14 dezembro, 2012

Segredo de justiça

As quebras do segredo de justiça e as fugas de informação saídas dos orgãos de investigação são, infelizmente, o pão nosso de cada dia neste deserto em que transformaram o jardim da Europa de Tomás Ribeiro.

A ministra da justiça que tanto se afadiga em declarações despropositadas a pretexto de tanta coisa, quando chega a este patamar fica-se pelas banalidades habituais, promete averiguações de que não se conhecem os resultados, e, fica tudo na mesma!

O orgão legislativo por excelência, pródigo em meter o bedelho a propósito de tudo e mais alguma coisa, emudece, assobia para o lado, critica as fugas e os seus perpetradores como se tratassem de virgens a quem o mistério da carne ainda não foi desvendado.

Por outro lado, contentores de comentadores a metro, fazem o papel de carpideiras, chorando falsas lágrimas sobre o assunto, sabendo que este lhes vai enchendo os bornais de apetitosos euros e tempos de exposição mediática.

O cidadão comum, que assiste impotente a este estado de coisas, mas que demasiadas vezes também embandeira em arco quando vê serem atingidos alguns que ele entende como poderosos, comtinua a julgar que está livre de tanto abandalhamento até ao dia em que se encontra a braços com a "justiça de praça pública". Aí geme e grita pelos seus direitos mas já vai tarde.

Poucos são ainda os que pedem uma investigação célere, resultados públicos, penas severas e dolorosas para os que cometem tais crimes.

Também não se vê, aparentemente, que se esteja a diligenciar no desenho de um manual operativo que aumente a segurança dos processos, limite os intervenientes operativos, puna violenta e capazmente quem cause ou dê azo a fugas, por pequenas que sejam.

Indemnizar os enxovalhados e dar conhecimento público do ocorrido deveria ser obrigatório e o estado ser responsabilizado por tal.

Enquanto isto não acontecer, continuaremos neste pântano que Guterres tão bem previu e onde nos encontrámos atolados.

2 comentários:

Graça Sampaio disse...

A "nossa" Justiça deixa muito a desejar... Cara, lenta, mole e ... injusta, dual.

Teófilo M. disse...

Mas muito se fala dela sem resultados aparentes...
Que fazer?