Vampiro sim, mas não só. Também outros clássicos, como Poe, Conan Doyle ou Maurice Leblanc, ou não tão clássicos como a mais recente geração de autores nórdicos, inaugurada pelo imperdível Henning Mankell e colocada em órbita por Stieg Larson.
Fanático por policiais, não resisto a um bom mistério, como este que vou expor, protagonizado pela região que é o principal centro de serviços e a porta de entrada e saída de gentes e mercadorias.
O Porto tem o mais elogiado aeroporto do país, o que mais cresce (carga e passageiros) e é regularmente eleito como um dos melhores do Mundo (senão mesmo o melhor), na sua categoria. Temos Leixões, o mais eficiente, lucrativo e cobiçado de todos os portos portugueses.
Temos indústrias tradicionais (têxtil, vestuário, calçado e metalomecânica, etc.) que souberam aguentar o impacto da globalização e fazer do Norte a única região do país que exporta mais do que importa.
Temos Amorim e Belmiro, os dois maiores empresários da geração pós 25 Abril, que se firmaram sem terem de ser levados ao colo pelo absurdo Condicionamento Industrial do Estado Novo.
Temos o vinho do Porto, produzido no Douro, declarado pela Unesco Património da Humanidade, e as duas marcas de produtos portugueses com maior notoriedade internacional (Mateus Rosé e Super Bock).
Temos Serralves e a Casa da Música, dois Pritzker, a escola de Arquitetura mais famosa do Mundo. Fomos o berço do rock português, uma linhagem que nasce com a dupla Tê/Veloso e inclui Abrunhosa e os GNR de Reininho.
Temos Manoel de Oliveira, o Fantasporto, as Curtas de Vila do Conde, o FITEI, o TN S. João, o Palácio de Vila Flor, o Theatro Circo e dois centros históricos (Guimarães e Porto) que a humanidade adotou.
Temos o F. C. Porto, a mais bem-sucedida e admirada das nossas equipas de futebol, que não é um eucalipto e soube acarinhar o crescimento do Sp. Braga, o clube do distrito mais jovem da Europa, que se afirma como o terceiro grande.
Temos a melhor, maior e mais internacional das universidades, a UP, bem no centro de uma competitiva teia de produção de conhecimento formada pelas suas congéneres de Aveiro, Braga e Trás- os-Montes.
Se temos tudo isto, se o Porto é o melhor destino turístico europeu 2012, se o Norte é a segunda região que mais contribui para a riqueza do país, por que é que continua a ser a mais pobre e negligenciada?
Este mistério tem duas explicações. A primeira é de que Porto e Norte têm excelentes jogadores, mas falta-lhes o líder que os transforme numa equipa vencedora. A segunda é que depois de darmos o nome ao país - e de dar a carne de primeira, para ficar com as tripas -, chegou a hora de dizer não aos chulos que vivem e prosperam com a mão metida no nosso bolso.
2 comentários:
Um senão: um rio bajulador e ecuménico.
A saltar para o pechisbeque.
Quero ver que cargo-chulo lhe reservarão.
Bbç
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