02 fevereiro, 2012

Direito à greve

Começam a andar por aí uns meninos e meninas a questionar o direito à greve porque, segundo eles e elas, há no meio disto tudo quem saia prejudicado!
Confesso que este tipo de argumento me confunde, pois ver que a luta de trabalhadores em defesa do que entendem ser seus direitos não é aceite por outros que, ou já os alcançaram ou não precisam deles, é, para mim, o mais eviidente sinal do egoísmo que a sociedade parece padecer.
Não sei o que é que estas cabecinhas pensadoras propõem para substituir este tipo de reivindicação, se calhar são adeptos do salve-se quem puder, da negociação individual, ou se ainda pensam que o trabalho dá saúde e por isso quanto mais trabalharmos melhor, pois seremos mais saudáveis e teremos menos tempo para gastar o que viermos a receber como salário.
Desta mentalidade é que tenho medo, pois com esta conversa da treta já se paga o salário mínimo a licenciados, os recibos verdes são uma norma que tende a generalizar-se e por este caminho as férias voltarão aos 15 dias seguidos por ano e quando der na real gana ao empregador.
Quatro feriados já foram à vida, o SNS está a sofrer um dos mais violentos ataques das últimas décadas, o trabalho suplementar foi mandado às urtigas, os bancos de horas são uma nova maneira de brutalidade patronal, a escola pública anda a levar pancada, mas ninguém protesta, pois as greves fazem uma diferença do caraças ao país, nomeadamente aos bolsos dos muitos patrões que há muito deixaram de encontrar cotão nos bolsos.

1 comentário:

Teresa Durães disse...

entrámos numa sociedade repressiva que já não dá liberdade à contestação