Para meu bem e para desconsolo de muitos, finalmente acabou a grande ilusão daquilo que se intitulou Campeonato do Mundo de Futebol.
Durante cerca de um mês, muitos dos que não tem acesso às condições mínimas de vida, viveram na ilusão de serem importantes, apenas por estarem representados num evento onde os ricos têm assento. Vibraram com as alegrias que as respectivas selecções lhes proporcionaram e aguentaram com os subsequentes desgostos. Nós, portugueses, como muitos outros, embalados num doce torpor, também lá estivemos levados pelo encanto de podermos ombrear com os grandes, sentindo que assim vencíamos os muitos anos de desprezo e falta de respeito com que habitualmente somos brindados nos países em que aparecemos como emigrantes de baixa qualidade, e até alguns dos nossos intelectuais se deixaram enlear no canto da sereia.
Um treinador que apresentava como meta os oitavos de final, fez esquecer o País de que, mais uma vez, preferia esperar para ver do que apresentar-se como um lutador pelo título. As exibições exaltadas por jornalistas e repórteres imbuídos de um nacionalismo entusiasmado, nunca passaram da mediania, do mesmo modo que os outros concorrentes faziam o mesmo, num ambiente onde o futebol espectáculo esteve arredado a maior parte do tempo.
De repente, e graças sabe-se lá porquê, vemo-nos chegados às meias-finais, e o País embandeirava em arco, como se o facto não fosse proporcionado por uma confrangedora falta de qualidade no futebol praticado, mas fruto de uma valorosa e competente actuação em campo.
Infelizmente ninguém ganhou!
Nem Portugal, que com um belíssimo quarto lugar deveria ter festejado a sorte que teve, nem sequer a Itália, que viu a decisão do campeonato ser decidida através de grandes penalidades face à falta de brilhantismo na execução, pode clamar bem alto a qualidade do seu futebol, pois nada disso se viu.
A FIFA, por seu lado, mostrou o seu pior lado ao ensarilhar-se em decisões cujas justificações estarão bem longe do que na realidade se passou nos diferentes relvados.
A arbitragem, essa, se fosse feita por árbitros nacionais, faria história duma incompetência confrangedora e ainda hoje estaria a ser discutida nos habituais jornais de referência.
Daqui a uns anos há mais. Só espero que, para bem do futebol, se analise com a inteligência necessária, porque é que não ganhamos a equipas que nada fizeram para isso, e aí talvez, sem sargentões, nossas senhoras de Caravaggio, Madaís ineficazes e com uma nova fornada de jogadores jovens possamos deliciar-nos com um bom espectáculo.
Eu sei que é pedir muito, mas já é tempo de o fazer.
Durante cerca de um mês, muitos dos que não tem acesso às condições mínimas de vida, viveram na ilusão de serem importantes, apenas por estarem representados num evento onde os ricos têm assento. Vibraram com as alegrias que as respectivas selecções lhes proporcionaram e aguentaram com os subsequentes desgostos. Nós, portugueses, como muitos outros, embalados num doce torpor, também lá estivemos levados pelo encanto de podermos ombrear com os grandes, sentindo que assim vencíamos os muitos anos de desprezo e falta de respeito com que habitualmente somos brindados nos países em que aparecemos como emigrantes de baixa qualidade, e até alguns dos nossos intelectuais se deixaram enlear no canto da sereia.
Um treinador que apresentava como meta os oitavos de final, fez esquecer o País de que, mais uma vez, preferia esperar para ver do que apresentar-se como um lutador pelo título. As exibições exaltadas por jornalistas e repórteres imbuídos de um nacionalismo entusiasmado, nunca passaram da mediania, do mesmo modo que os outros concorrentes faziam o mesmo, num ambiente onde o futebol espectáculo esteve arredado a maior parte do tempo.
De repente, e graças sabe-se lá porquê, vemo-nos chegados às meias-finais, e o País embandeirava em arco, como se o facto não fosse proporcionado por uma confrangedora falta de qualidade no futebol praticado, mas fruto de uma valorosa e competente actuação em campo.
Infelizmente ninguém ganhou!
Nem Portugal, que com um belíssimo quarto lugar deveria ter festejado a sorte que teve, nem sequer a Itália, que viu a decisão do campeonato ser decidida através de grandes penalidades face à falta de brilhantismo na execução, pode clamar bem alto a qualidade do seu futebol, pois nada disso se viu.
A FIFA, por seu lado, mostrou o seu pior lado ao ensarilhar-se em decisões cujas justificações estarão bem longe do que na realidade se passou nos diferentes relvados.
A arbitragem, essa, se fosse feita por árbitros nacionais, faria história duma incompetência confrangedora e ainda hoje estaria a ser discutida nos habituais jornais de referência.
Daqui a uns anos há mais. Só espero que, para bem do futebol, se analise com a inteligência necessária, porque é que não ganhamos a equipas que nada fizeram para isso, e aí talvez, sem sargentões, nossas senhoras de Caravaggio, Madaís ineficazes e com uma nova fornada de jogadores jovens possamos deliciar-nos com um bom espectáculo.
Eu sei que é pedir muito, mas já é tempo de o fazer.
2 comentários:
Ó Teófilo, desculpe lá, mas isso nem é pedir muito... É sonhar muito alto. :)
Daqui a uns anos, estará tudo na mesma, que isto não vai lá nem com sete gerações passadas.
Chame-me pessimista, pronto, que eu estou habituada. E porque sou assim e porque não vibrei nem um minuto com a campanha da selecção na Alemanha, não tive um pingo de desilusão!
Beijola.
Pois Carlota, mas eu apesar de tudo ainda penso que um dia iremos mudar...
Xi corações
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