Olhando para o que vem aí e atentas as explicações que nos vão sendo dadas a conta-gotas não se pode considerar que o governo atinga sequer a mediania nas medidas enunciadas para 2012.
Para além da discriminação negativa entre setor público e privado, também o vai fazendo nos cortes das pensões isentando os titulares de pensões vitalícias por funções no estado de cortes para além dos que derivam do IRS com um argumentário cuja pobreza nem de Job seria digna.
Nos transportes, em vez de adequar a oferta à procura, corta, marimbando-se nos desgraçados que já pouco têm para comer lançando-os na mão de privados que vão aproveitar de imediato.
Na educação cortam no público e dão para o privado, como se a maioria da população ali estudasse, apoiando assim o fim da escola pública de qualidade.
Na saúde penalizam os mais fracos pois os que podem vão continuar a poder pagar o preço que já pagam nas clínicas que frequentam.
Castigam quem trabalha por necessidade e isentam quem não o faz e especula por hábito.
Agravam o IVA dos cigarros mas não o fazem nos charutos do mesmo modo que não aumentam o do vinho mas aumentam o dos livros.
Mais vale ter-nos bêbados a fumar charutos do que sóbrios a ler algo que valha a pena.
Aumenta-se o custo da energia e agravam-se as condições de trabalho em nome da competitividade sabendo que os custos da energia (eletricidade, gás, gasóleo, gasolina, etc.) tem mais peso nos custos finais do que os da mão de obra.
Fecham-se juntas de freguesia e abrem-se comissões de sábios que produzem relatórios de nada.
Cumprem escrupulosamente o que foi decidido pelo governo anterior que tanto criticaram por tomarem e desenharem algumas das medidas que adora adoptam.
Se isto foi o que nos andaram a prometer ou eu estava muito distraído ou então os mentirosos não eram os outros.
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