08 outubro, 2011

Sidónio Muralha

Não o conhecia, mas através do Banco Corrido, li-o a primeira vez e espero continuar a lê-lo.
Aqui fica um seu poema que é um hino ao Homem.

Homem não tem avesso

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.

Sidónio Muralha, "Poemas" Editorial Inova, Porto, p.196

1 comentário:

bettips disse...

E tão caro É!
E em desuso: o carácter e a dignidade.
Abç