Por isso é de noite que me interrogo sobre o comportamento de pessoas que tinha por polidas, educadas, inteligentes e até cordatas e que, de repente, se tornaram virulentas, irracionais, malcriadas transmitindo na sua escrita um requentado ódio alarve, insensato e desmedido.
Não sei o que lhes terá acontecido,, mas creio que não andarei longe da verdade ao imaginar que eles, ou algum dos seus próximos, foram apanhados no ardor sancionador de um governo que decidiu cortar a direito em mordomias, abusos, exorbitâncias, capelinhas e confrarias, que se abancavam à mesa do OE, servindo-se como se em self-service se encontrassem, e depois nem necessidade teriam de passar pela caixa.
Isso e só isso explica a modificação dos lobos que vestiam pele de cordeiro e que, a coberto desse disfarce, se alimentavam do rebanho enquanto os seus pastores dormiam o sono dos ociosos.
Regougaram uns, piaram outros, manifestaram-se outros (menos), mas o grosso da coluna escolheu as novas tecnologias para fazer sentir o cheiro das suas feridas.
Através de blogs, mensagens de twiter, discursos no facebook, mentem descaradamente, chamam mentirosos e trafulhas a todos os que não pactuam do seu credo, e vomitam asquerosas diatribes prenhas de dislates e insultos.
Não argumentam, não apresentam soluções, não dialogam a não ser entre eles (e mesmo assim, por vezes, o diálogo é confuso) preferem a torpeza e a manigância para tentarem atingir os seus fins.
É lamentável, ver tanta gente que poderia contribuir para o engrandecimento deste país, preferir enterra-lo o mais fundo possível como se não viessem um dia a ser atingidos pelo naufrágio.
Pinheiro de Azevedo, de boa mem´ria dizia que o povo é sereno, mas há um dia, em que a serenidade poderá ser perdida e confesso que não gostaria de estar na pele de um desses senhores, pois quando o aço penetra na carne ao princípio nem se dá por ela, o pior é a septicemia que se lhe segue.
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