Num país que, por hábito, trata a casta dirigente por doutor ou "inginheiro", dá-me vontade de rir ver uma data de patuscos - sim, patuscos - a berrar contra a chico-espertice de um habilidoso que conseguiu tirar uma licenciatura num ano sem necessitar de queimar as pestanas e arrastar os fundilhos nos bancos escolares!
Já antes, e a propósito de um papelucho que atestava que um outro tinha feito um exame onde havia uma data que correspondia a um domingo, outras escandalizadas virgens, tinham chorado baba e ranho clamando aos deuses que a vigarice andava no ar.
Mas será que todos já se esqueceram das passagens administrativas do período quente revolucionário?
Será que não andam para aí uns tantos licenciados da treta que saltaram do antigo primeiro ciclo secundário para licenciaturas da moda desde os meados dos anos 70 e 80?
Quem é que não conhece gente que tem cursos de vistoso diploma passado, que apenas custaram bons cabedais e bons relacionamentos?
Por muito que o Relvas seja flor que não se deva cheirar, não terá o pobre seguido o mesmo caminho que viu tantos trilharem com êxito e benefício?
Vamos lá meus senhores, tenham lá paciência, atirem-se ao governo pelas asneiras que ele faz, e que são demasiadas; pela discriminação que faz entre ricos e pobres, poupando os primeiros e sugando os segundos; pelo compadrio que tem revelado nas nomeações e indigitações; pelo silêncio do Ministério da Educação que assiste a todo este burburinho e se mantem discretamente distraído; pelo escândalo que vai pela saúde onde o ministro, pelos vistos, desconhece o que fazem as ARS's; pelo descalabro que se passeia pelas Finanças que não acerta numa previsão e atira com o país de cangalhas; pela sonsice da Ecnomia que deixa os negócios estrangeiros tratar da sua vida enquanto vai flanando por reuniões mandando uns bitaites que deixam o país boquiaberto...
O Relvas ministro, é apenas mais um chico esperto português que se aproveitou da legislação feita de boa-fé por quem pensava que os reitores das universidades eram gente acima de qualquer suspeita, e não apenas portugueses habituados ao desenrasca, que gostam de agradar a quem tem o poder na mão.