17 outubro, 2005

Pensar de novo

Agora que as eleições passaram, e os excessos clubísticos esmoreceram, creio ter chegado a altura de começarmos a repensar o País real e a questionar se a pulverização municipal que tem sido efectuada com o beneplácito político de todos os partidos, não estará a por em causa o desenvolvimento regional.

Quando vejo concelhos com cerca de um milhar de votantes, e muitos a não chegar sequer à dezena de milhar, interrogo-me sobre o que é que estamos a fazer a este Pais, se não a ir ao bolso de muitos para o redistrinbui pelo bolso de alguns, com os prejuízos inerentes à má administração de zonas rurais por falta de massa crítica para aplicação dos poucos fundos disponíveis.

Exemplos desses existem desde Norte a Sul, e raro é o distrito que não tem um desses pseudo-concelhos dentro dos seus limites.

Num País que rejeitou a regionalização, fundamentando-a nos excessivos custos administrativos que dela adviriam, não se compreende esta teimosia em gastar muito mais em coutadas privadas, que servem afinal e apenas para gáudio de alguns que, pelo Paço, fazem contas de Deve e Haver em número de capelinhas conquistadas.

Creio que está chegada a hora de olharmos a sério para a manta de retalhos em que o municipalismo desbragado atolou uma boa parte dos fundos europeus, e racionalmente arrostar com alguns orgulhos feridos, mas que irão permitir que no futuro a obra possa florescer.

Para benefício dos que estão para nascer e para a sobrevivência do País mais antigo do Mundo.


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