A um líder não basta ganhar eleições é preciso que lhe seja reconhecida habilidade política, ductilidade suficiente para gerar consensos, persuasivo, diplomático, comedido, com uma visão ampla dos problemas e com a competência necessária para os enfrentar.
No novo primeiro-ministro, pela amostra de hoje, nada disto abunda e nem sequer sei se existe.
O que se passou hoje na Assembleia da República foi mau demais!
Um problema que tinha nascido torto, em vez de ter sido consertado a tempo, por teimosia (não confundir com compromisso), levou a que o presidente do PSD, para quem a constituição de um elenco governamental já tinha tido algumas trapalhadas à mistura, não se tivesse precavido para se furtar a dois desaires seguidos e que consumiram um dia de trabalho na AR!
Até parece que não há mais nada que fazer para além de andarmos a brincar a eleições para presidente da casa da democracia.
Os deputados, deram uma bofetada de luva branca a quem os menorizou, ao convidar, sem ter para tal autoridade nem competência, alguém que ainda não tinha sequer sido deputado um único dia!
Nobre, por outro lado, mostrou que também ele não tinha categoria suficiente para tal cargo, nem se importou pelo embaraço por que iria passar quem lhe tinha estendido a mão para o alçar a tão alto cargo.
Na ânsia de espalhar independentes por tudo que é lado, Passos Coelho também tentou meter um na AR. Sairam-lhe as contas furadas!
A esta hora Paulo Portas, que utilizou magistralmente a sua sagacidade habitual, deve rebolar-se de gozo ao ver o estado em que deixou o tal que pensa ser o líder da coligação.
O peso do CDS aumentou desproporcionalmente ao seu tamanho. Pedro Passos Coelho pagou cara a infantilidade e impreparação que demonstrou.
As súplicas de Miguel Relvas à última hora, a que todos assistimos, não deram o resultado pretendido.
Esta coligação ficou mais esticada, PPC terá de se acautelar no futuro, ou ainda vai acabar como contínuo no Largo do Caldas.
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