E, como de costume, quando fala, abre a boca, o que possibilita sempre a possibilidade de entrar mosca ou sair asneira.
Como não se engasgou, certamente não entrou mosca, mas saiu-lhe a refundação do memorando do entendimento!
E que é que será essa refundação, onde quer contar com o PS, partido a que não tem passado cavaco (passe a interessante homofonia) a não ser para o achincalhar ou acusar de dolo e má-fé?
Pelos vistos ninguém sabe.
Dá a entender que é uma reforma do estado, seja lá o que é que ele entende por isso, alegando para tal que "...o Estado só deve fazer aquilo que faz bem, e deve fazer muito melhor aquilo que não pode deixar de fazer...".
Ora, não sabendo ninguém o que é que ele considera que o Estado faz bem e muito menos o que é que ele (Estado) não pode deixar de fazer, seria curial que o esclarecimento viesse rápido.
Estou em crer que ele apenas quererá ver o Estado cobrar impostos, taxas e quejandos, manter a ordem pública, ter umas forças armadas para mostrar aos amigos e representar o País nos areópagos internacionais, tudo o resto deverá ser privatizado, pois são bem conhecidas as críticas ao SNS, à dimensão da escola pública, à universalidade da proteção social, à dinamização económica, só para elencar estes quatro.
As privatizações em massa andam por aí, desde as águas, aos portos e aeroportos, passando pelo espaço aéreo, a que se seguirão sem dúvida a orla costeira, as bacias hidrográficas, a totalidade da rede energética, as vias de comunicação, os transportes, a que se seguirá a segurança social, e a cereja em cima do bolo que é o desmantelamento do SNS.
Cada governo estabelece as leis conforme a sua conveniência.
Já se viu que a conveniência deste governo é dar uma oportunidade aos poderosos à custa dos mais fracos.
A partir daí, não será difícil concluir que esta refundação não é a do memorando mas a de todo o País, deixando a democracia passar a ser uma figura de estilo em vez de ser uma maneira de governar.
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