23 agosto, 2005

Os cegos também votam

Estava a ler um artigo de opinião de João Cotim Oliveira e veio-me de imediata à ideia o título deste 'post'.

Diz o cronista a certo ponto:
"A sua continuidade e da sua equipa é necessária para que o projecto iniciado em 2001 e duramente realizado ao longo deste mandato não seja posto em causa.",
e mais adiante:
"Todas as obras inacabadas, da zona oriental à zona ocidental da Cidade, que na debandada dos festejos do “Porto, Capital da Cultura 2001”, a anterior Câmara deixou por concluir o actual Executivo Camarário terminou.".

Se isto não é apenas exemplo de maledicência, o que será? Será que o João Cotim pretendia que a anterior Câmara acabasse as obras da Porto 2001 antes de a Porto 2001 ter acabado, uma vez que as eleições decorreram antes do final daquele evento?!

E depois segue:

"Em 2001, o Porto até pelo ar tristonho e a fuga dos seus habitantes, parecia uma qualquer cidade do terceiro mundo. Hoje, passados quatro anos, é comparável a qualquer grande metrópole europeia."

Será que eu estou a ler isto, ou é apenas sonho! O Porto actual pode competir com Barcelona, Bordéus, Milão, Cardiff, Colónia para já não falar noutras mais importantes!

Este senhor, terá já passeado por Mouzinho da Silveira, Sá da Bandeira, 31 de Janeiro, Flores, Taipas, Rodrigues de Freitas, Sampaio Bruno, Clérigos, para apenas falar na zona da Baixa que o seu amigo prometeu reabilitar!

Depois como não tem mais nada para acrescentar a não ser o hipotético saneamento financeiro, resolvido à custa de nada fazer, e de uma propalada reestruturação administrativa onde colocou pessoas da sua confiança e amizade, deambula pela história alemã, chama imbecis aos que não pensam como ele, embora se considere perplexo com o afastamento de Paulo Morais!!!

Afirma ainda que Paulo Morais irá ter um "lugar na história... de Portugal" como se tal personagem tivesse sido para o Porto o que foi um Almada, ou pelo menos um Aires de Gouveia para não falar em ilustres estrangeiros que tanto fizeram pela cidade.

Como não tem mais matéria para apontar como obra feita, desata a desancar nos opositores, dizendo que uns não são da cidade e por isso, pelos vistos, não poderão nada fazer por ela, que são defensores "do modelo repressivo soviético", que ofereceram a Câmara ao Pinto da Costa, e outros disparates do mesmo quilate, que me fazem lembrar as histórias do bicho papão que se contavam às criancinhas.

O Rui Rio, que até nem é burro, é que deve arrepelar os cabelos ao ler apoios deste tipo.

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