31 outubro, 2011

Sobre o ensino

Se há coisa interessante de se ver é o muro de lamentações que existe em cada blogue onde pesporrentes professores zurziam no governo anterior.
Dá gosto passar por lá, até parece que todos eles estavam de acordo com o que deitaram abaixo e agora são virgens sacrificadas no altar da inocência!
Quem os ler, até pensa que eles não votaram nos partidos que venceram!
Haja decoro.

Já começou a lavagem

No telejornal da RTP, nalguns jornais e na blogosfera, a lavagem de Duarte Lima já se iniciou! A começar por entrevistas a pessoas que dizem que lhes custa a crer na culpabilidade do personagem, passando por truncagens na acusação feita pelas autoridades brasileiras há de tudo e para todos os gostos.
Não gostando especialmente deste senhor, nada me move contra ele, e presumo que esteja inocente até que a justiça prove o contrário.
Talvez os jornalistas tão preocupados com questões de 'lana caprina' se pudessem entreter a descobrir o súbito enriquecimento do senhor em vez de andarem tão preocupados com o custos dos cafés em Paris ou com os almoços de portugueses no estrangeiro.

28 outubro, 2011

Fontes anónimas?

Através de uma chamada de atenção n'O Jumento e porque acho que estas são atitudes criminosas praticadas por um agente de autoridade e instigadas por um juiz aí vai.

É bandido? Atropela-se


«Os nomes são gentis, mas Pidá, Palavrinhas, Chibanga, Tiné e mais dois estão a ser julgados pelo assassínio de um rei da noite do Porto, em Agosto de 2007. Naquela madrugada houve tiroteio com pistolas de 9 mm e caçadeiras shotguns. Já tinha havido mortes a montante e iria haver a jusante, mas aqueles seis do gang do Pidá respondem agora, no Palácio da Justiça, no Porto, pela morte daquela madrugada. A juíza pediu ao inspector-chefe da PJ pormenores sobre o relatório da acusação. O polícia disse ter fontes anónimas. Quem? O polícia preveniu: identificando-a, não "podia prever consequências". A juíza insistiu. E o polícia atirou com um nome, Fernando "Beckham", condenado por outro assassínio cometido com Pidá - estando ambos presos na cadeia de Paços de Ferreira. Segundo o inspector, "Beckham" é uma pessoa "desesperada", que "teve necessidade de desabafar com alguém". Calculem como estará ele, agora, quando sabe que Pidá sabe que o delatou - espero que não partilhem uma cela. Aqui chegado, peço aos leitores para não desprezarem o episódio só porque os bandidos são de outro mundo. Este episódio é do nosso mundo, aconteceu num nosso tribunal. Uma fonte anónima foi identificada sem se "prever consequências" do que lhe acontecerá. Em linguagem de bandidos diz-se "foi dada à morte". É a linguagem de bandidos que deve ser usada porque naquele nosso tribunal, naquele dia, as palavras oficiais foram disparadas por shotguns.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

27 outubro, 2011

Recordando

Em Março de 74, trabalhava eu numa empresa que fazia questão de nos aumentar anualmente numa média entre 10 a 20%, geralmente superior ao que se passava no setor e ano após ano aumentava os seus lucros e expandia o seu negócio.
Essa mesma empresa, pagava-nos o Imposto Complementar - que era o nome do IRS da altura - para além de me dar o subsídio de Natal (que não era obrigatório); pagava-me as férias (eu sei que nos primeiros cinco anos de trabalho só tinha direito a dez dias úteis, os que tinham entre 6 a 10 tinham quinze dias, os de 11 a 20 tinham vinte e os que ultrapassavam os 25 tinham direito a vinte e cinco); deixavam-nos sair mais cedo ou entrar mais tarde se andassemos a estudar e não havia ainda cláusulas protetoras dos trabalhadores estudantes; oferecia aos empregados e sua família nuclear, pelo Natal, uma festa com distribuição de brinquedos numa casa de espetáculos, dava-nos pela Páscoa qualquer coisa para ajudar a pagar as amêndoas e o pão de ló, o patrão fazia questão de conhecer os colaboradores todos (e já ultrapassavamos a centena no país), juntava-nos em jantares onde cada qual pagava conforme o ordenado que auferia, sustentava um grupo desportivo para nos distrairmos nos tempos de lazer e chegou a construir um pavilhão que ainda hoje existe e é utilizado, enfim, era uma empresa a sério e um patrão que merecia o seu nome e a amizade que a ele dedicávamos.
Depois veio o 25 de Abril e sentimo-nos felizes, pois agora poderíamos expressar livremente as ideias cá fora e não apenas dentro da empresa e julgávamos que o paraíso aí estava... à porta.
Azar nosso, a história mostrou-nos o contrário.
Em nome da igualdade passámos a pagar do nosso bolso o Imposto Complementar pois o estado entendeu que era vedado às entidades patronais substituir-se aos deveres da classe trabalhadora! Não entendi o alcance da medida, pois parecia-me que se começava a nivelar por baixo em vez de se puxar os que estavam no fundo, mas adiante.
O nosso patrão, como ficou livre desse encargo, meteu-nos no vencimento desse ano o equivalente ao que tínhamos pago no ano anterior e passou a comparticipar nas despesas de saúde que ficavam a nosso cargo depois de deduzidas da parte recebível pela assistência médica global, abriu uma cantina que pagava do seu bolso, com refeições de qualidade e a preços de saldo e criou ainda uma biblioteca.
O governo, pelo seu lado, ao ver isto passou a instituir o subsidio de almoço que, para os que almoçavam na cantina revertia a favor da mesma, mesmo que o patrão não quisesse pois estava na lei e esta era para aplicar, e como as resistências começassem a aparecer resolveram nacionalizar a empresa.
Lá se foi o complemento para a saúde, acabaram-se os aumentos habituais, o grupo desportivo quase desapareceu mas passou a existir uma casta nova apelidada de comissões administrativas que rapidamente e em força passaram a ter carrinho da empresa, ir às reuniões da Intersindical, abrir a porta à dualidade de comissões de trabalhadores/sindicais, acabaram com o dinheiro das amêndoas e do pão de ló mas deram-nos mais dias de férias.
Isto foi apenas o começo, depois começaram a aparecer uns senhores que sabiam de tudo e se chamavam economistas ou gestores - antes eram apenas seis e respeitados - e outra gente que expeditamente apareceu diplomada ao fim de cinco anos depois de ter feito a quarta classe, e começou a criar-se uma oligarquia dentro das empresas bem pior do que a que já tinha tentado aparecer mas que o ou alguns patrões tinham mantido debaixo de olho... só que agora o patrão estava em Lisboa e ninguém o conhecia.
Havia até uns pândegos que diziam que éramos patrões de nós mesmos!
Nesta evolução constante, verifico que agora já nem subsídio de Natal tenho, o de férias está em vias de extinção, do mesmo modo que foi extinto o Imposto Complementar de antanho, não sei o que é feito duma coisa que se chamava semana inglesa mas parece que vai voltar a servir, a semana de 35 horas caminha para as 40 e a de 40 para as 45, tudo em nome da liberdade e democracia.
Em Abril de 74 disseram-nos que a culpa tinha sido do Salazar, do Marcelo, do Américo, do Tenreiro, dos Melos, do Champalimaud, dos Espírito Santo, da brigada do reumático, etc., etc.
Agora que uns já morreram e os restantes ou andam por aí e dão empregos ou deixaram fundações que trabalham para o bem comum; que dos homens do 25 de 74 uns já morreram e os que andam por aí ninguém lhes passa cartão, podem por favor indicar-me quem são os culpados deste regredir que sinto e que não entendo?
Será que a liberdade é assim tão cara? Ou será que estamos fadados para ser conduzidos pela rédea, pois quando nos tiram o cabresto a maior parte só faz asneiras.

26 outubro, 2011

Cai a chuva abandonada

Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente

do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião

de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou. 


Vergílio Ferreira , in Conta Corrente

25 outubro, 2011

Mais uma do Álvaro

Como não tem nada em que se ocupar o Álvaro decidiu ir ver quantos feriados tinham os países europeus e chegou à conclusão que os portugueses têm feriados a mais, pois a média da OCDE é mais baixa!
Esqueceu-se de referir que os portugueses, segundo dados da OCDE aqui, apresentam uma produtividade superior à média da UE-17 ou da OCDE, ficando em 11º lugar, já não acontecendo o mesmo com a remuneração pelo trabalho prestado em que aparecem acima da média da UE-17 embora abaixo da média da OCDE o que poderá significar que a produção é de fraca qualidade ou não competitiva por razões que não podem ser atribuídas aos trabalhadores mas sim a quem os emprega.
Este Álvaro ministro julga que é cortando feriados, alguns dos quais são ao domingo ou dia de descanso compensatório (sábado) vai a algum lado.
Desenvolva o "cluster" R&D, tome medidas para a exploração regrada do mar português, incentive o desaparecimento do minifúndio e projete as cooperativas independentes, aposte nos transportes rápidos e eficientes, aproveite as vias fluviais como canais de transporte, aumente o preço do gasóleo de lazer e faça baixar o preço do mesmo produto se utilizado em trabalho agrícola, industrial ou comercial, obrige a serem devidamente sinalizados os veículos que o utilizam, seja ele por meio de cores, matrículas ou outros sinais exteriores que possibilitem a sua rápida identificação por quem fiscaliza, apoie a criação de indústrias transformadoras de alto valor acrescentado, enverede por esse caminho e deixe-se de feriados ou meias horas, pois não andamos a jogar ao monopólio mas a trtar do futuro das gerações que aí estão a nascer.
O País agradece.

24 outubro, 2011

Suicídio aos 10 anos!

Um miúdo, de dez anos apenas, decidiu acabar com o sofrimento psicológico a que vinha sendo sujeito!
Para além da tragédia, pois é de uma tragédia que se escreve, sabe-se que era uma criança com necessidades especiais e que andava a ser seguida por um psiquiatra.
Filho de uma família problemática, foi permitido que este jovem chegasse ao extremo de preferir a morte à vida que levava.
Pais, professores, psiquiatra, assistentes sociais, colegas e família são todos culpados por omissão e desleixo, tendo alguns tomado parte ativa que levaram ao desfecho deste triste episódio.
Hoje é notícia, amanhã será ainda chorado, os responsáveis, e são muitos vão continuar nas suas vidinhas, uns com mais problemas de consciência do que outros mas sem se incomodarem muito pois rapidamente arranjarão desculpa para o que tiveram preguiça de fazer.
O ministério nem dá por ela, preocupado com as vivências nos colégios particulares, a sociedade vai ficar chocada e as televisões vão dar a notícia, depois... depois nada, continuará tudo na mesma, até ao próximo.

23 outubro, 2011

Forças Armadas

Há vozes dentro das Forças Armadas que têm vindo a fazer-se ouvir ruidosamente e a quem o poder deveria dedicar mais atenção.
O bispo das Forças Armadas e da Segurança tem vindo a alertar para a situação que tende a agravar-se no país e, ainda hoje, na homília fez saber o que pensa sobre justiça, solidariedade e assistencialismo.
Por outro lado, um dos capitães de Abril, numa reunião onde se juntaram praças, sargentos e oficiais ( o que não é prática habitual), apelou para que as forças de segurança não se deixem instrumentalizar por quem queira ver a repressão instalada nos locais de protesto solicitando aos militares que façam prevalecer os direitos à indignação.
Os sinais não poderiam ser mais inequívocos, esperemos que "quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Lucas, 8.8)

22 outubro, 2011

Curiosidades

Há muitos, muitos anos, o assassinato de Julio César orquestrado pela direita do Senado comandada por Pompeu, abriu caminho à construção do Império Romano, que foi tudo menos uma democracia. e antecedeu o seu desmembramento.
Anos mais tarde, ou melhor, séculos mais tarde a Igreja Católica passou a fio de espada os infiéis (ou seja os que não pensavam como ela) num expansionismo guerreiro que fez da futura Europa um baluarte militar de respeito dirigida por corruptos e ditadores, que acabaram num conjunto artificial de nações e povos que cada dia que passa se tornam mais egoístas e radicais e de religiosidade diversa.
Em nome do nacional-socialismo e do fascismo milhares foram mortos em nome de ideologias de grandeza e supremacia étnica e cultural, tentando apagar civilizações e raças que hoje cometem crimes idênticos
Hoje em dia, é mais fino. 
Assassina-se em nome da democracia para servir os interesses económicos de uns poucos sem se querer saber das baixas colaterais que matam e estropiam muitos.
O denominador comum de todos estes eventos é o cinismo com que os líderes que deles beneficiam louvam este tipo de atitudes em nome de um chamado bem comum e que a turbamalta aplaude até à exaustão devidamente acolitada pelos ideólogos do costume.
Se a democracia tem de ser imposta através de práticas como esta, é a falácia mais nojenta que vi até hoje ser difundida aos quatro ventos por uma comunicação social acéfala, acrítica e servil.
Gente que se intitula democrata a bater palmas pelos assassínios de alguém em vez de os criticarem e pedir que a justiça democrática faça o seu dever, é coisa que parece não existir.
Todas as civilizações pasaram por isto, esta está a passar também, infelizmente só o passaram nos seus períodos de declínio o que me leva a concluir que novos ventos se adivinham ao longe...
O que é que nos trarão é ainda um mistério, mas creio que não será nada de maravilhoso, pois que a sabedoria popular nos diz que: - Atrás de mim virá quem de mim bom fará!

21 outubro, 2011

Aqui há gato?!

Sabendo nós que este (des)governo tem anunciado que não chegaremos ao défice estimado para o fim de ano em face da descida das receitas do estado e dos buracos (que não conseguem explicar) encontrados, das duas uma, ou o Público mente, ou se diz a verdade o metiroso anda por aí.

20 outubro, 2011

Falando de comboios

Não, não vou falar do TGV ou da AV ou mesmo da Alta Prestação, vou falar apenas do que já existiu e não existe ou que até de terras nunca viram passar um comboio.
Dos comboios que levavam passageiros e mercadorias através de linhas e paisagens que foram deixadas envelhecer e ao abandono priveligiando assim o transporte rodoviário, mais caro e mais agressivo, quer em termos da natureza, quer em termos de segurança pois mata e incapacita mais no mesmo espaço de tempo e transporta muio menos.
Recordar o encerramento duma parte da linha do Douro (Pocinho a Barca D'Alva) que poderia ser uma linha internacional e que não o é pela vetustez dos equipamentos utilizados, inadequação de horários e ligações, da liquidação de estações como a de Viseu, Chaves ou Bragança inalcançáveis por via férrea, do desaparecimento de ramais, da incidência do transporte ferroviário na cintura urbana da capital em detrimento do resto do País, de cidades e vilas que nunca viram um comboio como é o caso de Melgaço, Esposende, Sta Maria da Feira, é sinal de uma mentalidade pobre, retrógrada e centralista.

19 outubro, 2011

A nossa imprensa!

Como acreditar na imprensa que se publica beste país?
Sobre um assunto polémico - o aeroporto de Beja - tem aparecido notícias que mais parecem propaganda política da mais baixa em vez de jornalismo a sério.
Exemplificando:
No conceituado Expresso, em 7 de Outubro, um tal Mário Lino que dizem ser correspondente no Algarve, publicava um texto cujo título era: 
Aeroporto de Beja movimentou 164 passageiros em... 3 meses.
Mais abaixo, constatava-se que os três meses íam desde o dia 22 de Maio a 31 de Julho, ou seja eram afinal 2 meses e 9 dias!
Antes tinha falado que se tinham realizado 22 ligações entre Beja e o Reino Unido o que daria uma média de  7,4 passageiros por vôo!
No meio daquela confusão toda falava no agendamento de oito voos diretos entre Berlim e Beja a realizar por duas companhias aéreas sediadas na Alemanha.
Já o Público, cinco dias depois, afirmava que afinal se tinham movimentado 798 passageiros em quatro meses distribuídos por 21 voos, o que elevava a média de passageiros por voo para 38, o que atendendo à capacidade das aeronaves que operaram (49 lugares) é um belíssimo resultado numa rota nova.
Mas mais interessante são os números da ANA que referiram à rádio Voz da Planície que no aeroporto transitaram 973 passageiros desde o voo inaugural, não estando ainda o aeroporto certificado para operação o que deverá acontecer só no primeiro trimestre do próximo ano.
Nada se diz sobre o atraso na certificação, da dificuldade de implementação de novas rotas em período de recessão, nos custos para o erário público dum equipamento que praticamente estava abandonado e em degradação (BA 11), no interesse da Embraer em operar a partir de Beja na remessa de material fabricado nas suas instalações de Évora, na possibilidade de existirem serviços de manutenção de aeronaves, no desenvolvimento turístico da região, etc.
Somo useiros e vezeiros na notícia do bota-abaixo e das meias verdades, depois admiramo-nos que oi país esteja no estado em que está.

18 outubro, 2011

Será isto governar?

Olhando para o que vem aí e atentas as explicações que nos vão sendo dadas a conta-gotas não se pode considerar que o governo atinga sequer a mediania nas medidas enunciadas para 2012.
Para além da discriminação negativa entre setor público e privado, também o vai fazendo nos cortes das pensões isentando os titulares de pensões vitalícias por funções no estado de cortes para além dos que derivam do IRS com um argumentário cuja pobreza nem de Job seria digna.
Nos transportes, em vez de adequar a oferta à procura, corta, marimbando-se nos desgraçados que já pouco têm para comer lançando-os na mão de privados que vão aproveitar de imediato.
Na educação cortam no público e dão para o privado, como se a maioria da população ali estudasse, apoiando assim o fim da escola pública de qualidade.
Na saúde penalizam os mais fracos pois os que podem vão continuar a poder pagar o preço que já pagam nas clínicas que frequentam.
Castigam quem trabalha por necessidade e isentam quem não o faz e especula por hábito.
Agravam o IVA dos cigarros mas não o fazem nos charutos do mesmo modo que não aumentam o do vinho mas aumentam o dos livros.
Mais vale ter-nos bêbados a fumar charutos do que sóbrios a ler algo que valha a pena.
Aumenta-se o custo da energia e agravam-se as condições de trabalho em nome da competitividade sabendo que os custos da energia (eletricidade, gás, gasóleo, gasolina, etc.) tem mais peso nos custos finais do que os da mão de obra.
Fecham-se juntas de freguesia e abrem-se comissões de sábios que produzem relatórios de nada.
Cumprem escrupulosamente o que foi decidido pelo governo anterior que tanto criticaram por tomarem e desenharem algumas das medidas que adora adoptam.
Se isto foi o que nos andaram a prometer ou eu estava muito distraído ou então os mentirosos não eram os outros.

17 outubro, 2011

17 de Outubro de 1961

Há meio século cerca de 300 argelinos foram mortos no centro de Paris! 
Governava então Charles de Gaulle e comandou o massacre uma besta de nome Maurice Papon.
Homens, mulheres e crianças foram chacinados sem piedade e muitos deles atirados ao Sena.
Um Sarkozy que se intitula democrata, aliás como se intitulou De Gaulle, pretende esquecer o aniversário desta efeméride.
Sinais de uma Europa que vai por caminhos muito estranhos.
Haverá quem se preocupe?

16 outubro, 2011

Uma pequena explicação

Do João Galamba no Jugular esta explicação.

Citações (L)

O povo nunca é humanitário. 
O que há de mais fundamental na criatura do povo é a atenção estreita aos seus interesses, e a exclusão cuidadosa, praticada sempre que possível, dos interesses alheios.

Fernando Pessoa

15 outubro, 2011

Lobo Antunes

Ontem vi uma "estrela" da nossa RTP1 entrevistar esse colossal Escritor e Homem que se dá pelo nome de António (p.f. nao confundir com outros Lobos ou Antunes que andam por aí).
Mais uma vez me deixou maravilhado com aquela obra quase perfeita que diz acreditar em Deus, mesmo que esse Deus seja apenas o dele, como geralmente o é para todos nós e nem sequer paremos um pouco para pensar nisso.
Politicamente incorreto, fuma durante a entrevista e conta histórias simples de gente simples que tem a vida complicada, não perdoa a indigência em que somos obrigados a viver culturalmente e afirma claramente que a pobreza cultural é cultivada para que não saibamos como somos pobres.
O escritor que, tal como Cardoso Pires, já há muito deveria ser uma referência em Portugal, é apenas mais um dos que estão escondidos entre os montes de lixo que abundam nas livrarias e têm honras de escaparate especial ou montra em lugar destacado.
A entrevistadora fez bem em não falar muito, embora as perguntas não fossem brilhantes as respostas foram suficientemente boas para nos termos esquecido delas (das perguntas, claro!).
Espero que escreva pelo menos mais um e que eu o possa ler, pois num país onde o consumo de pão baixa não é fácil comprar livros.

14 outubro, 2011

Mas que é isto?

Que o mundo anda todo às avessas parece não restarem dúvidas a ninguém! Este Outubro que mais parece um Agosto dos de há uns largos anos atrás, leva o pessoal para as praias, faz-nos suar a estopinhas e não fossem decisões como a da ministra da Agricultura o défice já teria rebentado a escala pois os ares condicionados estariam a trabalhar em força e a gastar energia a mais.
Ora, como está calor, o nosso primeiro (será primeiro em quê), deve ter confundido este país com um escrito de Dante e promete-nos uma voltinha ao Inferno em 2012.
Lá se foi o Natal, as férias, alguns feriados e o tempo de descanso.
Unilateralmente, muda os horários de trabalho em nome da produtividade, o que não entendo, pois se uma casa de comércio que não tem fregueses passar a estar mais meia hora aberta, gasta mais energia, complica a rotina diária de milhões de portugueses, faz disparar a fatura energética e nada produz a não ser má disposição e custos.
Que dizer de uma fábrica que produza algo que não tem saída no mercado? Trabalham para o armazém que já está cheio? Compram (importam) mais material para transformar em materiais que apodrecerão ou passarão de moda? E a energia que se gasta onde se refletirá? Nos custos, evidentemente, ditando a perder o esforço de mais tempo+mais produção e menos vendas.
Como entender os milhares de serviços inutilmente prolongados que a ninguém aproveitam, apenas criando maus hábitos na produção normal e gastando o pouco que se poderia poupar.
Fazer cair o poder de compra, aumentar o preço dos bens essenciais sem existir uma racionalização de meios e uma educação no consumo, irá fazer com que, cobrando maiores impostos se cobre menos porque menos se consome e assim mais depauperado fica o estado que querendo solver as suas dívidas vê diminuir a entrada de dinheiro para as pagar.
Se isto não fosse tão simples e tão racional, diríamos que se tinha descoberto a pólvora mas apenas se utilizou a razão e não o bafiento empirismo económico.
A crise é de crescimento, e sem este nada se poderá fazer a não ser tomar cada vez mais do veneno que se começou a tomar até que, das duas uma, ou o veneno acaba ou morre o tomador..

11 outubro, 2011

Sobre a competitividade

No Aventar um texto a ter em conta.
Nem vale a pena comentar, está lá tudo.

08 outubro, 2011

Sidónio Muralha

Não o conhecia, mas através do Banco Corrido, li-o a primeira vez e espero continuar a lê-lo.
Aqui fica um seu poema que é um hino ao Homem.

Homem não tem avesso

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.

Sidónio Muralha, "Poemas" Editorial Inova, Porto, p.196

Quem a paga?

Segundo o DE, PPC pediu a Durão Barroso o envio de mais gente para acompanhar as contas nacionais que estão a ser acompanhadas pelo Moedas e os seus muchachos e auditadas por empresas privadas!
Durão vai enviar um amigo do ministro dos impostos para o ajudar a governar!
Eu apenas pergunto quem é que vai pagar a esta tropa toda, pois pelos vistos, o governo eleito não sabe sequer fazer contas e tem necessidade de ajuda externa a triplicar para ver se não se engana!

07 outubro, 2011

Bailinho da Madeira

Felizmente no próximo fim de semana as eleições na Madeira acabam e finalmente vou poder novamente ver os telejornais sem ter de ver o Jardim aos gritos ou de copo na mão a inaugurar uma coisa qualquer e uma data de paspalhos à volta a abanar a cabeça como burros.
Neste bailinho em que a Madeira vai e que nós todos pagamos, já deveria existir alguém que desse a ordem pela qual o País espera: - Alto, e pára o baile!
Pelos vistos, ninguém a dá, por isso, resta-me continuar a contribuir para um evento que engorda uns tantos e é aplaudido por muitos.
É a vida!

06 outubro, 2011

Dramas

Durante meses uma mãe já com muitos filhos, escondeu uma gravidez que a família não desejava e a melhor saída que encontrou foi ter o filho sózinha e depois metê-lo dentro de uam caixa com um biberão e uma caixa de leite à porta de alguém que deve ter imaginado que lhe daria melhor vida.
Não optou por abortar, nem o matou à nascença, talvez com o coração apertado optou por dar-lhe a possibilidade de dar-lhe a vida longe dela.
Dias depois, arrependida, entregou-se voluntariamente e reclamou o que é seu, talvez não por direito, mas por natureza.
Muitos dedos acusadores se viram agora contra ela esquecendo o martírio que lhe impuseram ao longo de meses.
Já ouvi uma senhoreca na televisão dizer que uma mãe que abandona um filho deixa de ter direito a ele pois revela falta de sensibilidade.
Claro que a senhoreca, bem vestida e nem cuidada, certamente nunca soube o que era uma mesa sem pão, não conhece o cheiro adocicado da miséria, nunca foi violentada nas suas vontades e move-se nu mundo que desconhece estes dramas.
Tenho muita pena desta mulher, que é apenas uma das tantas que por aí deambulam com a tristeza na alma e que calhou por vir para às páginas dos jornais.
Pelos vistos, agora, já todos querem a criança, ela, que tudo sofreu no silêncio e teve a coragem de não ofender fisicamente quem nunca teve culpa de ter nascido e arcar com as responsabilidades é, mais uma vez vítima da moralidade de pacote.
Pobre mulher, esperemos que a justiça, neste caso, não seja cega e que tenha em vez da balança, um coração.

05 outubro, 2011

Da Maia, com clareza

Acabei agora de ouvir as intervenções protagonizadas por António Costa, Ana Lídia e Cavaco Silva.
Não deixando de dar os parabéns à frontalidade de António Costa e à sua visão da realidade, foi um bálsamo ouvir a jovem da Maia, Ana Lídia, falar sobre a República, o seu significado e as suas obrigações.
A clareza com que esta jovem explanou o assunto deveria ter deixafo aquela assembleia arrepiada, pois a vulgaridade que por lá se estendia ao sol não deveria estar a entender ao certo o que se estava a passar.
Parabéns, moça, a tua singela mas profunda reflexão fez com que a banalidade do discurso que se seguiu ao teu fosse melhor notada.

04 outubro, 2011

Juro que tentei, mas faltou-me a paciência

Ontem à noite, ainda tentei emborcar um pouco do triste concurso o elo mais fraco, agora orientado por um miúdo que tenta fazer o seu melhor sem conseguir infelizmente atingir o medíocre, com a parceria de ignorantes diplomados que dizem que têm muitas brancas, mesmo que sejam carecas ou que o cabelo seja preto, castanho, louro ou ruivo sem se vislumbrar uma única.
Tudo isto com a expectativa de assistir ao ministro Relvas falar sobre a reforma do poder local no programa Prós e Contras em que de um lado estava Miguel Relvas do PSD e ministro e do outro Fernando Ruas, também do PSD, presidente da ANMP.
Logo ao princípio se via que alguma coisa estaria errada, pois confrontar um membro do PSD com outro da mesma agremiação sobre a extinção de freguesias era coisa que não lembraria a ninguém a não ser que fosse mais um frete que o orgão não manipulável que é a RTP1 estivesse a fazer a quem sempre que chega ao poder tenta manipular a informação acusando os osutros de o fazerem.
Comecei por ouvir o sr. Relvas afirmar que a reforma se fazia não por motivos economicistas mas por razões de equilíbrio territorial!
A partir daí e no meio de cretinices tão óbvias como concluir que a eficiência e razão de ser das juntas de freguesia se mede por número de cabeças que servem e não em razão do afastamento dessas cabeças dos centros de poder político, económico e social; citar a par e passo a fusão de freguesias em Lisboa como exemplo para a fusão de freguesias noutros locais do País, como se as realidades fossem parecidas; concluir que não é por fundir as freguesias que se irá poupar mais dinheiro, antes pelo contrário, pois o que se poupará num lado irá gastar-se noutro com resultados muito inferiores; esquecer que a população mais envelhecida e com mais problemas de mobilidade ficará com ela agravada devido às maiores distâncias a percorrer para obter benefícios idênticos, levaram a que o próprio presidente da ANMP se visse em palpos de aranha para arranjar maneiras de não criticar ferozmente a visão deste ministro que pelos vistos mede o País como se este fosse uma Lisboa em ponto grande.
A grande preocupação do senhor era que não se falasse em fusão de freguesias mas em agregação de freguesias o que, no seu entender, deve significar algo diferente, o que ele não explica é o quê?
Por mais que os autarcas dissessem que era errada a sua maneira de aplicar a sua versão de reforma, este não desistia, aliás na teimosia e casmurrice que lhe é muito própria roçando por vezes a sobranceria.
Por falta de paciência em ver o senhor arrepiar caminho e mudar de agulkha, mudei eu e antes de se iniciar a 2ª parte já eu estava noutra muito mais interessante e profícua atividade.

03 outubro, 2011

Felizmente há gente atenta

N'A Baixa do Porto este texto oportuno de António Alves.

Mais buracos

Não é que o ozono não querendo, se calhar, ficar atrás dos governos de diversos países resolveu também abrir novo buraco agora no Ártico!
As asneiras que cá se fazem vão sendo pagas pelas gerações seguintes e o clima é uma das grandes faturas que estão a aparecer agora.
Com o Verão em Outubro e chuva em Agosto, as estações do ano não passam de mero folclore que só a tradição explica.
Quando ouvimos ainda alguns apalermados reclamarem contra as energias limpas alternativas em nome do orçamento e economia mundiais apetece-me voltar a utilizar a antiga 'menina de cinco olhos" que tão bem ajudava alguns calaceiros a dedicarem mais atenção ao estudo.
Talvez se o método fosse instituído nos Parlamentos, e as palmatoadas fossem dadas por cada asneira que fazem, para além das mãos doridas, talvez alguma coisa melhorasse, claro que haveria alguns que seriam imediatamente reconhecidos em qualquer lugar por andarem sempre com as mãos empanadas.

02 outubro, 2011

2.000.000,00 de euros!

Por isto?

Segundo o Da Literatura é quanto terá custado este magnífico conjunto escultórico que poderá ser visto em Oeiras!

Já não se entendem

O ministro vem a público dizer que o valor do défice na Madeira é de X. Logo passado uns momentos, vem um senhor, que até por acaso é um dos responsáveis da Madeira, afirmar que o sr. ministro está errado e que o valor é de X-Y!
Para fechar a questão, aparece num semanário de grande expressão que o sr. ministro se esqueceu de juntar mais uns pózinhos às contas que deveria ser de X+Z a tyender para o infinito!
Resumindo tudo isto, o que eu depreendo é que ninguém sabe ao certo o que se gasta, onde se gasta nemn sequer como se gasta. 
A única certeza que se tem é sobre quem paga e quem é que paga?
Claro que seremos nós, os tesos, pois os restantes ou estão a comer da gamela, ou têm o carcanhol na estranja, ou ainda se mascaram de bonzinhos e comem-nos com os juros do dinheiro que nos vão emprestando.

01 outubro, 2011

Isaltino e o justicialismo

De há alguns anos a esta parte, habituei-me a ouvir pelos corredores dos tribunais ilustres e honrados advogados falarem que a justiça ía de mal a pior e que os "meninos do Limoeiro" haviam de a meter a ferros pois ali não se formavam juízes mas apenas justiceiros.
Da minha longa experiência passada nesses corredores e no interior de salas de audiência em lugar priveligiado pude constatar que os juízes que me mereciam respeito e admiração íam desaparecendo, uns para instâncias superiores, outros para tribunais de especialidade diversa roubando assim o conhecimento que devia existir naqueles tribunais trocando-os infelizmente a maior parte das vezes por jovens presunçosos e impreparados ou por autênticos botas de elástico em fim de carreira.
Ora, tudo isso se passou há mais de dez anos, quando abandonei tais lides.
O caso Isaltino vem, mais uma vez, demonstrar que o justicialismo está aí para lavar e durar. Quem o mandou para o calabouço deveria ter a certeza de que nada se opunha a tal decisão, ir buscá-lo ao local de trabalho é apenas mais um insulto que se tenta fazer ao hipotético condenado agravando assim o vexame da prisão apelando ao mediatismo da medida.
O mal está feito embora remediado porque o atingido tinha meios de fortuna para poder pagar a advogados que o safassem do aperto, mas se fosse a um de nós?
Será que ainda não estaríamos atrás das grades só porque um qualquer juiz decidiu erradamente enfiar-nos na choldra?
Que o Isaltino seja condenado e preso se vier a provar-se em tribunal a sua culpa tudo bem, que se prenda quem quer que seja, só porque um qualquer português, apenas porque é juiz, o queira, não!