11 outubro, 2005

Análises políticas

Acabaram as eleições autárquicas, e os comentadores aí estão, prenhes de ideias e teorias que vão cobrando a recibo verde, ou via contratos milionários.

O PSD para aqui, o PS para ali, o Louçã disse, o Jerónimo devia ter dito, etc.

Sobre as autarquias propriamente ditas... nada!

E porquê? Porque tirando Lisboa, ou mais raramente o Porto, Oeiras ou Sintra, nada mais conhecem do País que pretendem comentar, e por isso relativizam tudo aos partidos políticos acusando os mesmos partidos de asfixiarem a sociedade, que eles asfixiam com as suas limitadas análises.

Ainda ontem, na RTP, apareceu mais uma nova geração de opinadores, a que resolveram chamar politólogos, nome que desconheço, da mesma maneira que os meus três dicionários cá de casa, e que deve ter sido importado por algum esclarecido visitante dos states ou estudante na atrapalhada Alemanha!

Por falar em RTP, o Prós e Contras de ontem deu-me a conhecer a capacidade histriónica do Miguel Beleza, que eu julgava sério e economista, mas pelos vistos preferiu entrar na capa de bobo da corte, insultar instituições venerandas, denegrir autarcas, esquecendo talvez a família próxima que tem, com a mãezinha e irmãzinha ligadas indelévelmente a um assunto de má saúde pública, e um irmãozinho, que dá pelo nome de Zézé, e que não é flor que se cheire, pois habitualmente anda(va) a monte fugido de qualquer coisa que tem a ver com hospitais e outras coisas mais, em consulados onde pontificavam os Belezas no estrado do poder, mas isso não interessa, pois a malta que lá estava riu-se muito.

Ficamos a saber que afinal Isaltino, é menos 'culpado' do que o Valentim ou a Fátima, porque faz discursos mais moderados e é mais civilizado, pois reside em Oeiras e os restantes na província.

Também se comenta que o povo votou em Fátima Felgueiras, pois o seu nome de Fátima, lembra a senhora milagrosa que tudo salva, que o Marques Mendes é um campeão da democracia porque se afastou da corrupção do apito dourado no Norte, pactuando com a corrupção do apito dourado no Centro, e que defende Rui Rio, que por sua vez apoia o apito dourado de Gondomar... confuso, não é... mas isto é que é comentar o País real.

De fora ficaram todos os restantes, que pela obra que foram fazendo, conseguiram a reeleição, os que surgem de novo afastando outros que até apreciam competentes mas que o povo não quis, outros que se voltaram a ser queridos depois de terem sido insultados (o do queijo limiano, lembram-se), e muitos mais anónimos, que nunca terão a visibilidade do Tino de Rans, ou do sorumbático autarca de Castelo de Paiva que ganhou este ano por 63 votos, pois já muitos se esqueceram da ponte que caíu e o preservou no poder, levando a que agora esteja no limiar da vitória.

O País, esse, livre do furacão que aí vinha, levantou-se cedo e foi trabalhar.

1 comentário:

Teófilo M. disse...

Bem vindo ao cantinho dos miados...