30 novembro, 2011

O que eles diziam (I)

"O CDS tem um conjunto de princípios que são muito conhecidos. O CDS não viabilizou o PEC, nem o I nem o II, votou contra, porque tinha um aumento de impostos. Hoje os portugueses sabem claramente que o CDS não dará os seus votos para se proceder a um aumento de impostos", disse Pedro Mota Soares.

08.09.2010

Incredulidade

Não, não quero acreditar que a polícia portuguesa infiltrou numa manifestação agentes à paisana com o intuito de provocar atos agressivos por parte dos manifestantes.
Gostaria de ver alguém sério a desmentir esta possível atoarda, gostava de ouvir os sindicatos das polícias a desmentir o presumível boato.
Enquanto isto não acontecer, penso que a democracia azedou e que já se sente no ar o riso sacana do finado de Santa Comba.

29 novembro, 2011

Tretas

Discutem-se feriados, dá-se mais meia-hora diária aos patrões, reduzem-se salários e pensões, aumentam-se impostos e taxas e, pelos vistos, sentem-se felizes!
Desde os políticos que embarcam nestas discussões, passando pelo povo que as atura ninguém nos diz para que se faz isto e qual o fim a que se destina.
Uns dizem que é para diminuir o défice! 
Não sei como o défice diminuirá se diminuirem as receitas, se mantiverem as despesas e se cortar no consumo que consequentemente baixará a produção e criará desemprego que comerá mais um bocado da fatia da SS.
Outros dizem que é por causa da produtividade, mas também não entendo como é que ter uma loja aberta mais meia hora por dia que já há muito não tem clientes, aumentando os seus custos energéticos e diminuido o período de descanso dos seus operadores irá aumentá-la, do mesmo modo que não vejo qual será o lucro de ter uma fábrica que tem o armazém cheio por falta de saída da mercadoria, poderá ter interesse em aumentar o período de laboração, pois os custos disparam e a produtiviodade cai a pique, tal como a escola que irá estar aberta mais meia hora sem horários nem alternativas para o seu funcionamento apenas estará a delapidar quer a energia de quem lá trabalha e a aumentar os seus custos de manutenção.
Pelo caminho vai-se perdendo o sentido de nação. E a religião dá mais uma machadada nos seus ritos que são afinal o cimento que agrega o monumento da fé.
Por hábito temos a mania das comparações, e é fácil ouvir papagaios a elaborar listas de feriados de outros países e afirmarem que nós temos mais do que os outros.
Para além da falta de verdade subjacente a tais afirmações, grosso modo os feriados existem em todo o lado e em número que varia fortemente conforme as regiões, por regra confundem os feriados nacionais com aqueles em que em alguns lados encerram alguns serviços públicos, como por exemplo nos USA que apenas tem dez (10) feriados nacionais, a que depois se lhe juntam o 17 de Março (St. Patrick's Day) que quase paralisam as cidades com desfiles e festas, o 4 de Julho (Independence Day), o Thanksgiving (4ª quinta-feira de Novembro), 0 31 de Dezembro (New Year's Eve) onde se vai para o trabalho mas nada se faz para além de festarolas e brincadeira, e isto para não falar dos restantes religiosos que num país de culturas diferentes são mais do que muitos.
Dou o exemplo dos USA pois geralmente é considerado país de alta produtividade, mas poderia fazê-lo em relação a muitos outros como por exemplo o Japão com vinte e quatro (24) o que equivale a dois dias por mês.

28 novembro, 2011

27 novembro, 2011

Porque gosto!

Tirado do Abrupto, com a devida vénia.
Indifference
When I am dead I will not care
Forever more,
If sky be radiantly fair
Or tempest roar.
If my life-hoard in sin be spent,
My wife re-wed,--
I'll be so damned indifferent
When I am dead.

When I meet up with dusty doom

What if I rest
In common ditch or marble tomb,
If curst or blest?
Shall my seed be to wealth or fame,
Or gallows led,--
To me it will be all the same
When I am dead.

So say for me no pious prayer,
Be no tear shed;
In nothingness I cannot care,
I'll be so dead.
I shall not reck of war or peace
When I go hence:
Lord, let me win sublime release,--
INDIFFERENCE!  
 (Robert William Service)

Citações (LII)

Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.

Jean Jacques Rousseau

26 novembro, 2011

Incongruências

Ouvindo o que se vai dizendo por aí, e sabendo agora que finalmente a crise é internacional e que o País destrambelhado que os anos de ouro dos dinheiros comunitários nos deixaram começam a dar os seus frutos (podres e escassos), é assaz curioso ver como as posições dos opinadores se vão mudando.
O que antes era incompetência e teimosia passou a ser circunstância e determinação.
O que antes foi apadrinhamento passou a ser necessidade de confiança política.
O que antes eram sacrifícios inauditos passaram a ser necessidades dolorosas.
O que antes era propaganda passou a ser esclarecimento.
O que antes eram mentiras pré-fabricadas passou a ser ajustes de discurso por força dos eventos internacionais.
O que antes era despesismo passou a ser prudência, necessidade de mecanismos de aconselhamento e informação, esclarecimento das medidas a tomar.
O que antes era corrupção passou a ser presunção de inocência.
O que antes era violação grosseira do segredo de justiça e não era investigado passou a sê-lo por respeito para com o cidadão exemplar.
O que é válido para os sucateiros tornou-se danoso para os senhores doutores do capital.
Ostracizam-se os Melancias, Varas, Penedos, Sócrates e quejandos e deixam-se de lado os Tavares, Silvas, Jardins, Valentins, Loureiros, Oliveiras, Tavares, Costas e o que mais se verá.
No meio de tanta incongruência admira-me que não andemos todos a águas pois o estômago e o fígado não aguentam com tanta mixórdia.

25 novembro, 2011

Lá vamos cantando e rindo...

... levados levados sim!
Hoje, 25 de Novembro, há ainda quem se lembre da movimentação militar levada a efeito contra o totalitarismo que ameaçava esta pátria que é minha.
Afinal serviu para quê?
Hoje em dia, tendo mais bugigangas para nos entreter (telemóveis, computadores, ipad's, ipod's, gps's, tv's coloridas planas e a 3D, férias com tudo incluído em ilhas sub-desenvolvidas, carripanas que gastam pouco mas que custam muito, casas próprias que nos levam couro e cabelo, micro-ondas, máquinas de lavar, secar, humidificar, ralar, fazer pão, sopas, batidos  e muitas mais inutilidades) somos contudo mais pobres.
O desemprego anda por aí sorrateiro apanhando até os mais prevenidos, a fome espreita à espera de caçar mais um, o desespero vai-se instalando em lares que até há bem pouco tempo julgavam que a austeridade tinha desaparecido dos seus hábitos.
Entretanto, estranhamente, vemos algumas (pouycas) classes a debitar afanosamente discursos sobre a austeridade que teremos de suportar (nós, não eles!) com o ar mais natural e simplório, como se o povo fosse qualquer coisa que se pode calcar, emporcalhar, desprezar como se de um tapete se tratasse.
Os mentirosos de hoje, são precisamente os mesmos que se proclamaram detentores das soluções e verdades que os mentirosos de ontem fabularam!
Os que nos pedem sacrifícios hoje, são exatamente os mesmos que clamavam pelo fim dos mesmos aos que os antecederam!!!
No meio de tudo isto, lá vamos em manada, de cabeça baixa, esperançados num deseja insano de que alguém irá fazer algo por nós.
Este povo crédulo que assim alimenta os seus líderes com a sua esperança e sacrifícios tem de merecer o que sofre.
Não tenho dúvidas.
Espero que os olhos se lhes abram e vejam o precipício em que estão a cair. Que os abram a tempo de ainde se poderem agarrar a alguns providenciais ramos que vão aparecendo, pois daqui a uns tempos até essa ramagem desaparecerá e teremos de esgravatar com as mãos em sangue o pão que os diabos amassaram.
Os líderes de agora, acolhidos em fortalezas atempadamente bem guarnecidas, rirão e brincarão, aliás como o têm vindo a fazer desde que o bicho homem existe.

24 novembro, 2011

Greve Geral

A única coisa que esta greve talvez vá fazer é assustar uns poucos, sacar uns trocos a quem já pouco tem, e dar um gozo do caraças aos que nos chupam até ao tutano.
Basta estar atento à música que as televisões estão a dar nos noticiários, com as ridículas imagens dos restos de duas garrafas de cerveja partidas num passeio ligeiramente chamuscado, uma janela partida com um estore igualmente chamuscado e uma notícia de uma lata que não se vê para se aquilatar da qualidade da informação.
Chamar coqueteis Molotov àquilo, será o mesmo que apelidar de pão-de-carnes a um triste pão com fiambre ou cruzador a um vulgar cacilheiro.
No fim lá iremos saber que os mais de 80% dos sindicatos serão apenas 5% para o governo e ficará mais um capítulo encerrado. Até à próxima que, se calhar, não vai ser tão dócil e tão serena.

15 novembro, 2011

Há informação a mais!

O provedor da RTP entende que os espaços noticiosos deverão ser mais pequenos dando cobertura ao relatório do que resta do grupo de trabalho nomeado para fazer uma análise e defenir o conceio de serviço público de televisão.
Julgava eu, que a informação e a formação deveriam ser os pilares básicos do serviço público televisivo, mas pelos vistos enganei-me.
Quanto à informação dizem que a querem mais pequena, com menos conteúdo, ou seja sejam limitados ao essencial!
Ora, melhor seria dizer que se deveria acabar com a informação exceto a que diz respeito às visitas a fazer ou feitas pelos orgãos de soberania, transmitir a agenda do canal parlamento e dar o boletim meteorológico. O resto, que o fizessem os canais privados da maneira que entendessem.
Gostaria de ler o restante arrazoado de tão inteligente grupo, pois pela amostra vê-se bem o que pretendem.

14 novembro, 2011

Democracia?

Um após outro os governos são derrubados pela mão invisível dos mercados sem ninguém questionar o assunto.
As virgens que se escandalizaram com as palavras do Otelo, assistem impávidas e serenas à substituição dos PM de vários países europeus sem dar um pio.
Dizem que chegou a hora dos tecnocratas! 
Mas quem os elegeu? Que povo é que os mandatou para tal tarefa? Não será este arremedo de oligarquia política nada mais nada menos de que uma encoberta ditadura patidocrática?
Se eu, cidadão livre, não gostar do caminho que o governo está a tomar tenho de me juntar a outros descontentes, sair à rua, protestar a ver se o PR se convence a dissolver a assembleia e a devolver o poder ao povo que deve ser soberano.
É isto que temos estado a assistir?
Não, não é, então onde raio é que está a democracia?

11 novembro, 2011

Fotos a recordar (I)

Esta chegou-me pela mão de um grande fotógrafo que ama a minha cidade.


11.11.11

Para além de um significado especial para mim e para os que me são mais próximos, resta-me a certeza absoluta de que não repetirei este comentário nesta vida, estando no entanto muito feliz por poder celebrá-la.

10 novembro, 2011

Desagregação

A Europa desagrega-se e esboroa-se perante os nossos olhos incrédulos com o que afirmam os mesmos políticos que há meia dúzia de meses atrás diziam aos colegas que o que era preciso era investir.
Mas investir onde?
Na compra dos seus produtos, claro!
A Alemanha tem fábricas espalhadas pelo mundo não por ser boazinha ou ter pena dos seus congéneres europeus, mas porque lhe dá lucro.
A França tem uma aposta forte na indústria aeronáutica porque quer competir com a Boeing e com a Nasa e para isso serve-se dos melhores cérebros europeus que paga a peso de ouro.
A Inglaterra metida na sua ilha, não larga a libra nem vai em conversas sobre a emigração mou a segurança.
Cada pais vê a UE como um armazém onde quer apenas colocar os excedentes e procurar produtos a baixo preço.
Deixem os europeus de comprar à Alemanha a maquinaria pesada e comecem a fazê-lo à China ou ao Japãp e a Alemanha irá ao fundo, principalmente se tiver de pagar o que se recusa a fazer por causa das suas políticas expansionistas.
Venha o Brasil ocupar o 'cluster' aeronáutico para os võos de curto e médio alcance e a França verá as dificuldades em que entrará.
Venham os chineses e indianos oferecer produtos informáticos ao preço da chuva e a América chiará e os telefones do Norte da Europa caírão a pique.
Quem hoje canta de galo porque tem os clientes presos pelos gargomilos poderá amanhã vê-los fugir dum Euro que querem construir só para si e pagar as suas mercadorias em rublos, rupias, reais ou yuans.

09 novembro, 2011

A coerência da honestidade

Ainda há dias estava com pena do sacrifício imposto aos portugueses, hoje aparece na televisão a anunciar que vai propor a privatização de 45% das Águas do Porto, EM, sendo necessário para isso aumentar a água em valor superior ao da inflação (1%), e igual ao da inflação nos restantes anos.
O presidente da CMP, mostra mais uma vez que a bota não bate com a perdigota, pois se os serviços não são bons e estão politizados, é à Câmara que compete resolver o problema, pois a privatização não irá despolitizá-los, a não ser que haja empresas cujos patrões são apolíticos!
E se a água está cara e mal distribuída a culpa não será do governo mas apenas dos erviços ou da orgânica a que foram submetidos pelo mesmo senhor que agora propõe nova alteração.
E se o problema é a dificuldade de financiamento porque é que a Câmara não o tem sabendo que o mesmo era necessário?
Onde anda a planificação atempada? E a gestão de qualidade excecional? Será que há honestidade em tudo isto? Serão os aumentos de água compatíveis com a pena que Rio demonstrou há dias pelos mais desfavorecidos e por um país em crise, nomeadamente na cidade envelhecida que ele tem tentado destruir.

08 novembro, 2011

A comunicação social que temos

Ouço abismado num dos telejornais da SIC Notícias esta linda entrada:

Os portugueses prevêem gastar em média 530 euros este Natal, menos oito por cento do que no ano passado, apesar do corte de 50 por cento no subsídio, de acordo com um estudo da consultora Deloitte hoje divulgado.

Não sei como é que a Deloitte chegou a este número deveras surpreendente, até porque em 2009, na zona do Grande Porto, o IPAM arriscava um valor médio de 490 Euros! E dizia que na amostra s´´o teriam entrado três centenas de inquiridos.

Os portugueses que encimam a notícia (ou seja todos os portugueses) no desenvolvimento da notícia passam a ser apenas e afinal os consumidores, ou seja, aqueles que pensam em fazer compras o que é muito diferente da totalidade dos portugueses, mas logo a seguir dizem que este ser o valor mais baixo nos seis anos que refere!
Claro que tinham de ser seis, número mágico que é habitual ver em estudos comparados...
Se calhar a Delitte não diz nada disso, diz apenas que esse é o valor a gastar por cada casal (sentido lato de household) que muitas das vezes compreende dois, três, quatro e mais pessoas.
O spin feito pela locutora de serviço é que não se compreende muito bem, se é para fazer humor, ou se é freete que lhe mandaram papaguear.
Num país em que o desemprego aumenta e enche muitos lares, em que o subsídio de Ntal leva um corte magistral, ver os perdulários portugueses a gastar mais do que o ordenado mínimo por cabeça só lembrará a algum pateta daqueles que andam cá apenas para sacar o deles e enganar a malta.

07 novembro, 2011

Dois pontos de vista curiosos

Claro que eu estou do lado do Georgios.

Como um grego ensina a um alemão a história das dívidas 

A ler com muita atenção no Aventar.

Porque é uma opinião importante

Aqui deixo o link para um texto de Francisco Seixas da Costa publicado no seu duas ou três coisas

Citações (LI)

O pior governo é o mais moral. Um governo composto de cínicos é frequentemente mais tolerante e humano. Mas, quando os fanáticos tomam o poder, não há limite para a opressão.
Henry Mencken

06 novembro, 2011

Segurança!

Numa altura em que a insegurança dos cidadãos aumenta vai encerrar um posto policial, na cidade do Porto, numa das zonas mais problemáticas da cidade!
A 5ª Esquadra - pomposo nome para posto policial - vai fechar.
Os assaltos que tinham praticamente desaparecido com a sua chegada, as rixas que tinham abrandado, a segurança que tinha trazido a uma população envelhecida e pobre na sua grande maioria vai desaparecer. Tudo em nome da economia em tempo de crise.
Não se cortam nos guarda-costas, nem nos polícias à porta de casa dos srs. mais importantes, continuam a comprar-se carros blindados para alguns utilizarem nas suas deslocações através de um País que desconhece atentados desde o assassínio de Sartawi em Albufeira.
O orçamento das forças de segurança cresceu o que fará com que o ministro das polícias, que até é do Porto, e até à pouco tempo se preocupava pouco com o destino dos dinheiros do estado que lhe caíam no bolso,  tome semelhante medida?!
Será que é para confirmar os ditados - Em casa de ferreiro, espeto de pau e Na terra em que fores viver faz como vires fazer?

05 novembro, 2011

Os trampolineiros

Habituei-me a vê-los em criança. Chegavam, mal vestidos, estendiam uma lona no chão e durante um meia-hora divertiam a assistência com os seus malabarismos, deitando fogo pela boca, dando saltos mortais, fazendo piruetas, enquanto a mulher andava à roda com um chapéu a recolher os donativos dos mais caridosos e um ou uma ranhosita a um canto tocava um tambor.
Era um modo devida que foi desaparecendo com o dealbar do 25 de Abril e que juntamente com aquelas parelhas que cantavam as desgraças alheias e os vendedores de banha de cobra deixaram de se ver nas nossas ruas e preças.
Mas não desapareceram, reciclaram-se!
Hoje os trampolineiros andam de carros de luxo, muitos conduzidos por motoristas e dizem hoje sim e amanhã não há mesma pergunta, saltam acrobaticamente de empresa em empresa, chegam a receber mesadas por trabalharem mais de 72 horas por dia, deitam lume pela boca que nos queima a alma e os bolsos, só que não pedem esmola, tiram-nos legalmente o dinheiro do bolso, as senhoras andam pelos cabeleireiros e lojas da moda e a prole em vez de tocar tambor, diverte-se gastando mesadas que fazem luzir de inveja os olhos dos recebedores de smn's.
Os grupinhos que cantavam desgraças tornaram-se jornalistas e alguns até donos de grandes grupos de jornais, contando agora não só as desgraças mas vão inventando também algumas, tal e qual faziam os pioneiros da profissão.
Quanto aos vendedores de banha-da-cobra foram para políticos, vendem-nos sonhos e esperanças que nunca resultam mesmo que as apliquemos com denodado esforço e sacrifício, montam a banca, vendem o produto e até por vezes se tornam associados das fábricas que lhes dão os produtos a vender.
Quem tinha razão era o Lavoisier, neste mundo nada se cria, nada morre, tudo se transforma.

Compinchas...

Lido no Aspirina B.

04 novembro, 2011

Unidade

Hoje em dia passou a estar na moda os governos ditos de unidade nacional! Não sei se a unidade quererá dizer unanimidade ou apenas uma opção para manter os tachos e as prebendas.
Mas, saltando daqui para a televisão e olhando para os programas da manhã, já poderemos ver onde nos leva a unidade.
Os formatos são idênticos para não dizer iguais, se um leva um cozinheiro, o outro também leva e junta-lhe mais qualquer coisinha.
O esquema da dupla de apresentadores dá-se bem em duas estações, pois na outra, a apresentadora vale por dois, quer em tamanho, quer em barulho.
Lá vão rodando alguns artistas, falando de saúde pela rama e a correr e explorando o olho e ouvidos de comadre que existe em cada um de nós.
Se nos virarmos para os programas de notícias a coisa não melhora muito, pois a diversidade é apenas de interlocutores e raramente de conteúdos.
Com a já estafada economia (!) à cabeça, passando pela hora do telespectador e pelas reportagens medíocres os formatos mantêm-se numa monotonia em que o entorpecimento se instala rapidamente.
Esta moderna unidade vem juntando a diversidade com que nascemos e tenta meter na mesma forma espécies diferentes apontando o dedo acusador a quem ouse diversificar.
Com toda esta unidade, haverá ainda quem se admire de nos termos tornado num ordeiro rebanho guardado por caniches - pois já não são sequer precisos cães de guarda - e o pastor deve o seu lugar a ser uma pessoa distraída a quem deram o emprego apenas por não saber fazer nada.

03 novembro, 2011

O eixo franco-alemão

Só o nome de "eixo" me faz calafrios na "espinha", pois a minha memória recente sobre o significado político da palavra faz-me regressar ao fim dos anos 30, onde o eixo passava então por Berlim-Roma e Tóquio.
Não esquecendo o papel colaborante que a França de Vichy teve com esse mesmo eixo, a apreensão é muita pois parece que estou a ver reeditada a prosápia alemã, acolitada pela fanfarronice gaulesa, e com o beneplácito do Benelux sob os olhares gulosos de alguns outros.
A recente polémica com a Grã-Bretanha é elucidativa quanto à falta de inteligência dos gémeos Merkozy, e, só não se assusta com isto, quem anda realmente muito distraído ou então quem adormeceu durante as aulas de história.
O norte da Europa sempre foi terra de bárbaros que se sustentavam pela pilhagem dos países do sul.
Hoje em dia, as diferenças apenas residem nas armas utilizadas e nas roupagens a condizer.
Querer fazer do sul o eterno sustento das gentes do norte acaba sempre por dar em açorda, e parece que a Grécia apenas acaba por ter chamado a nossa atenção para o facto.
À falta de estadistas sérios, que haja pelo menos um Papandreou com alma bastante para dizer basta!

02 novembro, 2011

Sobre a democracia

A democracia tem destas coisas.
O PM grego decidiu que serão os gregos que deverão ser os donos de si mesmo e passou-lhes a batata quente para as mãos talvez por estar já farto de ouvir tantas e por vezes tão injustas críticas à sua atuação.
Cai o Carmo e a Trindade nas democracias(!) ocidentais pois pedir opinião às populações é coisa que não é habitual fazer-se pois, como os Papas, os governantes estão convencidos da sua inquestionável sapiência governamental.
Afinal, a democracia, parece que só funciona de xis em xis tempo, para legitimar os governos ou assembleias legislativas e por vezes mais alguns cargos conforme os países.
Os gregos não devem ter gostado da brincadeira, pois agora poderão decidir se aceitam a ajuda(!!) que dizem prestar-lhes ou se mandam tudo às malvas e se os restantes governos ocidentais ficam de calças na mão com o rabinho ao léu, presos na sua prosápia de "nós por cá tudo bem" e dão um trambolhão tal que o inferno se alastrará de norte a sul sem se deter pelo caminho.
Será interessante verificar, se o não dos gregos se vier a efetivar-se como ficarão os restantes estados e como regirá o famoso invísivel mercado que tudo ordena.
Para já, pode ser que por causa disso os governos e decisores europeus comecem a ver a alhada em que estão metidos e deixem de andar a brincar à economia e passem a tratar de resolver por onde será a saída que coletivamente nos tire do buraco.
A não ser assim, o colapso é certo, e não pense o resto do mundo que ficará de fora a gozar o espetáculo, pos também comerão pela medida grande.
A procissão complica-se e a banda se não se organiza rapidamente corre o risco de vir toda para o desemprego.