novembro, 2011

Desagregação

A Europa desagrega-se e esboroa-se perante os nossos olhos incrédulos com o que afirmam os mesmos políticos que há meia dúzia de meses atrás diziam aos colegas que o que era preciso era investir.
Mas investir onde?
Na compra dos seus produtos, claro!
A Alemanha tem fábricas espalhadas pelo mundo não por ser boazinha ou ter pena dos seus congéneres europeus, mas porque lhe dá lucro.
A França tem uma aposta forte na indústria aeronáutica porque quer competir com a Boeing e com a Nasa e para isso serve-se dos melhores cérebros europeus que paga a peso de ouro.
A Inglaterra metida na sua ilha, não larga a libra nem vai em conversas sobre a emigração mou a segurança.
Cada pais vê a UE como um armazém onde quer apenas colocar os excedentes e procurar produtos a baixo preço.
Deixem os europeus de comprar à Alemanha a maquinaria pesada e comecem a fazê-lo à China ou ao Japãp e a Alemanha irá ao fundo, principalmente se tiver de pagar o que se recusa a fazer por causa das suas políticas expansionistas.
Venha o Brasil ocupar o 'cluster' aeronáutico para os võos de curto e médio alcance e a França verá as dificuldades em que entrará.
Venham os chineses e indianos oferecer produtos informáticos ao preço da chuva e a América chiará e os telefones do Norte da Europa caírão a pique.
Quem hoje canta de galo porque tem os clientes presos pelos gargomilos poderá amanhã vê-los fugir dum Euro que querem construir só para si e pagar as suas mercadorias em rublos, rupias, reais ou yuans.

09 novembro, 2011

A coerência da honestidade

Ainda há dias estava com pena do sacrifício imposto aos portugueses, hoje aparece na televisão a anunciar que vai propor a privatização de 45% das Águas do Porto, EM, sendo necessário para isso aumentar a água em valor superior ao da inflação (1%), e igual ao da inflação nos restantes anos.
O presidente da CMP, mostra mais uma vez que a bota não bate com a perdigota, pois se os serviços não são bons e estão politizados, é à Câmara que compete resolver o problema, pois a privatização não irá despolitizá-los, a não ser que haja empresas cujos patrões são apolíticos!
E se a água está cara e mal distribuída a culpa não será do governo mas apenas dos erviços ou da orgânica a que foram submetidos pelo mesmo senhor que agora propõe nova alteração.
E se o problema é a dificuldade de financiamento porque é que a Câmara não o tem sabendo que o mesmo era necessário?
Onde anda a planificação atempada? E a gestão de qualidade excecional? Será que há honestidade em tudo isto? Serão os aumentos de água compatíveis com a pena que Rio demonstrou há dias pelos mais desfavorecidos e por um país em crise, nomeadamente na cidade envelhecida que ele tem tentado destruir.

08 novembro, 2011

A comunicação social que temos

Ouço abismado num dos telejornais da SIC Notícias esta linda entrada:

Os portugueses prevêem gastar em média 530 euros este Natal, menos oito por cento do que no ano passado, apesar do corte de 50 por cento no subsídio, de acordo com um estudo da consultora Deloitte hoje divulgado.

Não sei como é que a Deloitte chegou a este número deveras surpreendente, até porque em 2009, na zona do Grande Porto, o IPAM arriscava um valor médio de 490 Euros! E dizia que na amostra s´´o teriam entrado três centenas de inquiridos.

Os portugueses que encimam a notícia (ou seja todos os portugueses) no desenvolvimento da notícia passam a ser apenas e afinal os consumidores, ou seja, aqueles que pensam em fazer compras o que é muito diferente da totalidade dos portugueses, mas logo a seguir dizem que este ser o valor mais baixo nos seis anos que refere!
Claro que tinham de ser seis, número mágico que é habitual ver em estudos comparados...
Se calhar a Delitte não diz nada disso, diz apenas que esse é o valor a gastar por cada casal (sentido lato de household) que muitas das vezes compreende dois, três, quatro e mais pessoas.
O spin feito pela locutora de serviço é que não se compreende muito bem, se é para fazer humor, ou se é freete que lhe mandaram papaguear.
Num país em que o desemprego aumenta e enche muitos lares, em que o subsídio de Ntal leva um corte magistral, ver os perdulários portugueses a gastar mais do que o ordenado mínimo por cabeça só lembrará a algum pateta daqueles que andam cá apenas para sacar o deles e enganar a malta.

07 novembro, 2011

Dois pontos de vista curiosos

Claro que eu estou do lado do Georgios.

Como um grego ensina a um alemão a história das dívidas 

A ler com muita atenção no Aventar.

Porque é uma opinião importante

Aqui deixo o link para um texto de Francisco Seixas da Costa publicado no seu duas ou três coisas

Citações (LI)

O pior governo é o mais moral. Um governo composto de cínicos é frequentemente mais tolerante e humano. Mas, quando os fanáticos tomam o poder, não há limite para a opressão.
Henry Mencken

06 novembro, 2011

Segurança!

Numa altura em que a insegurança dos cidadãos aumenta vai encerrar um posto policial, na cidade do Porto, numa das zonas mais problemáticas da cidade!
A 5ª Esquadra - pomposo nome para posto policial - vai fechar.
Os assaltos que tinham praticamente desaparecido com a sua chegada, as rixas que tinham abrandado, a segurança que tinha trazido a uma população envelhecida e pobre na sua grande maioria vai desaparecer. Tudo em nome da economia em tempo de crise.
Não se cortam nos guarda-costas, nem nos polícias à porta de casa dos srs. mais importantes, continuam a comprar-se carros blindados para alguns utilizarem nas suas deslocações através de um País que desconhece atentados desde o assassínio de Sartawi em Albufeira.
O orçamento das forças de segurança cresceu o que fará com que o ministro das polícias, que até é do Porto, e até à pouco tempo se preocupava pouco com o destino dos dinheiros do estado que lhe caíam no bolso,  tome semelhante medida?!
Será que é para confirmar os ditados - Em casa de ferreiro, espeto de pau e Na terra em que fores viver faz como vires fazer?

05 novembro, 2011

Os trampolineiros

Habituei-me a vê-los em criança. Chegavam, mal vestidos, estendiam uma lona no chão e durante um meia-hora divertiam a assistência com os seus malabarismos, deitando fogo pela boca, dando saltos mortais, fazendo piruetas, enquanto a mulher andava à roda com um chapéu a recolher os donativos dos mais caridosos e um ou uma ranhosita a um canto tocava um tambor.
Era um modo devida que foi desaparecendo com o dealbar do 25 de Abril e que juntamente com aquelas parelhas que cantavam as desgraças alheias e os vendedores de banha de cobra deixaram de se ver nas nossas ruas e preças.
Mas não desapareceram, reciclaram-se!
Hoje os trampolineiros andam de carros de luxo, muitos conduzidos por motoristas e dizem hoje sim e amanhã não há mesma pergunta, saltam acrobaticamente de empresa em empresa, chegam a receber mesadas por trabalharem mais de 72 horas por dia, deitam lume pela boca que nos queima a alma e os bolsos, só que não pedem esmola, tiram-nos legalmente o dinheiro do bolso, as senhoras andam pelos cabeleireiros e lojas da moda e a prole em vez de tocar tambor, diverte-se gastando mesadas que fazem luzir de inveja os olhos dos recebedores de smn's.
Os grupinhos que cantavam desgraças tornaram-se jornalistas e alguns até donos de grandes grupos de jornais, contando agora não só as desgraças mas vão inventando também algumas, tal e qual faziam os pioneiros da profissão.
Quanto aos vendedores de banha-da-cobra foram para políticos, vendem-nos sonhos e esperanças que nunca resultam mesmo que as apliquemos com denodado esforço e sacrifício, montam a banca, vendem o produto e até por vezes se tornam associados das fábricas que lhes dão os produtos a vender.
Quem tinha razão era o Lavoisier, neste mundo nada se cria, nada morre, tudo se transforma.

Compinchas...

Lido no Aspirina B.

04 novembro, 2011

Unidade

Hoje em dia passou a estar na moda os governos ditos de unidade nacional! Não sei se a unidade quererá dizer unanimidade ou apenas uma opção para manter os tachos e as prebendas.
Mas, saltando daqui para a televisão e olhando para os programas da manhã, já poderemos ver onde nos leva a unidade.
Os formatos são idênticos para não dizer iguais, se um leva um cozinheiro, o outro também leva e junta-lhe mais qualquer coisinha.
O esquema da dupla de apresentadores dá-se bem em duas estações, pois na outra, a apresentadora vale por dois, quer em tamanho, quer em barulho.
Lá vão rodando alguns artistas, falando de saúde pela rama e a correr e explorando o olho e ouvidos de comadre que existe em cada um de nós.
Se nos virarmos para os programas de notícias a coisa não melhora muito, pois a diversidade é apenas de interlocutores e raramente de conteúdos.
Com a já estafada economia (!) à cabeça, passando pela hora do telespectador e pelas reportagens medíocres os formatos mantêm-se numa monotonia em que o entorpecimento se instala rapidamente.
Esta moderna unidade vem juntando a diversidade com que nascemos e tenta meter na mesma forma espécies diferentes apontando o dedo acusador a quem ouse diversificar.
Com toda esta unidade, haverá ainda quem se admire de nos termos tornado num ordeiro rebanho guardado por caniches - pois já não são sequer precisos cães de guarda - e o pastor deve o seu lugar a ser uma pessoa distraída a quem deram o emprego apenas por não saber fazer nada.

03 novembro, 2011

O eixo franco-alemão

Só o nome de "eixo" me faz calafrios na "espinha", pois a minha memória recente sobre o significado político da palavra faz-me regressar ao fim dos anos 30, onde o eixo passava então por Berlim-Roma e Tóquio.
Não esquecendo o papel colaborante que a França de Vichy teve com esse mesmo eixo, a apreensão é muita pois parece que estou a ver reeditada a prosápia alemã, acolitada pela fanfarronice gaulesa, e com o beneplácito do Benelux sob os olhares gulosos de alguns outros.
A recente polémica com a Grã-Bretanha é elucidativa quanto à falta de inteligência dos gémeos Merkozy, e, só não se assusta com isto, quem anda realmente muito distraído ou então quem adormeceu durante as aulas de história.
O norte da Europa sempre foi terra de bárbaros que se sustentavam pela pilhagem dos países do sul.
Hoje em dia, as diferenças apenas residem nas armas utilizadas e nas roupagens a condizer.
Querer fazer do sul o eterno sustento das gentes do norte acaba sempre por dar em açorda, e parece que a Grécia apenas acaba por ter chamado a nossa atenção para o facto.
À falta de estadistas sérios, que haja pelo menos um Papandreou com alma bastante para dizer basta!

02 novembro, 2011

Sobre a democracia

A democracia tem destas coisas.
O PM grego decidiu que serão os gregos que deverão ser os donos de si mesmo e passou-lhes a batata quente para as mãos talvez por estar já farto de ouvir tantas e por vezes tão injustas críticas à sua atuação.
Cai o Carmo e a Trindade nas democracias(!) ocidentais pois pedir opinião às populações é coisa que não é habitual fazer-se pois, como os Papas, os governantes estão convencidos da sua inquestionável sapiência governamental.
Afinal, a democracia, parece que só funciona de xis em xis tempo, para legitimar os governos ou assembleias legislativas e por vezes mais alguns cargos conforme os países.
Os gregos não devem ter gostado da brincadeira, pois agora poderão decidir se aceitam a ajuda(!!) que dizem prestar-lhes ou se mandam tudo às malvas e se os restantes governos ocidentais ficam de calças na mão com o rabinho ao léu, presos na sua prosápia de "nós por cá tudo bem" e dão um trambolhão tal que o inferno se alastrará de norte a sul sem se deter pelo caminho.
Será interessante verificar, se o não dos gregos se vier a efetivar-se como ficarão os restantes estados e como regirá o famoso invísivel mercado que tudo ordena.
Para já, pode ser que por causa disso os governos e decisores europeus comecem a ver a alhada em que estão metidos e deixem de andar a brincar à economia e passem a tratar de resolver por onde será a saída que coletivamente nos tire do buraco.
A não ser assim, o colapso é certo, e não pense o resto do mundo que ficará de fora a gozar o espetáculo, pos também comerão pela medida grande.
A procissão complica-se e a banda se não se organiza rapidamente corre o risco de vir toda para o desemprego.

31 outubro, 2011

Sobre o ensino

Se há coisa interessante de se ver é o muro de lamentações que existe em cada blogue onde pesporrentes professores zurziam no governo anterior.
Dá gosto passar por lá, até parece que todos eles estavam de acordo com o que deitaram abaixo e agora são virgens sacrificadas no altar da inocência!
Quem os ler, até pensa que eles não votaram nos partidos que venceram!
Haja decoro.

Já começou a lavagem

No telejornal da RTP, nalguns jornais e na blogosfera, a lavagem de Duarte Lima já se iniciou! A começar por entrevistas a pessoas que dizem que lhes custa a crer na culpabilidade do personagem, passando por truncagens na acusação feita pelas autoridades brasileiras há de tudo e para todos os gostos.
Não gostando especialmente deste senhor, nada me move contra ele, e presumo que esteja inocente até que a justiça prove o contrário.
Talvez os jornalistas tão preocupados com questões de 'lana caprina' se pudessem entreter a descobrir o súbito enriquecimento do senhor em vez de andarem tão preocupados com o custos dos cafés em Paris ou com os almoços de portugueses no estrangeiro.

28 outubro, 2011

Fontes anónimas?

Através de uma chamada de atenção n'O Jumento e porque acho que estas são atitudes criminosas praticadas por um agente de autoridade e instigadas por um juiz aí vai.

É bandido? Atropela-se


«Os nomes são gentis, mas Pidá, Palavrinhas, Chibanga, Tiné e mais dois estão a ser julgados pelo assassínio de um rei da noite do Porto, em Agosto de 2007. Naquela madrugada houve tiroteio com pistolas de 9 mm e caçadeiras shotguns. Já tinha havido mortes a montante e iria haver a jusante, mas aqueles seis do gang do Pidá respondem agora, no Palácio da Justiça, no Porto, pela morte daquela madrugada. A juíza pediu ao inspector-chefe da PJ pormenores sobre o relatório da acusação. O polícia disse ter fontes anónimas. Quem? O polícia preveniu: identificando-a, não "podia prever consequências". A juíza insistiu. E o polícia atirou com um nome, Fernando "Beckham", condenado por outro assassínio cometido com Pidá - estando ambos presos na cadeia de Paços de Ferreira. Segundo o inspector, "Beckham" é uma pessoa "desesperada", que "teve necessidade de desabafar com alguém". Calculem como estará ele, agora, quando sabe que Pidá sabe que o delatou - espero que não partilhem uma cela. Aqui chegado, peço aos leitores para não desprezarem o episódio só porque os bandidos são de outro mundo. Este episódio é do nosso mundo, aconteceu num nosso tribunal. Uma fonte anónima foi identificada sem se "prever consequências" do que lhe acontecerá. Em linguagem de bandidos diz-se "foi dada à morte". É a linguagem de bandidos que deve ser usada porque naquele nosso tribunal, naquele dia, as palavras oficiais foram disparadas por shotguns.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

27 outubro, 2011

Recordando

Em Março de 74, trabalhava eu numa empresa que fazia questão de nos aumentar anualmente numa média entre 10 a 20%, geralmente superior ao que se passava no setor e ano após ano aumentava os seus lucros e expandia o seu negócio.
Essa mesma empresa, pagava-nos o Imposto Complementar - que era o nome do IRS da altura - para além de me dar o subsídio de Natal (que não era obrigatório); pagava-me as férias (eu sei que nos primeiros cinco anos de trabalho só tinha direito a dez dias úteis, os que tinham entre 6 a 10 tinham quinze dias, os de 11 a 20 tinham vinte e os que ultrapassavam os 25 tinham direito a vinte e cinco); deixavam-nos sair mais cedo ou entrar mais tarde se andassemos a estudar e não havia ainda cláusulas protetoras dos trabalhadores estudantes; oferecia aos empregados e sua família nuclear, pelo Natal, uma festa com distribuição de brinquedos numa casa de espetáculos, dava-nos pela Páscoa qualquer coisa para ajudar a pagar as amêndoas e o pão de ló, o patrão fazia questão de conhecer os colaboradores todos (e já ultrapassavamos a centena no país), juntava-nos em jantares onde cada qual pagava conforme o ordenado que auferia, sustentava um grupo desportivo para nos distrairmos nos tempos de lazer e chegou a construir um pavilhão que ainda hoje existe e é utilizado, enfim, era uma empresa a sério e um patrão que merecia o seu nome e a amizade que a ele dedicávamos.
Depois veio o 25 de Abril e sentimo-nos felizes, pois agora poderíamos expressar livremente as ideias cá fora e não apenas dentro da empresa e julgávamos que o paraíso aí estava... à porta.
Azar nosso, a história mostrou-nos o contrário.
Em nome da igualdade passámos a pagar do nosso bolso o Imposto Complementar pois o estado entendeu que era vedado às entidades patronais substituir-se aos deveres da classe trabalhadora! Não entendi o alcance da medida, pois parecia-me que se começava a nivelar por baixo em vez de se puxar os que estavam no fundo, mas adiante.
O nosso patrão, como ficou livre desse encargo, meteu-nos no vencimento desse ano o equivalente ao que tínhamos pago no ano anterior e passou a comparticipar nas despesas de saúde que ficavam a nosso cargo depois de deduzidas da parte recebível pela assistência médica global, abriu uma cantina que pagava do seu bolso, com refeições de qualidade e a preços de saldo e criou ainda uma biblioteca.
O governo, pelo seu lado, ao ver isto passou a instituir o subsidio de almoço que, para os que almoçavam na cantina revertia a favor da mesma, mesmo que o patrão não quisesse pois estava na lei e esta era para aplicar, e como as resistências começassem a aparecer resolveram nacionalizar a empresa.
Lá se foi o complemento para a saúde, acabaram-se os aumentos habituais, o grupo desportivo quase desapareceu mas passou a existir uma casta nova apelidada de comissões administrativas que rapidamente e em força passaram a ter carrinho da empresa, ir às reuniões da Intersindical, abrir a porta à dualidade de comissões de trabalhadores/sindicais, acabaram com o dinheiro das amêndoas e do pão de ló mas deram-nos mais dias de férias.
Isto foi apenas o começo, depois começaram a aparecer uns senhores que sabiam de tudo e se chamavam economistas ou gestores - antes eram apenas seis e respeitados - e outra gente que expeditamente apareceu diplomada ao fim de cinco anos depois de ter feito a quarta classe, e começou a criar-se uma oligarquia dentro das empresas bem pior do que a que já tinha tentado aparecer mas que o ou alguns patrões tinham mantido debaixo de olho... só que agora o patrão estava em Lisboa e ninguém o conhecia.
Havia até uns pândegos que diziam que éramos patrões de nós mesmos!
Nesta evolução constante, verifico que agora já nem subsídio de Natal tenho, o de férias está em vias de extinção, do mesmo modo que foi extinto o Imposto Complementar de antanho, não sei o que é feito duma coisa que se chamava semana inglesa mas parece que vai voltar a servir, a semana de 35 horas caminha para as 40 e a de 40 para as 45, tudo em nome da liberdade e democracia.
Em Abril de 74 disseram-nos que a culpa tinha sido do Salazar, do Marcelo, do Américo, do Tenreiro, dos Melos, do Champalimaud, dos Espírito Santo, da brigada do reumático, etc., etc.
Agora que uns já morreram e os restantes ou andam por aí e dão empregos ou deixaram fundações que trabalham para o bem comum; que dos homens do 25 de 74 uns já morreram e os que andam por aí ninguém lhes passa cartão, podem por favor indicar-me quem são os culpados deste regredir que sinto e que não entendo?
Será que a liberdade é assim tão cara? Ou será que estamos fadados para ser conduzidos pela rédea, pois quando nos tiram o cabresto a maior parte só faz asneiras.