11 janeiro, 2012

Racionamento

A direita e a pseudo esquerda nacional descobriu um novo termo!
Racionamento!
Ouvi-o ontem a primeira vez, e logo por azar a D. Manuela, aquela que vendeu créditos do estado a um banco para arranjar receitas extraordinárias e que critica quem, não sendo ela, faz o mesmo, debitou lá também a sua frasesinha a respeito do famoso racionamento a propósito da saúde:
- Quem tem mais de setenta anos tem direito a fazer hemodiálise, se pagar.
Claro que a senhora, que não deve ter problemas financeiros e que já tem mais de setenta anos não deve necessitar de tal, mas pela conversa já sabemos o que ela pensa racionar aos portugueses.
A senhora que ainda não há um ano defendia, no Funchal, a acumulação de pensões com salários na função pública com a justificação que essas pessoas «trabalharam muito» pelos vistos entende que um reformado com 70 anos a receber a pensão mínima poderá fazer hemodiálise se a pagar!!!!
Ninguém na mesa se escandalizou e estavam lá sentados, António Vitorino, António Barreto, Francisco Pinto Balsemão e Sobrinho Simões.
Desta plêiade, salvou-se o Vitorino que se mostrou pelos vistos chocado com as declarações de alguém que superintende às ordens honoríficas portuguesas, os restantes olharam para o lado e seguiram em frente, talvez com medo de ainda apanhar a senhora nalgum lugar que lhes possa trazer desvantagens, entende porventura que o racionamento deve começar a ser feito na saúde de quem o não tem para a pagar, esquecendo estupidamente que, caso a doença grave e crónica lhes bata à porta e seja prolongada, se não for o SNS, poderão não haver anéis que cheguem para o remédio.
Esta é a direita que temos e os sociólogo dito de esquerda que deita faladura!
Nãos os ouvi falar em racionamento nos lucros das farmacêuticas, em racionamento das despesas sumptuárias dos gestores de alguns hospitais, na prevenção da doença nas periferias e no interior que retiraria muita gente dos hospitais com as respetivas poupanças associadas, no racionamento das acumulações de cargos e pensões douradas, no racionamento da cegueira que impossibilita os cortes nas gorduras do estado, no racionamento do luxo nos ministérios, no racionamento das despesas de Belém, enfim, nos diversos racionamentos que deviam começar nos próprios ali presentes que deveriam apenas ter uma pensão (os que trabalharam para tal), receberem dividendos de que paguem impostos correspondentes à proporcionalidade recebida, ou apenas um salário que apenas variaria conforme o número de horas de trabalho efetivamente prestadas.

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