Numa época de crise falar de cultura parecerá um disparate mas, na minha humilde opinião, entendo que é nestes momentos que a cultura de um povo vem ao de cima, criando soluções aplicando velhos métodos, recorrendo à sabedoria popular, preservando o património que nos foi legado, divulgando o que de bom sabemos produzir.
Mas ao que assisto?
Na AR querem-se aprovar leis para aprovar taxas a aplicar aos suportes que permitam a cópia privada de bens adquiridos e onde os direitos de autor já foram devidamente pagos!
Por outro lado, as polémicas sobre o atual secretário de estado e as suas confusões que vão sendo notícia um pouco por toda a parte, desde as admissões de motoristas e especialistas a reviravoltas de 180º sobre as declarações que proferia há uns tempos atrás, deixam um triste rasto onde com facilidade nos enlameamos.
Da cultura propriamente dita, ou não se fala, ou deliberadamente se escavaca a língua com acordos sem pés nem cabeça, se deixam de editar autores de reconhecida nomeada, os contos populares são esquecidos, os jogos tradicionais já só são recordados por gerações em vias de desaparecer, a música passou a ter no "pimba" a expressão de um povo e até o recente folclore fadístico em meia dúzia de dias parece ter caído no esquecimento.
Este rapaz, que até já ganhou uns dinheiritos com um programa em que misturava literatura com bons vinhos e onde se falava também de gastronomia já deve ter esquecido tudo o que tinha na cabeça para apenas ser mais um SEC sem história e sem deixar marca que se veja.
É pena, pois é nas crises, que a cultura, quando é sólida, consegue ser a alavanca que levanta um mundo.
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