Tenho acompanhado com alguma atenção o que o Tiago Azevedo Fernandes vem passando na sua militância no PSD/Porto, conforme se pode ler aqui, aqui ou aqui.
Sabendo por experiência própria de que de boas intenções está o inferno cheio, admiro a pertinácia com que o Tiago Azevedo Fernandes (TAF) tem lutado contra o imobilismo (ou deverei antes chamar-lhe oportunismo) com que os partidos, na sua generalidade se debatem hoje em dia.
Este seu último comentário, não serve apenas ao PSD/Porto, mas a mais partidos que estão representados na cidade e cujos militantes/simpatizantes se alhearam da vida política, pois os grupos e grupinhos organizados de cima para baixo, corroem violenta e tenazmente toda a tentativa de novas vias ou alternativas que não venham apadrinhadas lá do alto.
O TAF dá-se conta dos três vícios que transversalmente se espalham na sociedade portuguesa.
Infelizmente tem razão, mas o imobilismo em que muitos se deixam ficar pode apenas ser resultado de muitas más experiências que atravessaram ou de que ouviram falar/contar.
Não sendo do PSD, nem de qualquer outro, pois deixei a vida partidária há muito, vi que quem progredia não eram os que tinham as melhores ideias ou ideais, mas os mais videirinhos, os que jogavam sempre do lado do vencedor ou então que eram tão próximos do vencido que arranjavam sempre uma colocação (tacho) que lhes permitia ir um pouco mais além.
A vida interna dos partidos portugueses é feita de alianças e contra-alianças que vertiginosamente se entrecruzam numa nefanda rede de compadrios e interesses a que os vulgares cidadãos apenas dão cobertura com os seus votos que, na maioria dos casos, não assentam em opções próprias mas apenas em projetos de poder.
A ingenuidade do TAF toca-me, pois parece-me ser sincera, e recorda-me um D.Quixote apaixonado que luta por uma democracia que não existe a não ser no prefácio, mas que é apenas uma cobertaura para a oligarquia bafienta que tudo apodrece.
Hoje em dia não faltam gurus para explicar as frases infelizes dos oligarcas, propagandistas que fazem um Goebbels ou um Lenine parecerem meninos de coro, Pol Pots de direita e Hitlers de esquerda que se misturam num cadinho infernal onde os votos apenas servem de acendalhas.
Gostava que novos TAF's aparecessem, mas dado que a sociedade atual tende a olhar primeiro para o seu umbigo e quando é possível esquece-se do umbigo do parceiro, numa sociedade em que o mérito é relativizado e submetido a disciplinas subalternas, onde o egoísmo prevalece como virtude suprema e exemplo a seguir, o que é que nos esperará?
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