13 julho, 2011

Diferenças

Sabe-se que o cérebro tem mecanismos que ainda não foram totalmente desvendados, mas alguns são no mínimo curiosos, principalmente quando este se encontra atacado de partidarite, doença muito espalhada em Portugal, nomeadamente na comunicação social e naquilo que se considerou apelidar de blogosfera.
Abaixo alguns exemplos curiosos:
Armando Vara - Nasceu à sombra do partido, antigo deputado, perigoso conspirador, possívelmente corrupto e falso como Judas é o exemplo de que se fala sempre que se fala em tráfico de influências;
Dias Loureiro - Nasceu para a política quando ganhava quarenta contos, ex-governador civil, teve uma brilhante carreira como ministro, e por azar caiu num grupo onde Oliveira e Costa decidia, não sabe de nada, nunca comprou nada, e demorou tempos sem fim a largar o assento de conselheiro de estado, mesmo depois do escândalo do BPN por onde passou sem nada ouvir, ver ou saber. Tinha algumas pequenas desconfianças, mas... é um rapaz cheio de azar;
Carlos Melancia - Ex- governante, ex-governador de Macau, obrigado a demitir-se por ter sido acusado de corrupção passiva de que foi ilibado pelos tribunais depois de julgamento, apelidado de corrupto, falso, abusador de poder, etc.;
Oliveira e Costa - Colega no BdP de um primeiro-ministro foi por este convidado a entrar para o governo, a partir daí transitou para o BEI, passou pelo Finibanco onde deixou tristes recordações pela forma como geria os negócios e acabou por meter os pés pelas mãos no BPN. Aguarda julgamento e descansa na paz dos anjos à espera duma sentença que se espera não muito pesada, nunca foi apelidado de trafulha, corrupto, bandalho, etc.
Jorge Coelho - Ex-deputado, ex-ministro, demitiu-se por causa da queda da ponte de Castelo de Paiva (único da espécie que o fez por erros que não foram dele), acusado por muito boa gente de ter transitado do governo para o privado, o que é considerado uma inadmíssivel relação entre governantes e empresas, muito embora tenha esperado cerca de sete anos depois de sair do governo para ingressar como CEO da Mota-Engil que detem a maioria do capital da Lusoponte;
Ferreira do Amaral - Ex-governante em dois governos distintos (se não opostos), ficou conhecido como o ministro das auto-estradas, negociou o contrato de concessão da ponte Vasco da Gama com a Lusoponte e agora vai renegociar o mesmo contrato só que como membro do Conselho de Administração da Lusoponte onde por acaso foi cair em 2007. Aqui é uma coisa perfeitamente aceitável e duma ética a toda a prova.
Fátima Felgueiras - Independente e concorrente à Câmara de Felgueiras em listas do PS é acusada de corrupção sendo emitida uma ordem de prisão preventiva pelo que fugiu para o Brasil alegando estar em risco a sua defesa se permanecesse no país. O caso conhecido como Saco Azul, foi noticiado largamente terminando na absolvição total dos crimes imputados e pela prescrição de outros dois. Continua a carregar o fardo da corrupção;
Isaltino de Morais - Ex-magistrado do MP, ex-deputado, ex-ministro e presidente da Câmara de Oeiras. Condenado pelos crimes de branquamento de capitais e fraude fiscal foi durante longo tempo apoiado pelos do costume na sua exaltada inocência até vir a ser afastado de concorrer novamente à Câmara, pelo PSD quando sentiu o cheiro a chamusco.
António Guterres - Ex-deputado, ex-governante, ex-primeiro-ministro, o homem que se afastou por vontade do eleitorado dado o mau resultado nas eleições autárquicas em 2001. Apelidado o homem do pântano é reconhecido internacionalmente como fautor de um meritório trabalho como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Durão Barroso - Ex-deputado, ex-governante, ex-primeiro-ministro, fugiu para Bruxelas abandonando o pântano e deixando o país de tanga, tendo como presidente da comissão europeia deixado esta afundar-se num mar de indecisões onde os mais fortes dominam os mais fracos e se aproveitam deles. Está na base do atual descalçabro que grassa na Europa e no Euro, mas é considerado um brilhante estadista e muito inteligente.
Não esgotei o assunto dos enriquecimentos à velocidade da luz, nas ligações dos partidos à banca, das luvas recebidas em negóicios escuros, das fantásticos negócios imobiliários onde entram abate de sobreiros e tudo, nas sisas mal pagas, nas ligações a Angola de ex-governantes que defendiam a parte que acusava o país que governavam, do desaparecimento de mantas de aviões da TAP, das idas à ópera de Falcon, nas férias com tudo pago, etc. e tal.
Há muito mais, mas por hoje já chega de coerência.

4 comentários:

Anónimo disse...

O livro negro dos corruptos?
As grandes vigarices, as pequenas vigarices... que pena, tanta impunidade que nos cai em cima; e tanto prejuízo para as pessoas comuns!
Abç da bettips

Aurora disse...

Falta aí o das adjudicações directas do Parque Escolar, o homem do Freeport, o do Plano Nacional de Barragens (a do Tua incluída, que tanto dói), o tipo que não tinha política para a cultura mas tinha uma pianista ministra da dita, o pai das ventoinhas no alto dos montes, o amigo do Kadafi e do Chavez; aquele que fechou 800 km de vias férreas às escondidas, o mentor do TGV Lisboa-Madrid que deixa metade do país de fora (a factura há-de vir para o Norte pagar juntamente com as SCUTS), o entusiasta do novo aeroporto de Lisboa e de uma nova ponte, o filho daquela senhora que comprou um apartamento a pronto em Lisboa por 250 mil euros e declarou 250 euros de IRS, enfim... o homem que junto com Cavaco Silva está na origem da grande cagada em que estamos metidos. Você incluído, Teófilo M., também está metido nesta merda, tal como eu. E temos de a pagar. Ele é que está impune, ao fresco, com licença da Câmara da Covilhã (que grande lata) a passear por Paris.

Teófilo M. disse...

Cara bettips é o mundo escondido neste pequeno retângulo.
Xi ciração.

Teófilo M. disse...

Cara Aurora, há muitas coisa do que diz que me parecem apenas "bocas" do que vai ouvindo aqui e ali.
Não a ouvi falar de quem queria o TGV em Pi deitado e o negociou com Espanha, na que foi para Londres tratar dos netos que vendeu ao preço da uva mijona a um banco estrangeiro os créditos do estado, nos negócios dos sobreiros, na pasta ministerial perdida no Parque Eduardo VII, no ministro que nos aliviou de umas toneladas de ouro perdidas no escândalo da Drexel e que acabou por vir a ser suspenso da atividade bancária pelo BdP quando metido noutro escândalo financeiro, no primo do outro, preso em flagrante delito, e levado para uma esquadra lisboeta, nas fortunas crescentes em progressão geométrica de alguns astros televisivos, no caso Totta, no "affaire" Moderna, na compra de submarinos que só acostam no Alfeite, nas cunhas para a filha do ministro, na ecologia económica dum antigo deputado, nos muitos ilustres licenciados que em fins-de-semana íam à estranja arranjar mestrados e doutorices, na politização da justiça, na manutenção dos juízes dos tribunais plenários, na negação de pensão ao Salgueiro Maia e a sua atribuição a ex-pides, do amigo do tal que tinha descoberto as armas de destruição massiva, na bandidagem que se acolitou na SLN, dos homens que andaram a comprar terrenos na nova área do NAL e que eram contra a anterior situação na OTA onde já tinham comprado terrenos também, nos que gastaram balúrdios a fazer piscinas junto ao rio a dezenas de metros do mar e que dão prejuízos brutais, do balúrdio enterrado na Expo98 e no CCB com derrapagens astronómicas, nos que criticavam o pateta doi Louçã que queria renogociar a dívida e agora querem fazê-lo também, etc, e tal.
Estamos todos no atoleiro, mas eu, graças a ter este meu feitio, olho para todos os lados e não apenas para um.