15 agosto, 2011

A caridadezinha

Num país que habitualmente só é solidário quando alguém faz um programa na televisão para doar para uma causa qualquer, onde, por norma, se olha de esguelha para o pedinte que estende a mão encostado a uma parede, onde ter um lar para idosos ou um infantário é ter um negócio e não uma forma de prestação de serviço social, onde depois de apuradas as contas das campanhas de angariação de fundos se verifica que mais de dois terços foi para pagamento de serviços a terceiros e o que resta não dá para as necessidades que se invocaram, onde já vi peditórios onde após a recolha de dezenas de milhares de euros se teve a distinta lata de entregar um cheque de umas centenas aos pais do desgraçado que foi utilizado para as tias e os tios mostrarem que também são amigos dos desfavorecidos, as afirmações de uma recente condecorada pelo presidente da República e que está à frente de um desses centros de negócio ao vir defender que a ASAE não deve meter o bedelho nos armazéns dos caridosos, porque, pelos vistos, a fome e a necessidade não são consentâneas com os prazos de validade e higiene, o cheiro que se escapa para o ar é de tal forma nauseabundo que diríamos estar numa fábrica de curtumes no velho oeste.
Já o Zé Barata Mouta dizia na sua canção:
...
Neste mundo de instituição
Cataloga-se até o coração
Paga botas e merenda
Rouba muito mas dá prenda
E ao peito terá
Uma comenda
...
Será que ter necessidade passou a ser sinónimo de ser obrigado a pertencer a um clube em que os mais elementares direitos são espezinhados, para assim poder encher ainda mais as largas bolsas de cabedais bem gordos dos que andam por aí a brincar à caridadezinha?

13 agosto, 2011

Lembram-se?

Há uns anos o País ardia e o primeiro-ministro estava em África num safari e foi uma gritaria nos jornais, nos telejornais, os partidos da oposição desmaiavam com chiliques, foi um burburinho pegado.
Este ano o País arde, já ultrapassou as cotas do ano anterior, não por estar mais seco, mas porque sim, o primeiro está a banhos, o governo entretem-se a reunir horas sem fim não se sabe bem porquê, a proteção civil eclipsou-se, dos governantes nem rasto, os jornais e telejornais mudos e quedos vão transmirtindo as imagens e GNR que dizem que o comandante comandou o comando no ataque ao fogo e ninguém protesta?!
Livra, que este mundo é mesmo estranho.

12 agosto, 2011

Desfaçatez

Esta manhã, em todos os canais televisivos e até em alguns jornais, foi anunciada uma conferência de imprensa onde o ministro das finanças iria apresentar medidas brutais para o corte nas gorduras do estado.
A que é que afinal assistimos.
Ao sr. ministro a comunicar, na sua peculiar maneira de falar, que a troika estava muito satisfeita com as suas medidas e que a eletricidade vai subir apenas 17%, o gás também subirá para a taxa máxima e que as forças de segurança vão ter as suas carreiras congeladas!
No fim da breve comnunicação, que de modo algum foi uma conferência de imprensa, saíu pela esquerda baixa sem dar cavaco a ninguém.
Falando-se numa taxa especial a aplicar ao pão e ao leite, será que é este o programa governamental para reduzir as gorduras?!

11 agosto, 2011

Festejos

A EDPe a REN, as cleptoempresas monopolistas, já festejam o novo aumento dos preços da energia (+ 4,7%) . Aumentam os lucros e paga o Zé Povo!


via e-mail recebido do meu amigo Carlos

Está a chegar a hora!

O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a verdade não se torna erro pelo facto de ninguém a ver.

Gandhi

Quem quer calar Santana Lopes?

Santana Lopes tem sido crítico q.b. no que respeita às tropelias e falta de imaginação do atual governo que, na campanha eleitoral, dizia em altos brados que tinha a panaceia escondida numa mala e que mal chegasse ao poder tudo estaria resolvido.
Pelo andar da carruagem, temos assistido que, para além de dar andamento ao que o governo anterior já tinha decidido, atira com medidas avulsas oara a praça pública tentando dar a entender que está a governar quando na realidade está apenas assustado e impotente para resolver a situação que ajudou a criar.
A distribuição de tachos e prebendas são bem conhecidas e gritantes, desde os que ostentam muito curriculum mas falta de conhecimento dos assuntos para que são nomeados, passando pelos que apresentam diplomas de estrangeirados que ficando bonitos nos escritórios devidamente encaixilhados não garantem conhecimentos para administrar seja o que for, até aos que não tendo nem uma coisa nem outra são apenas os do costume.
Enquanto se passa assim o tempo lá se vão fazendo umas fériazitas - as tais que se garantia que não se fariam - mandando uns dislates para a imprensa para ver a reação do Zé Povinho ou tomando medidas sem sentido onde o fio condutor não existe, já que quer Teseu, quer Ariana, não estão no governo, e, o Minotauro aí está, em todo o seu esplendor.
Continuando na mitologia grega, tão a propósito, o nosso Ícaro continua a sua viagem em direção ao Sol, que entretanto se passeia pelos vales.

10 agosto, 2011

A direita governa

Por essa Europa fora a direita senta-se nas cadeiras do poder e exerce-o de forma bizarra, estando a dar, um pouco por todo o lado, lugar a episódios que não se viam já há muitos anos.
A culpa está a ser atirada para cima da crise, que até nunca existiu em Portugal, pelo menos antes de lá chegar a actual coligação, e fechando-se os olhos às políticas eivadas de puro terrorismo social.
Os ventos estão a tornar-se tempestades, oxalá o tempo não piore.

09 agosto, 2011

Está mesmo calor!!


Há precisamente 6 anos escrevi isto!

Já aprendi que:

- foi daqui que nasceu Portugal;
- somos tripeiros por tradição;
- temos pronúncia do Norte;
- dizem que somos bairristas;
- a Torre dos Clérigos é o nosso ex-libris;
- há eléctricos velhinhos com poucas linhas;
- ainda não é desta que a Avenida da Ponte se arranja;
- perdemos mais tempo a lutar uns contra os outros, do que na defesa da cidade;
- não pagamos portagens para atravessar o rio Douro;
- guardamos religiosamente o coração de um rei agradecido;
- chamam-nos Invicta e Sempre Leal por defendermos o que consideramos justo;
- por cá come-se quase sempre bem e em conta;
- há um aeroporto e um porto de mar fora da cidade.

Em contrapartida, não temos:

- políticos que nos valham;
- rios despoluídos;
- Centro Materno-Infantil;
- mecenato proporcional à fortuna possuída;
- uma rede de transportes modernos, rápidos e pontuais;
- actividade cultural suficiente;
- um canal televisivo que sirva a região;
- um jornal regional dinâmico;
- investidores em quantidade e com qualidade;
- população reivindicativa q.b..

Precisamos de ter urgentemente:

- mais e/ou melhores hospitais;
- escolas modernas e bem equipadas;
- uma aposta forte no turismo;
- mais e melhores museus;
- um aquário municipal;
- mais jardins e janelas mais floridas;
- uma baixa dinamizada e renovada;
- um presidente de Câmara sério, trabalhador, cordato e competente.

Seis anos depois e tudo está na mesma!

03 agosto, 2011

O país dos milhões

Que país mais esquisito!
A propósito de tudo (e de nada, também) fala-se milhões para cá e milhões para lá, como se o milhão fosse a unidade de medida das (in)capacidades falantes.
Dizem que aderimos ao Euro, mas eu penso, ao ouvir estes pimpões, que devemos ter aderido... ao Euromilhões.

Fez ontem anos

Que morreu o Henri que fotografou este Henri.

02 agosto, 2011

O sr. Álvaro

Diz o sr. Àlvaro, que no ministério onde é ministro encontrou um ambiente de ostentação que era uma ofensa para os portugueses.
Pelos vistos era, ou seja, já não é!
Como exemplo da ostentação referiu carros de alta cilindrada, contratos de leasing e 45 motoristas dos quais dispensou 15.
Não nos diz se dispensou os carros, acabou com os contratos e para onde mandou os 15 motoristas, mas dentro de alguns dias ficaremos a saber, pois certamente veremos o sr. Àlvaro num modesto BMW ou Mercedes de cilindrada média e ficaremos a saber quem servem os 30 motoristas restantes, pois como somos poupadinhos, e só há um ministro e seis secretários de estado o que é que lá andarão a fazer os restantes motoristas (23)?
A mim, s.m.o. parecem-me muitos para distribuir por tão pouca gente, mas pode ser que eu esteja a ver mal e o Álvaro esclareça.

As 7 maravilhas da gastronomia portuguesa!

Não sei quem foi o criador de tão peregrina ideia, mas, sendo infeliz, reduzir a sete as maravilhas gastronómicas deste país é por si só um atestado de menoridade cultural assaz impressionante.
Começando por cima, decidiram os organizadores logo à partida afastar uma série de categorias achando talvez que o número sete - por alguns considerado mágico - serviria para elencar toda a panóplia gastronómica que este país tão bem utiliza para revestir as suas mesas, sejam elas rústicas ou palacianas.
Não se compreendendo muito bem porque é que as sete maravilhas se dividem por entradas, sopas, mariscos, peixes, caça, carne e doces, separando e bem o marisco dos peixes o que já não acontece na separação entre a caça e a carne, parece que existe todo um propósito para uma distribuição de iguarias pelo território nacional, em vez de se tentar procurar a verdadeira iguaria em si.
Primeira ausência que se nota de imediato é a dos vinhos, sejam eles brancos, rosés, tintos, espumantes, suaves como água ou licorosos.
Não se compreende bem a questão, mas parece que foram substituídos pelas entradas que, não sendo originárias do país, foram habilmente importadas pela restauração para muitas das vezes salgar excessivamente a dolorosa.
Mas vamos andando.
Nas ditas, aparecem em alegre mistura a alheira de Mirandela, o pastel (!) - cá pelo Norte chama-se bolinho - de bacalhau e o queijo da Serra (DOP)!
Chamar entrada a uma alheira ou a uma talhada de queijo da serra (seja ele DOP ou não) é não saber do que se está a falar gastronomicamente.
Teria bastado aos pacóvios organizadores irem à bíblia gastronómica nacional para ficarem a saber que as entradas (do francês entrée) servem atualmente como preparação do palato para a refeição que se segue - embora originalmente se seguissem à sopa - e por isso não deverá o paladar ser embotado com preparações demasiado fortes ou agrestes que saturem as papilas para as delícias que a servir aparecerão.
Bastará imaginar uma entrada constituída por uma boa alheira de caça mirandesa para a seguir se ir proceder à degustação de uma açorda alentejana para vermos o disparate.
Como se não fosse suficiente, deixaram-se esquecidos nas entradas, as célebres ostras de Setúbal (em França apelidavam de Les Portugaises), o melão (da Zona de Ferreira do Alentejo) com presunto (do bom, ali da zona de Chaves ou do de porco preto de Barrancos), uma singelas azeitonas curtidas de Barca D'Alva,  umas ameijoas ao natural de Olhão (que não sejam de viveiro) ou até umas conquilhas apanhadas na praia de Altura e apenas abertas ao calor e polvilhadas de coentros.
Esquecerem-se nas sopas, das minhotas papas de sarrabulho, da alentejana sopa de cação, da sopa de nabos de Esposende ou da sopa de peixe de Sesimbra, são outros deslizes que em nada enobrecem o famigerado concurso.
Como o discurso já vai longo, vou-me ficar por aqui, não porque tenha pouco para dizer, mas para outra altura ficará.
Fiquem-se com algumas destas sete que eu vou procurar ficar com as restantes.

Nem sempre se ganha

N'A Baixa do Porto sobre uma das muitas asneiras de Rui Rio.

Abriu a temporada do tiro ao Álvaro?

Pelo que pude obsevar hoje de manhã na AR, está aberta a caça ao animal.

01 agosto, 2011

Como está um tempo de morriña

Surpresa!

Ouço nos media que o BIC lá conseguiu comprar o BPN por 40 milhões, deixando para responsabilidade do estado a indemnização por despedimento de mais de 800 trabalhadores!
Tendo muitos orgãos de informação noticiado que o NEI (Núcleo Estratégico de Investidores) oferecia 100 milhões não querendo fechar balcões nem despedir ninguém, é estranho que o governo opte por uma proposta mais baixa e de custos diretos mais avultados.
Desconhecendo-se o teor da proposta do Montepio, quererá o sr. ministro das Finanças esclarecer a razão de tal escolha?
É que não o fazendo, parece que, mais uma vez, se estará a privilegiar um determinado grupo de interesses onde pontifica uma grada figura ligada a um dos partidos no poder.

Vale a pena

Ir a O Jumento para ler o seu Jumento do dia, hoje, primeiro dia de Agosto onde se fala de Paulo Macedo e na nova política da saúde em Portugal.

Agosto em Portugal