Infelizmente, esta semana natalícia foi fértil em incêndios, um em Matosinhos, dois em Lisboa que levou a que para o local acorressem os jornalistas de serviço com perguntas de espantar até os mais pacientes.
No de Matosinhos, perguntava o entrevistador ao bombeiro com o que é que apagaram o incêncio?!
Pergunta inteligente a demonstrar que pelos vistos o repórter de ocasião não saberá ou pensa que os telespectadores não saberao que os incêndios (na maior parte das vezes) se apagam com água, que sai por umas coisas que as mangueiras têm na ponta e se chamam vulgarmente agulhetas.
Claro que a pergunta ficou deserta de resposta, pois o bombeiro não entendeu o que é que o repórter pretendia saber, e lá foi debitando os meios utilizados. X bombeiros, y carros, coordenação com os voluntários e a defesa civil, etc. e tal.
No da Braamcamp, incêndio felizmente de baixas proporções, e como o entrevistador não sabia quantos mais chouriços havia de meter para esticar a intervenção, vai de esticar o assunto e comparar aquele incêndio ao do Chiado como se a destrreuição de o piso superior de um edifício fosse a mesma coisa que o que causou a destruição quase completa de dezoito, fora os restantes que muito ou pouco também foram atingidos chegando quase à meia centena.
Já no da Elias Garcia, as reportagens foram mais comedidas o que não impediu que os 44 moradores desalojados fossem tratados por umrepórter como 44 famílias o ue é um bocado exagerado.
Gastaram-se uns minutos de notícias, mostraram-se uns bonecos mas esqueceram-se na maior parte das vezes dos porquês e do como foi possível eles terem acontecido o que demonstra que, mais uma vez, o jornalismo continua a ser mal ensinado, mal praticado, mas que também ninguém liga muito a isso.
4 comentários:
Depois do incêndio no Chiado... também tenho uma história real a recordar: um dos quarteirões afectados, que há que anos estava para se vender e não estava devoluto, rendeu a uns irmãos que eu conheci um milhão de contos!
Toda a gente sabe que, em caso de "problema" para reconstruir e "fazer render mais", ou são as trocas por baixo de mão, é o fogo ou o deixar abater. Tenho um caso idêntico aqui ao lado, há quase 40 anos. "Ele" - construtor "encartado" na zona, de vários prédios, tem 84 anos! E como queria fazer andares de luxo onde há 6 vivendas dos anos 40 ou 50, deixa andar...
Abçs da bettips
Na mouche! como jornalista, sinto vergonha do jornalismo que hoje se faz em Portugal
Bettips, infelizmente esse é o panorama comum de norte a sul do país, mas pelos vistos as câmaras de nada sabem, mais preocupadas com as rotundas ou a criação de empresas municipais e negócios imobiliários.
Um xi!
Caro Carlos Barbosa de Oliveira, o excesso de apadrinhamentos é no que dá.
A falta de jornalismo sério descamba nestas cégadas.
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