13 janeiro, 2012

Falando com os meus botões

Hoje em dia muito de fala de educação, mas à medida que o tempo avança e que a caixinha que mudou o mundo nos mete em casa programas de qualidade duvidosa em que uma data de simplórios não se importa de ser insultada só com a perspetiva de conseguir trazer uma centenas de euros aflige-me.
Por mais que se aligeirem as perguntas nos concursos ditos de cultura geral, que a maior parte das vezes são apenas inquirições sobre banalidades sociais momentâneas ou questões que qualquer mau aluno de há uns anos atrás respondia com uma perna às costa, passando pelas figuras tristes que são obrigados a fazer em tentativas de jogos sem pés nem cabeça, acompanhados dos respetivos gritinhos e "yesses" da praxe, a sociedade vai baixando de nível mas consolando as audiências, tão ou mais broncas que os concorrentes e apresentadores.
A educação que vem sendo deficientemente ministrada quer pelas famílias, quer pelas escolas, quer pelos exemplos que a sociedade nos dá, vai-se instalando, permitindo o aparecimento de uma espécie nova que se move nos corredorres do poder sem nunca ter trabalhado a sério, nunca ter liderado seja o que for, e que parece lá ter chegado por direito dinástico.
A democracia que nos prometeram foi transformada numa partidocracia onde apenas alguns têm assento e onde se trocam favores e influências com um único fim, o benefício do próprio.
Há excecões? Claro que as há, pois só essas servem para confirmar as regras.
Tirando a área científica que ainda vai estando imune a tal estado de coisas, alguns núcleos duros na área das medicinas, das engenharias, da inovação, de alguma indústria, num ou noutro projeto agrícola e algum (muito pouco) comércio ficámos com uma mão cheia de nada e outra com alguma coisa.
Se perguntarmos de quem é a culpa, rapidamente as mãos se viram para os políticos, mas será que é apenas deles a culpa, ou ela afinal é de todos nós que, afinal, permitimos que o centralismo se instalasse de modo tão absoluto na mão de mais dúzia de pessoas e enterramos a cabeça na areia à espera que o mau tempo passasse?

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