13 junho, 2011

E. coli*

Esta nova mutação da bactéria bacilar Escherichia coli não deixa de ser intrigante pois contradiz tudo aquilo que se conhece cientificamente sobre a evolução bacteriana.
Esta variante faz parte de uma subespécie, a O104:H21, que se encontra habitualmente nos intestinos de alguns mamíferos não lhes causando dano algum, antes pelo contrário.
Esta subespécie já tinha feito o seu aparecimento em 1982, tendo na altura causado diarreias graves pela via da ingestão de hamburgers (bifes de Hamburgo) deficientemente cozinhados, mas o tratamento com antibióticos tinha surtido efeito e rapidamente o surto estabilizou e desapareceu.
O nosso sistema imunológico está geralmente preparado para tratar desses bacilos, pois as suas variantes (que são muitas) acabam por entrar no nosso sistema por via alimentar mas o nosso código genético está preparado para a sua eficaz eliminação num prazo que varia entre os cinco e os dez dias. Noutros casos, o tratamento é feito recorrendo a antibióticos, sendo raros os casos em que a estirpe se mostra resistente a mais de dois ou três em simultâneo.
Feita esta introdução, será de estranhar que apareça vinda do nada, uma estirpe resistente a pelo menos oito diferentes tipos de antibiótico, sejam eles ministrados sós ou em combinação!
Sabendo que a engenharia genética se mete muitas vezes por caminhos esquisitos, não deixa de ser curioso que esta estirpe nova O104:H4 provenha de uma transmissão genética feita por via horizontal, ou seja, que ao bacilo inicial foi inoculado um outro qualquer gene por método laboratorial!!!!
Mais curioso se torna o assunto, quando se verifica que o seu aparecimento se faz numa quinta produtora de alimentos biológicos, cuja produção tem vindo a aumentar ameaçando os grandes grupos químicos fabricantes de fertilizantes e pesticidas.
O reiterado conselho, da parte de entidades oficiais, para o não consumo de produtos frescos, levou a que os previamente preparados (lavados, fumigados, combinados, conservados) fossem a escolha seguinte numa alimentação que cada vez mais toca o artificial em detrimento do natural.
Não sendo adepto das teorias da conspiração, resta-me a célebre frase de Cervantes:
- Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

*Este assunto foi-me chamado à atenção por alguém preocupado com este estado de coisas. Obrigado caro arquitecto.

1 comentário:

bettips disse...

Obrigado a ti!
E porque me lembrei de "O Fiel Jardineiro"...
O dinheiro, o lucro são... indecorosos gigantes com um só olho na testa e vómitos de lâminas de barbear.
Apareceu-me esta imagem num repente!
Abçs