Já há uns meses que vinha sentindo a impressão de que isto iria acabar mal!
A descortesia do governador do BP, que não representa ninguém para além da instituição a que preside, sendo nomeado por interesses políticos para com um deputado na AR era já um prenúncio.
As nomeações escandalosas de personagens em idade de reforma para gaiolas douradas onde acrescentam boas maquias ao seu gordo pecúlio alimentaram a ideia.
Só faltavam, em catadupa as declarações dum ministro que se formou tarde e a más horas, e que agora recomenda celeridade aos que querem ser como ele, de outro que vindo das Américas julga que descobriu o pastel de nata finalizando com o da defesa que se entretem a hostilizar os seus comandados para se começar a ver que algo está podre neste reino que não é da Dinamarca.
A carta aberta ao Ministro da Defesa, é, por si só, um sinal de alarme que deveria refrear o discurso inflamado de ministros que não estão habituados a dirigir homens quanto mais um país!
O mal estar da sociedade já chegou a forças armadas, as mesmas que nos devolveram há precisamente quarenta anos a democracia que andou aferrolhada em caixas que eram vigiadas pelos pais de alguns destes meninos agora no poder.
O povo que foi enganado por um político que mentiu descaradamente numa campanha eleitoral desonesta e que hoje faz precisamente o contrário do que prometeu e ainda insulta os que sofrem na pele as diatribes que sob a sua batuta são cometidas, começa a estar farto de tanto sacrifício e não vê onde estarão as gorduras do estado a ser cortadas, pois o que se tem cortado é nos benefícios sociais e nos direitos dos trabalhadores.
Ainda agora se deu posse a mais um lugar que ninguém sabe para que serve - a da nova mediadora de crédito - em nome sabe-se lá do quê.
Confundem produtividade com trabalho braçal, destroem o ensino de adultos, tuberculizam o SNS, vão ao bolso dos que já descontaram para terem direito a uma reforma, mas não abdicam dos carros de luxo, das dezenas de assessores e técnicos, das ajudicações diretas de motoristas, ou na dança das cadeiras do poder.
Creio que o caldo está a entornar-se rapidamente, e o silêncio de Belém não pronuncia nada de bom.
Espero que quando decidir abrir a boca, o presidente da república não o faça já demasiado tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário