Lembro-me bem como Rui Rio ganhou as eleições: Fernando Gomes
regressava e pensava que isso bastava para todos correrem a votar nele,
enquanto Nuno Cardoso tinha apostado (quase) tudo no Porto Capital
Europeia da Cultura e havia perdido, entre guerras com a administração
central e sobretudo com quem fez nomear para a Sociedade Porto 2001, por
entre obras excessivas, atrasadas e caras, o que era acompanhado por
quezílias que não facilitaram nada o “regresso” do melhor presidente que
o Porto conheceu depois do 25 de Abril.
Mas, se no essencial foi Fernando Gomes que perdeu, também é verdade
que Rui Rio ganhou. E fê-lo, entre outras posições, com o apoio firme à
defesa do Parque Ocidental (dito “parque da cidade”), contra tudo e
todos e em especial contra a “especulação” (seja lá isso o que for), num
compromisso pelo rigor e transparência que trouxe o apoio de jovens bem
intencionados reunidos em torno de uma “agenda verde”. Não falarei do
rigor e transparência no caso do Rivoli e dos seus amigos, do Palácio do
Freixo e do negócio do Grupo Pestana, das Torres do Aleixo e dos amigos
de Duarte Lima, da antecipação de rendimentos de que aqui falou José
Castro, nem do que custou à cidade a sua paixão por carros antigos, ou a
da sua amiga Laura Rodrigues pelo prédio projetado pelo pai (Cinema
Batalha) ou pelos relatórios e projetos do filho, entre tantas outras
(tristes) coisas.
Porque o que importa é perceber hoje que a notícia sobre alterações ao PDM
na sua ligação ao parque ocidental do Porto confirma o que alguns
sabíamos: a CMP de Rui Rio contrariou o PDM que ela própria fez alterar e
agora precisa de o mudar para fazer legal o ilegal. Isso é
especialmente grave no Parque da Cidade, onde a CMP de Rui Rio aprovou,
ilegalmente disse-nos a CCDRN, um oceanário, e deixou que alguns (Sport
Club do Porto), aí plantassem construções (incluindo piscina), ou
promoveu a asfaltação para uso dos aviões do Red Bull, entre outras
iniciativas de impermeabilização muito pouco ambientalmente interessante
e contrária ao que dispõe o PDM ou mais ainda ao discurso que lhe deu a
vitória. Entretanto… por via da luta cega contra outras construções,
deixa-nos Rui Rio, apesar de todo o rigor e transparência e da sua
superioridade de economista, uma dívida superior à que herdou, menos
espaço verde no Parque Ocidental e uma evidente falta de visão e de
ambição da cidade, apenas compensada em parte pela projeção da cidade,
para o qual muito contribuem o vinho do Porto e a atração das caves na
Gaia do amigo Menezes, o Futebol Clube do Porto do amigo Pinto da Costa,
ou o aeroporto que o amigo Jorge Coelho decidiu aprovar, por pressão do
amigo Fernando Gomes.
Aqui se podem ver como são rasgadas algumas bandeiras que Rui Rio gosta de erguer bem alto mas a que lhe falta mastro suficiente.
Aqui se podem ver como são rasgadas algumas bandeiras que Rui Rio gosta de erguer bem alto mas a que lhe falta mastro suficiente.
2 comentários:
Esclarecimentos para quem fala do que não sabe, e especialmente para quem acredita em tudo o que lê:
O Sport Club do Porto, naturalmente que não compraria (carissimo) à Camara do Porto, um direito de superficie, ao contrario de todos os clubes da cidade que receberam terrenos sem nada pagarem..., se não pudesse contruir legalmente o seu projecto.
Não há nenhuma piscina, pelo menos por enquanto, construida no Parque da Cidade.
A qualidade geral do empreendimento final será a que se pode constatar na Zona Verde da Vila Desportiva, onde se encontram os campos relvados sintéticos. A Zona Azul, onde se localiza em funcionamento o Centro de Ténis e a Academia de Dança, está muito longe de estar terminada, pelo que qualquer apreciação sobre aquela área é manifestamente insustentada.
Sempre esteve previsata no Parque a Construção de uma Zona Desportiva, tendo o Sport servido para que a Cidade dispusesse daquele equipamento, sem que a autarquia dispusesse de um cêntimo sequer do seu orçamento.
As duas áreas utilizadas correspondem a espaços desocupados e degradados onde antes se encontrava um estaleiro de obras e enormes quantidades de entulho e uma clareira em terra batida onde as crianças se magoavam a jogar informalmente sem quaisquer condições de conforto ou segurança.
A manutenção, junto ao Queimódromo de uma enorme quantidade de peças de separadores de betão, pneus e candeeiros, tudo numa verdadeira bagunça estetico-ambiental, é da exclusiva responsabilidade da CMP, tendo o Sport vindo insistentemente a requerer a sua remoção para um espaço adequado.
Damos a garantia à Cidade, de que a mesma se orgulhará do resultado final do empreendimento que se encontra em desenvolvimento, e que o mesmo cumprirá, como não podia deixar de ser, todos os normativos legais.
Paulo Barros Vale
Presidente do Sport Club do Porto
Interessante que se tenha dirigido a mim e não ao autor do texto, pois a este caberá responder-lhe em conformidade, pois não tenho documentos na minha posse que o possam contraditar, todavia, o "por enquanto" a respeito da piscina...
Quanto à Zona Desportiva, deveria a mesma ser pertença da cidade e não do Sport ou de outro clube qualquer.
Quanto às garantias, apenas lhe recordo o que era a atividade náutica do Sport há uns bons cinquenta anos atrás e o que é hoje, acha mesmo que a diferença é grande ou cinquenta anos á pouco tempo?
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