19 março, 2013

Mais um estudo viciado

Vamos sabendo pela pasquinada habitual, que o governo finalmente recebeu o estudo comparativo entre as remunerações do setor público e do privado que tinha encomendado no ano passado e que deveria ter sido entregue em Novembro.

Não tendo ainda tido acesso ao mesmo, pelo que se vai lendo, chega-se à conclusão primeira de que o estudo é uma boa trampa, pois, pelos vistos quando se propõe fazer uma comparação da componente remuneratória fica-se pelos vencimentos base, esquecendo todas as alcavalas que lhe estão subjacentes e que há uns anos se colam ao salário mensal como moscas. Estou a falar de componentes remuneratórias tão importantes como, comparticipação nos lucros, prémios de produtividade, subsídios diversos - renda de casa, empréstimos para compra de habitação a taxas bonificadas, viatura de serviço, combustíveis, comunicações, despesas de representação, complementos de doença, férias extra e/ou pagas, apoio escolar aos filhos, planos de pensões, etc., etc., etc.

Não contentes com isso, o 'spin' já rola nos jornais afirmando-se que no estado se ganha mais do que no privado, numa generalização abusiva e sem demonstração nenhuma mas influenciadora do pensamento do zé povo que embarca nestas coisas, pois pensa que se todos atacarem a função pública, os que não pertencem a essa minoria ficam livres de sacrifícios.

A ajudar à festa, temos os ricos e poderosos que vão mandando uns bitaites, como fez Belmiro de Azevedo, que defendeu que a mão de obra barata é que é ou o pândego do "aguenta, aguenta"!

Aguardemos os próximos episódios de mais esta novela, pois o PM com a sua inteligência habitual já anda todo contente a dizer que as rescisões na função pública são uma nova janela de oportunidade!

Claro, então não é uma boa oportunidade ir para o desemprego!


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