A ASAE resolveu fiscalizar na passada sexta-feira o transporte de alimentos e suas condições, atitude louvável e recomendável pois trata-se de assegurar a saúde pública e em simultâneo de dar caça aos mixordeiros.
E se montou a operação em diversos locais para melhor cumprir esse desiderato, mais estranho se torna que orgãos noticiosos, nomeadamente a televisão, praticamente, uma hora após o seu início, dessem publicidade ao facto levando a que muita gente fosse avisada, até porque a comentadora de serviço, presente na entrada da ponte 25 de Abril, em Lisboa, ía dizendo onde as barreiras se encontravam (à entrada de várias cidades) com um à vontade que o sr. Inspector-Geral da ASAE, presente no local, tornava ainda mais curiosa esta cena burlesca.
Então será normal que uma entidade fiscalizadora publicite as suas operações através do seu representante máximo, escavacando assim todo o aparato e custos envolvidos?
Num país habituado a ver jornalistas presentes em ações de busca da PJ, prisões em direto com juízes e oficiais de diligências que não se importam das câmaras de televisão que os seguem esquecendo o dever de privacidade a que estão obrigados, processos em segredo de justiça com provas apensas que são difundidas nos meios de comunicação social, jornalistas a invadir a privacidade de quem lhes apetece em nome da liberdade de informação, talvez isto nem seja muito importante.
Para mim, é! E pensar que os meus concidadãos acham que isto é a normalidade democrática, assusta-me muito mais do que ver governantes a pugnar por introduzir na constituição mais um pedaço de paleio inconsequente.
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