Desemprego. Em seis anos, o Norte de Portugal enfrentou mais de 60 casos de reestruturação de empresas que motivaram despedimentos em massa. Dados da Eurofound sugerem a destruição de mais de 17 500 postos de trabalho, sobretudo no sector têxtil. Os autores admitem que existam mais casos O Norte de Portugal é a segunda região europeia com mais situações de despedimento em massa. Com 60 casos, a região surge em segundo lugar num 'ranking' elaborado pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), que analisa o período entre 2002 e 2007. Dados solicitados pelo DN aos autores do relatório revelam que as falências, reestruturações internas e deslocalizações consideradas ameaçaram, neste período, 17 556 postos de trabalho.
Os autores sublinham que as regiões com mais casos de destruição de emprego não têm necessariamente que ser as menos prósperas do ponto de vista económico. A lista é, aliás, liderada pelo Sul e Este da Irlanda, enquanto a Catalunha (Espanha) surge em terceiro lugar. A economia de uma região pode destruir empregos em determinados sectores e paralelamente criar outros. Mas a avaliar pela mesma base de dados, o alcance dos casos de criação de emprego no Norte de Portugal foi consideravelmente menor: a Eurofound apresenta apenas seis casos de criação de emprego em larga escala, sobretudo nos últimos anos, que corresponderam à criação de 2865 postos de trabalho. Os dados preliminares de 2008, disponíveis até Setembro, não são considerados no estudo. Mas sugerem uma inversão da tendência.
John Hurley, um dos autores do relatório "More and Better Jobs: Patterns of Employment expansion in Europe", admite que os números recolhidos pelo European Reestructuring Monitor estejam subestimados. "Sabemos que existem mais casos. Os nossos correspondentes podem não captar todas as situações", explica, em declarações ao DN. A contabilização de casos de reestruturação e das consequências a nível de emprego é feita por uma rede de correspondentes nacionais, num trabalho que parte das notícias publicadas nos principais orgãos de comunicação nacionais.
A avaliar pela principal base de dados europeia sobre reestruturações de empresas, o sector têxtil e do calçado foi responsável por mais de metade das situações registadas no Norte de Portugal e por mais de dois terços do total de postos de trabalho ameaçados. Esta é aliás, uma tendência comum a outras regiões da Europa. Segundo dados do mesmo relatório, este foi o sector que, a seguir à agricultura, motivou uma maior redução líquida de emprego entre 2003 e 2007: só na União Europeia a 15 e na Noruega foram eliminados 283 mil postos de trabalho. "Um dos mais importantes factores de mudança foi a eliminação das quotas de importação da União Europeia e o livre acesso de todos os fornecedores ao mercado", referem os autores.
O sector de componentes eléctricos (que engloba, por exemplo, o caso da Yasaki Saltano) e automóvel (Lear Corporation ou Valeo) também foram relevantes para a transformação da região portuguesa.
A falência é o principal motivo para estes casos de destruição de emprego (37 empresas) no Norte de Portugal, seguida das reestruturações internas (14) e das deslocalizações (6). Nos seis anos considerados, a Eurofound registou mais de 4300 casos de reorganizações na Europa, que ameaçaram mais de 2 milhões e meio de postos de trabalho.|
in, DN de hoje
Os autores sublinham que as regiões com mais casos de destruição de emprego não têm necessariamente que ser as menos prósperas do ponto de vista económico. A lista é, aliás, liderada pelo Sul e Este da Irlanda, enquanto a Catalunha (Espanha) surge em terceiro lugar. A economia de uma região pode destruir empregos em determinados sectores e paralelamente criar outros. Mas a avaliar pela mesma base de dados, o alcance dos casos de criação de emprego no Norte de Portugal foi consideravelmente menor: a Eurofound apresenta apenas seis casos de criação de emprego em larga escala, sobretudo nos últimos anos, que corresponderam à criação de 2865 postos de trabalho. Os dados preliminares de 2008, disponíveis até Setembro, não são considerados no estudo. Mas sugerem uma inversão da tendência.
John Hurley, um dos autores do relatório "More and Better Jobs: Patterns of Employment expansion in Europe", admite que os números recolhidos pelo European Reestructuring Monitor estejam subestimados. "Sabemos que existem mais casos. Os nossos correspondentes podem não captar todas as situações", explica, em declarações ao DN. A contabilização de casos de reestruturação e das consequências a nível de emprego é feita por uma rede de correspondentes nacionais, num trabalho que parte das notícias publicadas nos principais orgãos de comunicação nacionais.
A avaliar pela principal base de dados europeia sobre reestruturações de empresas, o sector têxtil e do calçado foi responsável por mais de metade das situações registadas no Norte de Portugal e por mais de dois terços do total de postos de trabalho ameaçados. Esta é aliás, uma tendência comum a outras regiões da Europa. Segundo dados do mesmo relatório, este foi o sector que, a seguir à agricultura, motivou uma maior redução líquida de emprego entre 2003 e 2007: só na União Europeia a 15 e na Noruega foram eliminados 283 mil postos de trabalho. "Um dos mais importantes factores de mudança foi a eliminação das quotas de importação da União Europeia e o livre acesso de todos os fornecedores ao mercado", referem os autores.
O sector de componentes eléctricos (que engloba, por exemplo, o caso da Yasaki Saltano) e automóvel (Lear Corporation ou Valeo) também foram relevantes para a transformação da região portuguesa.
A falência é o principal motivo para estes casos de destruição de emprego (37 empresas) no Norte de Portugal, seguida das reestruturações internas (14) e das deslocalizações (6). Nos seis anos considerados, a Eurofound registou mais de 4300 casos de reorganizações na Europa, que ameaçaram mais de 2 milhões e meio de postos de trabalho.|
in, DN de hoje
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