Este simples provébio italiano é o que me aparece mais sugestivo para aplicar às legendas que nos entram pela porta dentro como rodapé de notícias, filmes ou espetáculos, quando não fazem a sua entrada em livros, documentos, guias, etc.
Julgo que para se poder exercer esta profissão há que estar minimamente habilitado com conhecimentos mais do que básicos da língua a traduzir, mas parece que, ou o ensino anda muito mal (o que até nem é de estranhar dados os recentes casos vindos a lume) ou o discernimento anda ainda pior, ou - mais grave - que, quem tem obrigação de zelar pelo respeito da tradução, anda também muito distraído, para não dizer outra coisa.
Ainda há pouco, num filme transmitido na televisão por cabo, paga a peso de ouro, poderia ler-se esta linda tradução:
- I like parties => Eu gosto de partes (!!!!!!!!!)
que bem se podia juntar com a extraordinária tradução de Yellow Spandex como verde bandeira, ou a famosa You're fired, que se tornou em você está pegando fogo!
Já chega de ver traduzidos nomes como o mr. John Brown, mr. Clay White, mr. Earl Green ou mr. Purple, por sr. João Castanho, sr. Barro Branca, sr. Conde Verde ou sr. Púrpura para dizer que, por norma os nomes são para ficar intocáveis, a não ser que se encontrem alternativas idênticas na língua a que se destina a tradução. (Ex.: Richard => Ricardo; Arthur => Artur; Rose => Rosa, etc.) De qualquer modo deve ter-se em conta o personagem a identificar para que não saia um Ricardo Gere ao nomear o ator Richard Gere ou um António Hopkins...
Será que os tradutores e quem os emprega poderão ser um pouco mais exigentes para bem da comunidade?
1 comentário:
Não poderia ter escolhido um final de artigo mais desconhecedor da área da Tradução, Interpretação ou Legendagem do que este que nos transmite. O problema não está nos tradutores nem em quem os emprega, está sim nos "assumidos tradutores" que muitas vezes o são porque viveram determinado tempo em determinado país e consideram-se tradutores ou até, como poderei comprovar, em pessoas que se dizem tradutores, por exemplo de espanhol, porque viveram 2 anos em Espanha e viam os desenhos animados todos os dias e aprenderam assim a ser tradutores de espanhol. Está também nos jornalistas(-"tradutores"), nos advogados(-"tradutores"), nos industriais(-"tradutores"), nos engenheiros(-"tradutores") e até mesmo nos desempregados(-"tradutores"), o problema não são os tradutores, são antes os supostos ou assumidos tradutores, quem lhes PAGA, muito diferente de quem os contrata, e acima de tudo, da legislação portuguesa que não protege o estatuto do tradutor. O autor já ouviu, provavelmente, falar no estatuto de "tradutor oficial"...pois este não existe no nosso país! Mais, por cá aceitam-se e reconhecem-se traduções de elementos das câmaras do comércio e da indústria! E de advogados...nos certificados de tradução estes assinam sobre a inscrição "O tradutor" como se de tal se tratassem. Não é preciso pensar muito para ver que pelo menos no que toca aos advogados é crime! A profissão de tradutor, para quem o é de formação e vocação, é muito ingrata. Agora deixo-lhe aqui a sua última frase melhor contextualizada "Será que a comunidade e quem a alberga poderá ser um pouco mais exigente para bem dos tradutores?" Paulo Santos (paulsant@sapo.pt)
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