27 janeiro, 2006

Mozart


Faz hoje 250 anos que Mozart veio ao Mundo.

Há muito que não assistíamos a tanto entusiasmo por um evento que caísse longe das habituais preferências da generalidade do povo português.

Já não era sem tempo, que um músico, fosse o tema central dos noticiários, quer dos jornais, das rádios e até das televisões.

Menino prodígio, aos cinco anos exibia-se já em salões onde a nobreza acorria para ver a virtuosidade do filho de Leopold Mozart, actor, cantor, violinista e compositor de razoável nomeada.

Bastava-lhe ter escrito As Bodas de Fígaro ou o Don Giovanni para ser lemvrado eternamente, felizmente para nós foi muito mais prolifico, deixando-nos mais de duas dezenas de óperas, mais de meia centena de sinfonias, música sacra e de câmara.

Hoje é dia de o ouvir, que é o que estou a fazer neste momento.

4 comentários:

Fernando Ribeiro disse...

«Algum santo deve estar para cair do altar! Mozart na abertura dos noticiários?! A minha alma está parva!» -- diz um Eu.

Reponde o outro Eu, que é mais cínico: «Calma, pá! Não te entusiasmes tanto, que uma andorinha não faz a Primavera. Vais ver que amanhã vai tudo voltar ao (a)normal, que é como quem diz: "Pedimos desculpa por esta interrupção, a zaragata futeboleira continua dentro de momentos." Queres apostar?»

Enfim, por uma vez sem exemplo, acordámos num país civilizado, que até se poderia chamar Portugal, mas não tarda nada vamos voltar a acordar em Futebogal.

Teófilo M. disse...

Infelizmente terá razão, mas mais vale uma vez do que nenhuma...

Fernando Ribeiro disse...

Prezado Teófilo M., se me permite a ousadia, sugiro-lhe mais uns nomes para acrescentar à sua galeria de portuenses ilustres:

Júlio Resende - não é, certamente, preciso dizer mais nada sobre o autor da "Ribeira Negra";

Pedro do Porto - compositor do séc. XV; se tivesse nascido na Itália ou na Alemanha, seria mundialmente conhecido como um dos grandes génios da música, mas como nasceu em Portugal...

Helena de Sá e Costa - grande pianista, falecida há menos de um mês;

Madalena de Sá e Costa - irmã da anterior, também já falecida, foi uma excelente violoncelista;

Cláudio Carneyro - compositor da primeira metade do séc XX;

António Carneiro - irmão (segundo creio) do anterior, foi um pintor de grande mérito; tinha o seu atelier na rua que vai do Bonfim à Rua do Heroísmo e que hoje tem o seu nome;

João Saraiva . poeta dos finais do séc XIX e primeira metade do séc. XX, hoje completamente esquecido; foi poeta lírico pertencente à corrente ultra-romântica, ou nefelibata com também se chamava; foi também poeta satírico, de um humor fino e incisivo, mas nunca grosseiro nem ofensivo.

Para a galeria dos portuenses do coração, sugiro-lhe o nome do escultor José Rodrigues, que nasceu em Luanda. Não só fez o célebre "cubo" da Praça da Ribeira como, sobretudo, desenvolveu uma acção notável, na Cooperativa Árvore, em prol da arte na cidade do Porto.

Teófilo M. disse...

Caro denudado,

fico muito grato pelo seu contributo, pois os nomes que referiu não poderão nunca de dixar de estar presentes sempre que se fala do Porto e dos que o amam.