Volta meia volta, quando se fala na estrutura da depesa pública, os economistas adoram referir que os custos com os vencimentos mais as prestações sociais rondam os 80 % do total da despesa.
As pessoas, coitadas, ao ouvirem isto, arrepelam os cabelos e estão prontas a deixar despedir os funcionários públicos, e que lhes seja cortado na saúde, nos subsídios diversos, sabe-se bem lá o que mais ainda.
Aqui chegados, perguntamo-nos para que servirá o estado?!
Para que servirão os impostos?
Então não é para sustentar um SNS de qualidade, proteger a população no desemprego e na velhice, cuidar da formação/educação dos portugueses, acautelar a proteção de pessoas e bens, manter as infraestruturas necessárias ao bem estar das populações?
Mas não são as prestações sociais que pagam as escolas, os hospitais, as pensões de reforma e sobrevivência, os subsídios de desemprego, os abonos de família, etc.
Claro que as despesas com pessoal, que orçaram em 2009 mais de dezoito milhões de euros e que foram cerca de 25% da receita total, até poderão estar ligeiramente acima da média, mas que dizer das despesas sociais?
Será que num período de forte contração económica queremos cortes nelas?
E já agora, porque é que os ditos economistas que tanto se escandalizam com as despesas não falam na roubalheira dos juros a mais de 3% que nos são levados pelos credores, quando os mesmos credores não se importam de emprestar a quem mais tem a 0%!?
Ter-se-ão esquecido que os juros a pagar serviriam para pagar mais de um terço do total dos vencimentos da função pública?
Então porque é que o enfoque fica nos vencimentos + prestações sociais, parecendo que para além disto, e num período de crise há muito mais onde gastar!
E para os que defendem os despedimentos na função pública!
Quanto custaria mandar para casa os funcionários públicos e pagar-lhes sem produzir?
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