Um nobre Fernando, em data que não posso precisar, decidiu aceitar um convite que um Pedro lhe fez, para vir a ser a segunda figura de estado num país em estado crítico.
Não poderia o Pedro garantir ao Fernando vir a honrar tal convite, uma vez que não estava nas suas mãos decidir sobre o assunto, pois para tal não detinha poder que bastasse.
O dito Fernando, embora nobre, era também distraído e, não curando de saber se o Pedro poderia fazer tal convite, apressou-se a aceitar e a dele dar conhecimento a todo o bicho careta que por aí andava.
Tão entusiasmado andava com o seu novo nobre cargo que rapidamente espantou o mundo com declarações tais, que o Pedro e os seus fidalgos correram a arranjar-lhe ama que o acompanhasse e mantivesse de boca fechada, pois havia o risco de... ou sair asneira ou entrar mosca.
E assim se passaram os dias, num escorrer de maledicências aleivosas que os partidários da batalha travada entre o José contra o Pedro, o Paulo, o Francisco e o Jerónimo (irmanados numa estranha confederação de figadais inimigos) travaram com a ajuda de muito bajulador, louvaminheiro, artistas da pena encravada e mestres no rodízio miguelista.
Finda a batalha, o José retirou-se da cena, a confederação desfez-se, e o Pedro e o Paulo disfarçaram-se de amigos e repararam no já esquecido Fernando que, puxando-lhes as abas dos gibões, lhes recordava as promessas feitas.
Claro que o Paulo disse que não tinha prometido nada, deixando ao Pedro o problema que foi afoitamente assumido e glosado pelos louvaminheiros do costume, que afirmavam tratar-se de uma prova do reto carácter do seu mestre.
Começadas as lides, os mandados do Pedro roeram a corda e deixaram apeado o nobre Fernando, que da primeira fila passou para uma das do fundo de onde desapareceu como por magia.
Este nobre, de que já há muito se desconfiava ser capaz de muitas variações humorais, pelos vistos, humildemente afirmou que, mesmo apeado, estaria ali a defender o país enquanto entendesse que poderia ser útil.
Pelos vistos a história desta sua passagem pela bancada do poder poderá ser breve, pois já há hoje boletins que vão dizendo que o nobre personagem já não está virado para a defesa do país, pois talvez o lugar não seja cómodo, ou as prebendas não serão suficientes para o amarrar às nobres lides!
Nestas reviravoltas se entretem a nação, que alegremente procura a luz ao fundo do túnel que outra enigmática personagem, de nome Aníbal, garante que o povo anda a querer vislumbrar.
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