De há alguns anos a esta parte, habituei-me a ouvir pelos corredores dos tribunais ilustres e honrados advogados falarem que a justiça ía de mal a pior e que os "meninos do Limoeiro" haviam de a meter a ferros pois ali não se formavam juízes mas apenas justiceiros.
Da minha longa experiência passada nesses corredores e no interior de salas de audiência em lugar priveligiado pude constatar que os juízes que me mereciam respeito e admiração íam desaparecendo, uns para instâncias superiores, outros para tribunais de especialidade diversa roubando assim o conhecimento que devia existir naqueles tribunais trocando-os infelizmente a maior parte das vezes por jovens presunçosos e impreparados ou por autênticos botas de elástico em fim de carreira.
Ora, tudo isso se passou há mais de dez anos, quando abandonei tais lides.
O caso Isaltino vem, mais uma vez, demonstrar que o justicialismo está aí para lavar e durar. Quem o mandou para o calabouço deveria ter a certeza de que nada se opunha a tal decisão, ir buscá-lo ao local de trabalho é apenas mais um insulto que se tenta fazer ao hipotético condenado agravando assim o vexame da prisão apelando ao mediatismo da medida.
O mal está feito embora remediado porque o atingido tinha meios de fortuna para poder pagar a advogados que o safassem do aperto, mas se fosse a um de nós?
Será que ainda não estaríamos atrás das grades só porque um qualquer juiz decidiu erradamente enfiar-nos na choldra?
Que o Isaltino seja condenado e preso se vier a provar-se em tribunal a sua culpa tudo bem, que se prenda quem quer que seja, só porque um qualquer português, apenas porque é juiz, o queira, não!
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