Preocupadíssimos, os bombeiros profissionais vieram a lume apontar o dedo aos seus congéneres voluntários de que estariam a utilizar jovens para apagar incêndios.
Se, à partida, o alerta é consciente, e denota interesse pela segurança dos seus homólogos voluntários, por outro lado, e em face dos dados até agora recolhidos, parece-me que a publicidade que se pretende dar ao assunto, mais não visa do que alimentar a guerra surda que se desenrola entre estes dois corpos de soldados da paz, que pretendem ocupar os espaços uns dos outros.
Os jornalistas pegaram logo no assunto, e amplificaram-no, no seu hábito muito próprio de fazer notícias. Não investigaram, não foram procurar exemplos, não se meteram a colher imagens que apoiassem o alerta, nada... só serviram de correia de transmissão.
Interessante, que numa época de fogos intensos, se esteja a levantar o problema públicamente e não junto das instâncias próprias, pois seria obrigação primeira dos responsáveis pelas associações do sector profissional, que terão os dados que lhes possibilitaram prestar as informações aos orgãos de comunicação social fazê-lo, em vez de vir para a praça pública com queixas genéricas, pedindo ao MAI para investigar o assunto, como se neste momento não houvesse mais nada que preocupasse os colaboradores daquele ministério.
Num País em que o trabalho infantil é quase um logotipo de identificação, em que ninguém se importa com miúdos em passagens de modelos, a vender jornais, a pastorear rebanhos, a servir às mesas, a trabalhar em fábricas, como artistas de circo, a servir de actores em séries televisivas, abandonados na rua, espancados pelos pais, estupidificados pelas televisões e jogos de computador, e muitas coisas mais, é interessante verificar a preocupação que os media e os bombeiros profissionais lhe dedicam neste assunto.
Será interesse real ou apenas corporativo?
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