08 janeiro, 2013

Desilusão

Lembrando aquela célebre manhã de 74 em que às muitas dúvidas se juntavam uma mão cheia de esperanças, nuncxa imaginei que, uma geração depois, viéssemos a estar numa situação que, não sendo (ainda) igual à anterior, a esperança já há muito desapareceu da maior parte dos lares dos portugueses que não são ricos, pois estes, a crer nas notícias estão cada vez mais ricos e a crise só lhes tem enchido os bolsos.

Mas, que podemos fazer num país onde o pasquim que mais se vende é o Correio da Manhã, onde o frio em pleno Inverno é notícia, onde a investigação séria há muito abandonou as redações dos orgão que ainda se apelidam de informativos, onde a justiça se arrasta penosamente castigando os pequenos e deixando passar entre as suas malhas quem tem poder, onde a polícia é mais eficaz a combater manifestações do que a perseguir criminosos, onde se corta na saúde e educação dos que mais precisam, onde os compromissos estabelecidos com o cidadão são abandonados com uma simples decisão ministerial, onde a mentira é a propalada como verdade, onde o poder económico regula o poder político, onde os eleitos não cumprem as promessas feitas aos seus eleitores?

O que se passa hoje neste país, é afinal o resultado de uma agenda de enriquecimento de uma oligarquia que não se sabe ao certo quem é em detrimento de todo o resto de uma população que sonha em viver melhor, com a conivência dos poderes políticos instituídos.

Para além dos óbvios culpados, há ainda a incipiência democrática de uma geração que não conseguiu apreender, nem sequer ensinar, os rudimentos base de uma democracia saudável. Creio mesmo, que esta nossa "democracia" foi apenas um interregno no poder absoluto de uns tantos que aí estão de novo a chegar ao trono e a criar as suas defesas.

O povo, esse, de tão adormecido e inundado de propaganda "noticiosa", não vendo no horizonte ninguém que lhe indique o caminho, desorientado prefere agarrar-se ao que tem pensando que não está à deriva!

Pobre povo, desgraçado país!

2 comentários:

Anónimo disse...

Estamos muito próximo do antes do 25 de Abril, Teófilo

Teófilo M. disse...

Infelizmente, e não vejo lura aonde não possa andar um Coelho...