Anda por aí uma nova onda de políticamente correto que já se atira ao Azeite Gallo e ao Houaiss, que aparecem acusados de racismo por amantes duma novilíngua que venha substituir o bom e velho português que lá se vai aguentando.
Recordando o tempo em que havia séries e filmes que metiam o(s) pretinho(s) (ou devo dizer negrinho(s)) só para dar um ar de pluralidade racial, vejo-os substituídos agora por outras séries e filmes onde metem um branquela (ou deveria dizer branco) que fazem exatamente a mesma coisa.
Como diz o Manuel Pina, e passo a citar deverá "A língua portuguesa, por exemplo, seria limpa do uso de "judeu" ou
"escocês" no sentido de avarento, "judiarias" no sentido de maldades, ou
ainda de expressões como "trabalhar como um negro", "trabalhar como um
mouro", "trabalhar como um galego", "gozar como um preto", etc.. Isto é,
seria limpa da sua História. E, já agora, porque não limpar a própria
História dos factos feios e deixar só os bonitos e "correctos"?"
Se calhar é isso.
Os benfiquistas deixarão de ser lampiões, os sportinguistas lagartos e os portistas dragões; a cãozoada deixará de poder ser utilizada para significar um grupo de amigos que se juntam em bando, um garoto não mais podertá significar indivíduo malcriado e atrevido e nem sei se lhe poderá ser atribuída a definição de bebida, pois como resulta da mistura de café com leite ao pedir um garoto escurinho alguém pode pensar que o que eu quero é um miúdo bronzeado ou mulato para me divertir em brincadeiras perigosas!
A parvoeira do politicamente correto e dos significados da língua e da sua utilização deverá ser feita não por dicionários ou prontuários mas por decisões judiciais e se ninguém nos acudir qualquer dia um no AO ainda vai necessitar de um DL para se poder criar um neologismo.
Deus os guarde para sempre longe da nossa vista a estes pobres defensores da esterilização estética.
Sem comentários:
Enviar um comentário