Vi hoje na televisão o novo PM italiano dizer que não dirá aos italianos coisas que a Europa lhe mande dizer mas apenas coisas que ele pensa que servem a Itália e pedir para lhe chamarem a atenção se por acaso faltar à palavra dada!
Vi hoje na televisão um PM que se nega a receber o vencimento de PM e de Ministro da Economia (pasta que acumula), porque o país dele está em crise, e entende que deve também participar nos sacrifícios.
Vi hoje na televisão a ministra italiana da Solidariedade Social emocionar-se, e de voz embargada não conseguir articular o discurso sobre a necessidade dos cortes a quem mais precisa.
Tudo isto veio de políticos de cabelos já encanecidos, e é demonstrativo de modos de estar na vida e em sociedade.
Creio que os italianos compreenderão e irão ajudar no que puderem.
No meu país atitudes destas, mesmo a fingir, não passam pela cabeça de ninguém.
No meu país, o meu PM é um caniche ao colo de uma senhora alemã que não sabe para onda vai.
No meu país, os ministros sacam subsídios de renda de casa, não porque tenham necessidade, mas apenas porque a lei lhes permite fazê-lo.
No meu país, os ministros chegam de lambreta à tomada de posse e ao fim de alguns dias alugam carros de luxo para as suas deslocações.
No meu país, há ministros que quando são contestados dizem que são vitímas de ataques organizados.
No meu país há polícias infiltrados armados nas manisfestações populares para armarem arruaças, e chefias que ameaçam com mais violência.
No meu país os ricos são poupados à crise, e os pobres espoliados até ao tutano.
No meu país cantaram um dia:
e a canção perpetua-se nos dias de hoje.
1 comentário:
Uma ternura. Certeira.
Abç
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