10 dezembro, 2008

Estatísticas

Gosto bastante de estatísticas, mas quando vejo por aí alguns papagaios a falar de percentagens e números como se falassem de estatísticas dá-me quase sempre uma enorme vontade de rir.

Vem isto a propósito de um escrito produzido no ABRUPTO, onde num texto pseudo-científico, um senhor se põe a comparar coisas interessantes, com base em percentagens e períodos que nada transmitem, a não ser a ideia de que tudo vai pior cá por casa, e que lá pela estranja se nada em prosperidade.

O salário mínimo na Hungria é de 370,00 €, na Polónia ronda os 300,00 €, na Eslováquia pouco mais de 217,00 € e na República Checa pouco ultrapassa os 200,00€, será por isso que as suas exportações crescem?

São estes os salários que se querem praticar em Portugal?

As taxas de emprego são de, respectivamente 57,3 %, 54,5 %, 59,4 % e 65,3 % enquanto nós por cá andamos nos 67,9 %. (valores 2006).

Mas voltando às estatísticas, e saindo do princípio de que quando eu como duas galinhas e o meu vizinho nenhuma, cada um come em média uma galinha - ou seja enquanto um engorda o outro morre de fome, mas estatisticamente são equivalentes - porque é que não se comparam realidades fáceis de comparar.

Porque é que não se criticam a assimetrias regionais, ou nos fossos salariais dentro do próprio país, ou nos custos da energia, ou da água, ou na idade média dos automóveis por família?

Claro, que é melhor a comparação com o vizinho do lado, ou com o período anterior, pois não são situações comparáveis, mas quando os números dão jeito, porque não usá-los.

Vamos mas é olhar para o que podemos fazer por nós e gastar menos, e voltar aos antigos 'slogans' - os ricos que paguem a crise. Ou não deverá ser assim?


2 comentários:

Henrique Dória disse...

São duas faces da verdade.A que apresentas e a que apresenta o PP

Teófilo M. disse...

Caro Henrique Dória, de facto, são duas faces da verdade, mas quando exibimos uma moeda, devemos exibi-la na totalidade e não apenas na face que nos interessa.

A isso chano isenção, e o JPP gosta de se afirmar isento, daí a minha observação.