Começam a ouvir-se aqui e ali algumas vozes discordantes sobre os remédios que temos sido obrigados a tomar para (dizem) virmos a ser felizes.
Mas afinal quem é que irá ressarcir os europeus destes anos malditos da austeridade custe o que custar em nome de modelos que, segundo afirmavam, ir-nos-iam levar a um novo tempo de vacas gordas?
A sra. Lagarde já começa a dizer que afinal, nós, os gregos e os espanhóis terão de ter mais tempo para atingir as metas que nos foram impostas.
Mas onde estará a novidade?
Há muito que muita gente vem criticando esta austeridade que, visivelmente, está a destruir economias e países a uma velocidade impressionante, tendo os nossos economistas liberais abanado a cabeça negativamente acusando-nos de termos vivido para além das nossas posses!
E quem é que viveu para além das suas posses?
Terão sido os 10,5% dos portugueses que ganham o salário mínimo nacional? Serão os muitos milhares de pensionistas e reformados com pensões de miséria (85 % com pensões inferiores ao salário mínimo nacional) que se arrastam abaixo do limiar da pobreza? Terão sido os mais de 100.000 desempregados com mais de 50 anos de idade? Serão aquela mole imensa de portugueses que correm às promoções dos supermercados e se atropelam nas muitas filas à porta das IPSS's? Serão ainda os que definham nos lares de idosos à espera da derradeira viagem?
Que discurso é esse que, em vez de assinalar os desvios da riqueza para benefício de uma oligarquia dominante, apouca apenas o rebanho que os sustenta?
Numa invulgar concertação de esforços, políticos e oligarcas recentemente deram as mãos para atirar o povo e a incipiente classe média de regresso à selva da sobrevivência diária.
Atirou-se, não com um povo, mas com uma parte da europa de cangalhas para benefício de quem?
O (des)governo que foi eleito cá na terra mostra que não sabe o que faz, não sabe para onde quer ir, nem tampouco sabe como há-de ir para o local do piquenique.
A oposição perdeu o norte, o mapa que tem está desatualizado e não há agulha de marear disponível no mercado.
Será que desta vez estamos mesmo perdidos?
1 comentário:
Eu diria antes... ainda se ouvem algumas (poucas) vozes concordantes...
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