29 fevereiro, 2012

Intervalos

De vez em quando gosto de estar uns dias sem nada dizer ou escrever. Anseio por pegar de novo no teclado para dizer que algo mudou para melhor mas o ritmo alucinante do dia a dia, por vezes, não permite a distanciação refletiva que leve a uma melhor perceção da realidade.
Nesses dias refugio-me nas minhas diversões que, muita das vezes, me levam à descoberta de novos poetas, novos excritores, novas músicas e ambientes diferentes, estados de alma muito menos macambúzios que o habitual.
Infelizmente nestes últimos dias, no País, nada de novo se regista para além dos contínuos disparates, mentiras e omissões do costume pelos responsáveis pelo (des)governo em que vivemos.
O intervalo de alguns dias apenas me beneficiou a mim mesmo de evitar ler e constatar que mais do mesmo é distribuído em generosas doses pela pasquinada habitual.
O povo geme, a banca ri-se, a ruína acomoda-se, o (des)governo diz que governa, o PR contradiz o que há pouco disse, o país afunda-se.
No meio de tudo isto, ainda há quem acredite que estamos no bom caminho, ou seja, os otimistas ainda não morreram todos.

24 fevereiro, 2012

A justiça e os justiceiros

Ultimamente aparecem nos jornais conclusões de tribunais que contradizem aquilo com que os jornais vão noticiando (ou deverei antes dizer intoxicando) as gentes deste país.
Logo um coro clama que os juízes não sabem o que fazem, que o que se assiste é um arremedo de justiça, que a justiça está podre e outras patetices do género.
Que a justiça não anda bem, é um facto indesmentível a começar pela salgalhada que esta ministra já começou a fazer.
Que alguns dos seus agentes fazem com que o espetáculo que vão dando com as suas posições, escritos e entrevistas em nada ajuda a justiça nacional é outro, mas a partir daí armarem-se em justicialistas de pacotilha sem sequer terem conhecimento da Lei ou dos factos transmitidos no processo para se arvorarem em juízes NÃO!
De vez em quando é tempo de dizer já chega de julgamentos na praça pública.
Deixerm a César o que é de César e vão procurar notícias onde existam ou então investiguem, mas a sério e não ao faz de conta habitual que se apoia mais nos parece que, ou são simples vendettas armadas por gente mesquinha que graças a uma carteira que diariamente desrespeita clama por liberdade quando o que quer é libertinagem ou por justiça quando o que quer é circo.

23 fevereiro, 2012

Um quarto de século


Felizmente, vi-o, ouvi-o e cheguei a fugir por uma janela numa célebre rusga da Pide que invadiu as instalações onde se realizava uma espécie de concerto.
Ainda não tinha sido rotulado disto, nem daquilo, era apenas mais um cantor que se expressava contra o regime de então e ainda estava na sua fase pura.
Recordar a sua música é uma obrigação, principalmente agora que ela volta infelizmente a ter uma atualidade que julgava eu não voltar mais.

Ser bom aluno

Nos meus tempos de estudante, ser bom aluno dava direito a ir para o Quadro de Honra, ser dispensado dos exames, não ter de pagar propinas, ter bolsas de estudo, etc.
Era esse o pagamento duma sociedade reconhecida que premiava o esforço e a dedicação.
Hoje em dia o (des)governo que preside ao destino do País, manda-nos ser bom aluno, mas em vez de nos dar prémios estimula-nos com castigos diversos.
Aumenta a água, a eletricidade e transportes, como se esses não fossem bens essenciais. Pune-nos com um agravamento do IVA, do IRS, do IMI e de muitos mais e em contrapartida obriga-nos a pagar mais por uma saúde com menos condições, por uma escola com menos qualidade e agora até quer impor uma taxa sobre o conhecimento.
Mas temos de ser bons alunos afinal para quê?
Para termos menos emprego, ver serem-nos levadas as poucas empresas rentáveis que ainda tínhamos, assistir à destruição do nosso tecido produtivo e rezar para que chova?
À medida que nos tornamos melhor alunos o PIB desce e os juros dos empréstimos sobem!
À medida que mais estudamos perdemos subsídios há muito conquistados e por muitos merecidos!
À medida que melhor nos portamos mandam que nos rojemos perante o capital e a nova casta dirigente!
Aqui chegados, alguém me quer explicar qual será o meu interesse em ser bom aluno?

21 fevereiro, 2012

Competências e esquecimentos

Pelos vistos o governo liderado pelo competente Coelho, esqueceu-se de avisar o competente Gaspar de que era preciso ouvir a Comissão de Acompanhamento das Privatizações antes de vender o BPN ao BIC.
O mesmo competente governo, ao abolir a Terça-feira gorda como dispensa de ponto para a função pública, esqueceu-se de que era preciso combinar, com as empresas tuteladas pelo ministério do competente Álvaro, as necessidades para as suas deslocações e deixou que os STCP, Carris, Metro e quejandos fizessem horários de feriado dificultando assim um pouco mais a vida dos funcionários públicos que irão trabalhar.
Ainda no domínio dos esquecimentos, o governo português exercendo as suas competências, esqueceu-se de se colocar ao lado dos países europeus que como a Inglaterra, Itália, Noruega, Polónia, Espanha, Irlanda, República Checa, Estónia, Letónia, Suécia, Finlândia e Eslováquia que querem uma Europa em clima de crescimento, preferindo ficar ao lado da Alemanha, França, Áustria, Países Baixos (são mesmo baixos) ou Roménia, que preferem novos laços com a democrática China e Rússia e os tradicionalmente preocupados apenas com o seu quintal Estados Unidos da América do Norte!
Destas competências e esquecimentos parece que o PR não as vê, nem sequer se apercebe delas, t5ão preocupado anda com as indisponibilidades que ultimamente o têm assaltado.

20 fevereiro, 2012

Citações (LVII)

A prudência dos cobardes assemelha-se à luz das velas; ilumina mal, porque treme.  

Victor Hugo

A censura alemã

Se anda para aí tanta gente a bater a mão no peito e a jurar que a liberdade de imprensa é um bem universal, porque raio de ideia é que o repórter da TVI que gravou a inocente conversa entre um ministro alemão e um português leva a que este seja afastado sem mais explicações?
Pelos vistos a inócua conversa - segundo Gaspar - não seria tão inócua assim, ou será pela TVI ser portuguesa, país que tem um PM que tudo engole à Merkel e agora nem sequer uma palavra diz sobre este atentado à liberdade da informação!
Estranho também, que o sindicato dos jornalistas, as centrais sindicais e os partidos políticos achem que nada disto tem a ver com eles, mostrando apenas e mais uma vez que os interessezinhos se sobrepoem aos interesses éticos.
Claro que se fosse uma moticiazinha sobre quem a gente sabe, já toda a comunicação social e muitos jornalistas andariam aos saltos, muitos blogues gritariam contra a censura, nomeadamente os que acham que a MMG fazia jornalismo, e a HFM e o ativo JMF já teriam escrito laudas sobre o assunto, mas como é apenas um colega da TVI o silêncio é ensurdecedor.
Mais uma vez a Alemanha impõe critérios aos seus parceiros e estes baixam as orelhas obedientes, o que é que lá estão a fazer o Durão Barroso, o von Rompuy e os deputados europeus afinal, se as liberdades não estão nas suas preocupações imediatas?

19 fevereiro, 2012

Para memória futura

Ainda sou do tempo em que um tabefe dado a tempo e oportuno fazia melhor do que dez palestras assistidas pelo melhor psicólogo infantil.
Nessa altura quando andavamos à pancada, não apareciam fotografias nos jornais, filmes no You tube e gentinha a comentar sobre o "bullying".
Um que fosse mais anafado era apelidado de "gordo" ou "bolinha", alguém que usasse óculos era um "caixa de óculos", uma rapariguita mais escanzelada era conhecida por "Olívia Palito" e tudo isso fazia parte da nossa transição da inf|ancia para a idade adulta.
Os paizinhos n\ao eram chamados a reuniões na escola a não ser que os meninos andassem selvaticamente a destruir a propriedade comum ou a manifestar comportamentos anti sociais, os cont[inuos eram respeitados e mantinham a ordem nos corredores e recreios, os professores tinham autoridade q.b. para manterem a disciplina nas aulas e os que n\ao tinham eram gozados de fininho pela malta toda.
Havia uma esquadra de polícia de x em x metros, e quando rebentava uma altercação, era fácil encontrar um ou mais agentes da autoridade que convergiam para o seu apaziaguamento/solução.
Acompanhavamos os pais nas excursões ao Palácio de Cristal, à Feira do Livro ou aos eventos mais interessantes, frequentávamos os museus e biobliotecas e também brincávamos nas linhas do caminho de ferro e jogávamos à bola feita com as meias velhas das irmãs/tias/mães e demais elementos do sexo feminino.
Tínhamos como leitura infantil uma secção dos jornais aos Domingos, com o reizinho, o Flash Gordon, o Dick Tracy, o Johnny Hazzard ou o Santo, eram-nos dados livros com contos dos Irmãos Grimm, do Hans Christien Andersen, do Lewis Carroll, da Sophia de Mello Breyner, do Monteiro Lobato, e tantos outros que me desculpo por não escrever aqui.
As famosa fábulas do La Fontaine ou a história da Nau Catrineta eram declamações obrigarórias em récitas, fossem elas familiares ou não.
Crescemos a ler o Tintin, o Pato Donald e a respetiva família, o Mickey, o Piu-Piu, o azarado coyote, as aventuras dos Vaillante, o Zorro, o super-Homem e outros.
Tudo isso fez de muitos de nós o que somos agora, amantes de boas leituras e de equilibrada poesia, pessoas paraa quem a televisão é uma mera faceta de divertimento e informação e não a Bíblia, que ainda se recordam de alguns princípios humanísticos e os aplicam no seu dia a dia, que se interessam pelos outros e que afastam a visão umbiguista da decadente sociedade atual.
Por esse mesmo motivo, sinto sempre um certo amatgo na boca, quando vejpo serem notícias de primeira página casos que há uns anos eram apenas questões acidentais, enquanto o que é importante é deixado debaixo do tapete e escondido porque se tem medo de falar nele.
A sociedade tem vindo a regredir a passos largos.
A evolução trouxe consigo a apologia do facilitismo, do sensasionalismo, do imediatismo.
O tempo do sonho, do olhar para o próximo, das obrigações sociais da empresa e dos cidadãos parecem ser um discurso que a ninguém interessa.
Assim sendo, quantop mais depressa este estado de coisas descambar numa renovação melhor, será bom que este (des)governo que da Europa nos chega cumpra o seu desiderarto e que finalmente possamos novamente tomar o nosso destino nas mãos, no seio de uma sociedade mais limpa e mais atenta aos valores morais e menos interessada nas roupagens do novo riquismo que nos abafa.

17 fevereiro, 2012

Troika em reunião


Suspensos

A troika anda por aí e nem o Carnaval dá sinais de tirar o Zé pagode do ensimesmamento e prostração em que se encontra.
A pancada que tem chovido de todos os lados, desde os aumentos do IVA, ao dos transportes, os cortes nos salários e subsídios e criação de bancos de horas já não surtiam o efeito desejado pelo que agora se lembraram da mobilidade!
Para estes meninos que quando vão para a capital abicham subsídios de renda, ajudas de custo, carripanas com motorista e demais abonos e benfeitorias, mandar um desgraçado de um escriturário de Lagos para Moimenta da Beira é para eles a mesma coisa, muito embora nada do que ele receberá se compare ao que eles usufruem! 
Mas que interessa! 
Não é essa a gordura do estado?
Não são os funcionários públicos que obram as grandes despesas da nação?
Para esta gente, se gente lhes podemos chamar, o bater com a mão no peito e ter cartão de partidos em que democracia e popular estão juntos do nome faz com que acreditem que eles, só por isso, se tornam também democratas e populares!
Já vi confusões maiores, mas saber que a estes peraltas até lhes deram diplomas de cursos superiores assusta-me...

16 fevereiro, 2012

Hediondo!

Como é possível um ser humano ser capaz de matar a mulher, uma filha e uma neta e depois andar como se nada tivesse acontecido?!
Não, não era um qualquer selvagem perdido numa selva qualquer, mas um citadino habitante de Beja que teimava em fazer uma vida normal tendo em casa uma data de cadáveres em putrefação.
Que explicação haverá para tal comportamento?
O que é que este ente tem a ver com a sociedade que o rodeia?
Como é possível chegar a este ponto?!
Se Deus existe, porque permitirá tal?

14 fevereiro, 2012

Porque os namorados são assim!

À Luz da Lua!

Iamos sós pela floresta amiga,
Onde em perfumes o luar se evola,
Olhando os céus, modesta rapariga!
Como as crianças ao sair da escola.

Em teus olhos dormentes de fadiga,
Meio cerrados como o olhar da rola,
Eu ia lendo essa ballada antiga
D'uns noivos mortos ao cingir da estola...

A Lua-a-Branca, que é tua avozinha,
Cobria com os seus os teus cabellos
E dava-te um aspeto de velhinha!

Que linda eras, o luar que o diga!
E eu compondo estes versos, tu a lel-os,
E ambos scismando na floresta amiga... 


António Nobre

Obs.: Este poema não foi escrito ao abrigo do novo AO.

13 fevereiro, 2012

Mais um pacote!

A Grécia aprovou mais um pacote de medidas que, sendo mais gravosas do que as anteriores, ainda não compreendi bem como é que irão fazer efeito num país já tão depauperado e desesperado.
Aliás, esta história dos pacotes deve ter sido engendrada por algum(a) merceeiro(a) que gosta de dar o pacote a quem mais necessita.
Antigamente, nos meus tempos de juventude, pagava-se quando se dava o pacote, mas, pelos vistos, atualmente é-se pago por fazer a mesma coisa!
Ora. sendo os alemães os principais responsáveis por este tipo de dádivas, juntamente com o FMI, tenho por conclusão que aquela gente do Norte gosta do que faz e ainda tem lucro com isso..
Sabendo-se que os machos do sul têm o sangue quente, será que os frios do norte andam a pretender que lhes aqueçam os pacotes?

12 fevereiro, 2012

Bye, bye blackbird

Coisas com que eu embirro

Ver estrangeiros a mandar bitaites sobre o meu país e os governantes calados como ratos a assobiar para o lado.
Más traduções. Quer sejam de livros, filmes ou de simples comentários pois dão a ideia de quem está a fazer o trabalho ou não sabe o que anda a fazer ou terá tirado o diploma na escola do cadela, ou ainda pior... que o ensinogera licenciados que não sabem sequer traduzir a miséria de um texto ou de uma simples frase idiomática.
Troca-tintas! Embirro com este tipo de gente que nos oferece tudo por tuta e meia e no fim nos leva o que temos e o que não temos em nome do interesse económico que geralmente é eufemismo para o seu(deles) interesse em meter a mão nos nossos bolsos em troca de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
Chico-espertos! É uma classe que juntamente com a dos patos-bravos (não os Cairina moschata) mas aqueles que de repente aparecem ao volante de espanpanantes carros com muitos cromados e assentos de couro, com amásia com casa montada com tudo incluído e que se passeiam com a prole (geralmente parola e mal-educada) nos resorts da moda mas com maneiras de labrego a quem faltaram umas boas palmadas na educação infantil.
Comentadores de cátedra! Estes então fazem-me até doer os dentes, pois a vontade de os trincar é tanta que acabo por fechar os maxilares com tanta força que até me magoo. Desde o futebol à economia, parecem papagaios a debitarem generalidades e disparates num campeonato fútil onde vence o que mais dislates disser por minuto e com ar mais sério.
Vira-casacas! Outra espécie muito na moda, está sempre com a roupagem à mão com a cor da moda. Tem a capacidade da bosta na água... sobrenada, e como esta é seca e constituída na sua maioria por restos já depois de extraídos os seus materiais essenciais.
Lambe-botas! Outra espécie com muita saída atualmente, vão desde os caniches que chateiam à brava com aquele ladrar chinfrinento, às carraças que se apegam ao mais pequenino manda-chuva que lhes pareça ter hipótese de lhe arranjar mama adequada. São piores do que porcos, pois qualquer estrumeira lhes serve, desde que a lavagem seja de borla.
Vendedores de banha da cobra! Destes, que até não são os piores, pecam por serem pegajosos, aldrabões, qurem-nos impingir à viva força produtos de que não necessitamos como a salvação da nossa alma deles dependesse.
Ah! Já me esquecia duma categoria... A que não sendo estrangeiros, engloba conjuntamente todas as virtudes anteriores aqui enunciada. Geralmente são encontrados em lugares bem remunerados, vivem à custa dos contribuintes, muito embora sejam acérrimos críticos da função pública, acumulam duas, três e mais pensões, tem assento em várias administrações em cargos não executivos e outros tantos lugares em conselhos fiscais, são colaboradores pagos a peso de ouro de pasquins e televisões atacadas de partidarite aguda, chegando por vezes a ter responsabilidades para com a nação que geralmente não conhecem e com um povo que geralmente detestam e com quem se misturam só em ocasiões muito especiais, nomeadamente nas épocas das aberturas da caça ao voto.

11 fevereiro, 2012

Os piegas

Afinal os piegas lá vão aparecendo!
Depois da pieguice dum deles lá se pagarão aos reformados do BdP e aos seus colaboradores os subsídios de férias e natal.
Talvez para satisfazer alguma pieguice o ministro das finanças alemão veio dizer ao nosso Gaspar que a Alemanha estava disposta a apoiar Portugal na renogociação dos prazos da dívida!
Porque é que o terá dito?! Mistério absoluto, pois o Gaspar, segundo afirma "eventual reajustamento do programa de ajuda externa ao nosso país não está, neste momento, a ser considerado"(sublinhado meu).
E é interessante, como o Gaspar sempre tão cuidadoso com as palavras inseriu o "neste momento", pois o momento tanto poderia ser o do momento em que estava a dar as explicações como servirá no futuro para outro momento qualquer.
Depois vem o piegas Coelho lamentar-se que os políticos ganham mal cá pela terra.
Sabendo que o ordenado mínimo é de 485,00 €,e sobre o qual o secretário de estado do emprego afirmou que «Em termos relativos, o salário mínimo não é realmente baixo em Portugal»
, como se pode ler aqui,e que os políticos ganham entre mais de 6.000 € e 585 € para os presidentes de junta do escalão mais baixo, mas que não estejam em regime de não permanência. Que a estes valores se somem despesas de representação, subsídio de rendas de casa, senhas de presença, ajudas de custo (nalguns casos por estarem a trabalhar longe de casa, noutros por saírem para fora do seu local de trabalho), telefones e repetivas chamadas, carros com e sem motorista, subsídios de refeição a que se juntam cantinas de luxo com preços da tasca do Jaquim, como se entende tal?
Que o piegas do Álvaro quando o criticam faz birra e diz que só o criticam, não pelas alarvidades e vulgaridades que debita a ritmo intenso, mas por ter sido emigrante.
Que o piegas do Aguiar Branco se queixa dos oficiais estarem a partidarizar o discurso, mas quando o D. Januário das mesmas FA's fala, esconde o rabo e já diz que em democracia todos podem falar.
Já se vislumbra de onde é que chega a ideia da pieguice.

08 fevereiro, 2012

Estalou o verniz!

Já há uns meses que vinha sentindo a impressão de que isto iria acabar mal!
A descortesia do governador do BP, que não representa ninguém para além da instituição a que preside, sendo nomeado por interesses políticos para com um deputado na AR era já um prenúncio.
As nomeações escandalosas de personagens em idade de reforma para gaiolas douradas onde acrescentam boas maquias ao seu gordo pecúlio alimentaram a ideia.
Só faltavam, em catadupa as declarações dum ministro que se formou tarde e a más horas, e que agora recomenda celeridade aos que querem ser como ele, de outro que vindo das Américas julga que descobriu o pastel de nata finalizando com o da defesa que se entretem a hostilizar os seus comandados para se começar a ver que algo está podre neste reino que não é da Dinamarca.
A carta aberta ao Ministro da Defesa, é, por si só, um sinal de alarme que deveria refrear o discurso inflamado de ministros que não estão habituados a dirigir homens quanto mais um país!
O mal estar da sociedade já chegou a forças armadas, as mesmas que nos devolveram há precisamente quarenta anos a democracia que andou aferrolhada em caixas que eram vigiadas pelos pais de alguns destes meninos agora no poder.
O povo que foi enganado por um político que mentiu descaradamente numa campanha eleitoral desonesta e que hoje faz precisamente o contrário do que prometeu e ainda insulta os que sofrem na pele as diatribes que sob a sua batuta são cometidas, começa a estar farto de tanto sacrifício e não vê onde estarão as gorduras do estado a ser cortadas, pois o que se tem cortado é nos benefícios sociais e nos direitos dos trabalhadores.
Ainda agora se deu posse a mais um lugar que ninguém sabe para que serve - a da nova mediadora de crédito - em nome sabe-se lá do quê.
Confundem produtividade com trabalho braçal, destroem o ensino de adultos, tuberculizam o SNS, vão ao bolso dos que já descontaram para terem direito a uma reforma, mas não abdicam dos carros de luxo, das dezenas de assessores e técnicos, das ajudicações diretas de motoristas, ou na dança das cadeiras do poder.
Creio que o caldo está a entornar-se rapidamente, e o silêncio de Belém não pronuncia nada de bom.
Espero que quando decidir abrir a boca, o presidente da república não o faça já demasiado tarde.

07 fevereiro, 2012

Ele bem nos conhecia!

O povo nunca é humanitário. O que há de mais fundamental na criatura do povo é a atenção estreita aos seus interesses, e a exclusão cuidadosa, praticada sempre que possível, dos interesses alheios.

in,  Livro do Desassossego
Fernando Pessoa

06 fevereiro, 2012

Serão os portugueses piegas?

O senhor primeiro-ministro, segundo o JN, decidiu chamar aos portugueses piegas!
Não esclarece a notícia qual será a pieguice que ele encontra nos portugueses a braços com uma crise que não conheciam há muitos anos, que estão diariamente a perder direitos que muito lhes custaram a adquirir, entregam aos bancos as casas que com tanto sacrifício tentaram comprar, engrossam as filas à porta dos centros de emprego, têm taxas que lhes retiram parte de subsídios que lhes serviam para endireitar a vida, veem o seu ordenado e pensões não serem aumentados e até serem diminuídos, sentem o agravamento dos impostos, pagam mais pela saúde e pelos transportes, e na generalidade ganham um ordenado miserável.
Claro que, quem nunca passou por tais assados, talvez ache que é uma pieguice os queixumes que se ouvem contra este estado de coisas, pois lá em casa ainda se está na fase de reduzir ao dispensável ou ao supérfluo, talvez que um dia, se chegar aos cortes nas coisas verdadeiramente importantes se recordem da pieguice que atacava os que já não podiam cortar mais.
Há uns meses atrás, as mesmas figuras, muito antes de tão duros e violentos cortes clamavam por se estarem a pedir sacrifícios demais aos portugueses!
Agora, chamam-lhes piegas!

02 fevereiro, 2012

Direito à greve

Começam a andar por aí uns meninos e meninas a questionar o direito à greve porque, segundo eles e elas, há no meio disto tudo quem saia prejudicado!
Confesso que este tipo de argumento me confunde, pois ver que a luta de trabalhadores em defesa do que entendem ser seus direitos não é aceite por outros que, ou já os alcançaram ou não precisam deles, é, para mim, o mais eviidente sinal do egoísmo que a sociedade parece padecer.
Não sei o que é que estas cabecinhas pensadoras propõem para substituir este tipo de reivindicação, se calhar são adeptos do salve-se quem puder, da negociação individual, ou se ainda pensam que o trabalho dá saúde e por isso quanto mais trabalharmos melhor, pois seremos mais saudáveis e teremos menos tempo para gastar o que viermos a receber como salário.
Desta mentalidade é que tenho medo, pois com esta conversa da treta já se paga o salário mínimo a licenciados, os recibos verdes são uma norma que tende a generalizar-se e por este caminho as férias voltarão aos 15 dias seguidos por ano e quando der na real gana ao empregador.
Quatro feriados já foram à vida, o SNS está a sofrer um dos mais violentos ataques das últimas décadas, o trabalho suplementar foi mandado às urtigas, os bancos de horas são uma nova maneira de brutalidade patronal, a escola pública anda a levar pancada, mas ninguém protesta, pois as greves fazem uma diferença do caraças ao país, nomeadamente aos bolsos dos muitos patrões que há muito deixaram de encontrar cotão nos bolsos.

01 fevereiro, 2012

Nem as árvores escapam

O Carlos Romão mandou duas fotografias para A Baixa do Porto como se pode ver aqui.
O que terão feito de mal as árvores para que tal lhes fosse feito?
Será que isto é legal?

O exemplo grego

A Alemanha deve dinheiro à Grécia segundo esta crónica do Manuel António Pina!
Ora, a ser verdade, porque é que a União Europeia não obriga a Alemanha a pagar o que deve com juros aos Gregos?
Porque carga de água é que um país que foi destruído pelos alemães tem de voltar a sê-lo só porque dá votos a uma tal Merkel que, por acaso, é a devedora?
Há por aí uma data de gente que se gaba de ser séria mas que não se pronuncia sobre este assunto tão simples.
A Alemanha paga, a Grécia faz o mesmo aos seus credores e tudo acaba bem por aqueles lados, o pior é que nós estamos a seguir, e pelos vistos ninguém nos deve nada...
Assim, seria bom que olhassemos bem para o que se passa na Grécia para vermos ao vivo e a cores o nosso futuro.