13 junho, 2006

Em 1888

no dia treze de Junho nascia Fernando Pessoa.

Se calhar, por tanto falarem dele, os jornais esqueceram-se do facto.

Análise

Tão abstracta é a ideia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica melhor em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longamente,
E a ideia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.

2 comentários:

Carlota disse...

Olá Teófilo!
Não tem nada a ver com Pessoa...
É que lembrei-me de si hoje (15/06/2006), ao ler um artigo no Público a propósito do Rui Rio, do Porto e da condecoração do 10 do Junho (a que se refre no seu post de 11 de Junho).
Recomendo a leitura. Está no Espaço Público e é da autoria de Luis Costa.
Beijola.

Teófilo M. disse...

Olá Carlota,

não sou assinante e por isso não li, mas vou tentar ler.

Xi coração à moda do Porto