Durante meses uma mãe já com muitos filhos, escondeu uma gravidez que a família não desejava e a melhor saída que encontrou foi ter o filho sózinha e depois metê-lo dentro de uam caixa com um biberão e uma caixa de leite à porta de alguém que deve ter imaginado que lhe daria melhor vida.
Não optou por abortar, nem o matou à nascença, talvez com o coração apertado optou por dar-lhe a possibilidade de dar-lhe a vida longe dela.
Dias depois, arrependida, entregou-se voluntariamente e reclamou o que é seu, talvez não por direito, mas por natureza.
Muitos dedos acusadores se viram agora contra ela esquecendo o martírio que lhe impuseram ao longo de meses.
Já ouvi uma senhoreca na televisão dizer que uma mãe que abandona um filho deixa de ter direito a ele pois revela falta de sensibilidade.
Claro que a senhoreca, bem vestida e nem cuidada, certamente nunca soube o que era uma mesa sem pão, não conhece o cheiro adocicado da miséria, nunca foi violentada nas suas vontades e move-se nu mundo que desconhece estes dramas.
Tenho muita pena desta mulher, que é apenas uma das tantas que por aí deambulam com a tristeza na alma e que calhou por vir para às páginas dos jornais.
Pelos vistos, agora, já todos querem a criança, ela, que tudo sofreu no silêncio e teve a coragem de não ofender fisicamente quem nunca teve culpa de ter nascido e arcar com as responsabilidades é, mais uma vez vítima da moralidade de pacote.
Pobre mulher, esperemos que a justiça, neste caso, não seja cega e que tenha em vez da balança, um coração.
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